8#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar

20-03-2025

Cap. 8 - Ultrapassar os limites

- Ahhhhhhhhhh! Tem um javali selvagem atrás de mim! E é enorme! - Asta estava a correr loucamente para escapar de um javali selvagem flamejante que estava a dois metros atrás dele.

- Será que aquilo é mesmo um javali selvagem? Será que está a usar magia?! - Asta continuava a gritar sabe-se lá para quem. - É muito veloz!! - o animal estava mais e mais perto dele.

- Ahhhhhh! - Asta foi mandado a voar pelo javali.

- Não devíamos ajudá-lo? - Noelle perguntou, preocupada, a Magna, que estava à sombra de uma árvore e a Azuli, que estava perto de um monte de javalis, que os cercaram quando pousaram no chão e que ela os nocauteou, a dar festinhas neles com uma luva protetora feita de água.

- Não. Ele disse que queria apanhar um javali com as próprias mãos. - disse Azuli, parando de dar festinhas enquanto falava, mas tendo continuado logo de seguida: Vocês são tão fofos! - exclamou Azuli a um dos javalis.

- Eu vou dar um tempo. - Magna disse, com os braços atrás da cabeça, desinteressado em ajudar Asta. - Os meus poderes mágicos estão esgotados depois de carregar vocês três até aqui.

- Ahhhhhh! - mais uma vez, Asta foi atirado para o alto, outra vez.

- Ele vai ficar ficar bem. Ele é duro na queda. - Magna disse, com um sorriso.

- Mas... - Noelle começou.

- Se estás tão preocupada, vai lá salvá-lo. - Magna disse, como se para provocar.

- Ahhhhhhhhhhh! - Asta estava a correr de um lado para o outro, enquanto o javali fazia o mesmo, atrás dele.

Depois de preparar um ataque com o seu grimório, Noelle posicionou-se para atacar, no momento em que Asta estava encurralado entre uma rocha e um javali gigante: Eu consigo. - e atirou a esfera de água.

Porém... assim que a esfera estava próxima de bater no javali, ela foi redirecionada na direção de Asta, que foi acertado em cheio.

- Ahhh! Por quê eu? - Asta foi novamente perseguido pelo javali.

- Ahahahaha! - Azuli e Magna acharam graça àquela cena toda.

Agora com o grimório aberto e a espada para fora, Asta contra-atacou o javali, o que resultou em um javali morto.

- Finalmente. - disse Asta, sem fôlego.

- Pobre javali, ele era tão fofo! - lamentou Azuli, que correu para o javali para ver o seu estado, que reparou estar morto. - Não precisavas ser tão bruto, Asta. - Azuli bateu-lhe atrás da cabeça.

- Autch! Eu quase morri! - Asta respondeu com os olhos em branco, indignado e irritado.

- Isso não justifica! - Azuli disse com os braços cruzados.

- Bom trabalho, Asta. - Magna parabenizou. - Mas, ainda não acabou. - disse Magna, a apontar para um monte de javalis, que despertaram do nocaute que Azuli lhes causou.

Um tempo depois...

Asta estava com três javalis nos ombros.

Azuli e Magna levavam apenas um javali cada nos ombros deles.

- Que caçada! - disse Magna, sem qualquer dificuldade aparente em carregar um javali daquele tamanho.

- Não está a pesar, Azuli? - perguntou Noelle, curiosa.

- Não. Ele é levezinho. - respondeu Azuli, sem qualquer dificuldade em carregar o javali.

- Oh! - Noelle expressou a sua surpresa pela resposta ao ver Azuli a carregar o javali sem dificuldade. - Tu és forte. - disse simplesmente.

- Ahah, é que eu treino muito. - Azuli respondeu, com uma mão atrás da cabeça.

- Ei, eu também estou a carregar javalis! Três! E são muito pesados. - queixou-se Asta, que estava com dificuldades em andar com aqueles javalis.

- Aguenta-te. - Noelle disse.

- Tu também és incrível, Magna. - elogiou Noelle.

- Três em cinco javalis selvagens não é nada... - queixou-se Asta, ao ver Noelle elogiar todos exceto a ele.

- Tens uma força invejável. - disse Magna. - Isto vai deixar o velho Seyhe feliz. Vamos fazer churrasco de javali.

- Esse presidente de Saussy... Seyhe? Tu conhece-lo? - Noelle perguntou.

- Sim. Eu conheço-o faz tempo. - Magna respondeu, a olhar para Noelle com um sorriso. - Eu sou de Rayaka, que é logo depois daqui, mas eu era meio encrenqueiro quando era miúdo. - explicou ele.

"Era"? - os três atrás de si questionaram-se, mentalmente.

E agora não é mais? - pensou Noelle.

Ele já foi pior? - pensou Azuli.

- Quando ganhei o meu grimório, deixei isso subir-me à cabeça e fui para Saussy, tentar tomá-la à força. E aí...

Memória de Magna:

- Orra, orra, orra! - um jovem Magna dizia, no seu Crazy Cyclone, com uma bola de fogo na mão. - Toma isto! - disse ele, ao lançar a bola aos aldeões, que não foram acertados.

- Ahahaha! - Magna ria-se, com outro ataque em mão.

- Ei! Seu pirralho! O que pensas que estás a fazer?! - gritou um velho, zangado, a correr em direção ao delinquente.

- Queres magoar-te, velhote?! - Magna disse com um rosto arrogante, a preparar outra bola de fogo.

- És tu que te vais magoar! - gritou o velho, ainda a correr.

- Toma isto! - Magna atacou-o, mas o velho desviou-se.

Com o grimório aberto: Parado aí! - gritou o velho, que materializou um monte de espadas de metal a flutuar em cima da sua cabeça.

- O quê?! - Magna gritou, pasmado.

- Hora do teu castigo! - o velho atirou as espadas em Magna.

- A-Ah, que perigo! - Magna exclamou, enquanto desviava com dificuldade das espadas. - Ah?!

Magna estava preso à parede, com as espadas a contorná-lo.

- E agora... - as calças de Mana caíram, deixando-o só de boxers.

- O que estás a fazer?! - disse Magna, incerto, a suar.

- Hora de tomar uma surra! - as espadas começaram a bater no rabo de Magna.

- Ei! Merda! - Magna gritou, com um rubor rosa, envergonhado.

De volta à atualidade...

- Desde então, eu desafiei o velho incontáveis vezes. - Magna disse.

De volta às memórias...

O jovem Magna voava no seu Crazy Cyclone, com o grimório aberto, na chuva. Quem estava à sua espera na entrada do vilarejo, era o velho Seyhe.

- Ah! - Magna assustou-se pelo quão perto o ataque de Seyhe chegou.

- Homens de verdade não ficam a causar problemas aos outros! - Seyhe gritou.

Em outro dia, de sol:

- Toma isto! - gritou Seyhe, a lançar o seu ataque.

- Ahhh! - gritou Magna, que estava preso à parede com um monte de flechas de metal, assustado, mas com uma careta engraçada.

- Ajudar os fracos, ensinar humildade aos fortes. É isso que um homem de verdade faz. - disse Seyhe, pronto para atacar novamente, desta vez com uma flecha maior.

Em outro dia, nublado:

- Dourado! - Seyhe exclamou, tendo criado um punho de ferro e batido nas partes íntimas de Magna.

- Oh!! - Magna, com uma grande lágrima cómica no olho, estava a contorcer-se no chão.

- Homens de verdade não deixam os outros preocupados. - exclamou o velho Seyhe, a apontar para Magna caído no chão.

Atualidade...

- Ele dava-me uma surra todas as vezes. - Magna disse, sorridente.

- Deve ser forte. - disse Noelle.

- Eu descobri depois, mas o velho Seyhe era tão poderoso que era aspirante a Cavaleiro Mágico na juventude. Heh, foi ele quem me sugeriu prestar o exame de admissão.

De volta às memórias de Magna...

Eles estavam frente a frente, ao pôr do sol.

- Parece que tu melhoraste. - disse o velho Seyhe, impressionado.

- Bem, eu estou a aprender a usar o grimório. - disse Magna, cansado a respirar pesadamente.

- Então, por que não prestas o exame de admissão para os Cavaleiros Mágicos. - disse o velho com os braços cruzados com uma expressão séria.

- Hã? - expressou Magna, em dúvida, enquanto o velho se aproximava. - Eu? No exame de admissão?

- Tu és habilidoso. - Seyhe disse.

- Não... Que besteira. Eu sou só um caipira, da roça. - disse Magna, sem esperança, a aceitar ser fraco.

- O destino não está escrito em pedra! - gritou o velho Seyhe. - Ser caipira, ser da roça, o que tem a ver? És tu que decides o teu futuro. Eu tenho a certeza de que tu serás capaz de alcançar os sonhos que eu não consegui. - disse, pondo a mão no ombro de Magna.

Magna - Velho...

- Torna-te um homem, Magna. - disse o velho, em um momento emocionante.

Momento esse que foi quebrado pela pergunta seguinte: Então, qual é a dos Cavaleiros Mágicos?

- Tu não sabes de nada?! - gritou o velho, incrédulo.

Só se ouviu Magna a gritar no segundo a seguir.

Atualidade...

- É graças a ele que estou aqui hoje. Quando fui aprovado no exame de admissão, ele ficou mais feliz do que qualquer um. - disse Magna.

- Ele deve ser uma boa pessoa. - disse Noelle com um sorriso.

- Sim. E ele foi para a capital real... Bom, para ficar rico rápido, para ganhar dinheiro para o vilarejo, mas acho que ele também me queria ver. Se bem que ele ganhou cada centavo que eu tinha. Mas foi ele que me mostrou o que é ser homem de verdade. Eu queria ser como ele, e ele é o homem que eu mais respeito depois do Yami... - antes que ele terminasse de falar, ele parou de repente e colocou o javali no chão.

Noelle - Hã?

Azuli - O que se passa?

Asta - Magna?

Magna correu: O que é aquilo?!

- Hã? - os três entreolharam-se, sem entender.

Quando chegaram à ponta da colina, eles viram uma barreira ao redor de todo o Vilarejo Saussy.

Magna - O vilarejo...

Noelle - Está coberto por uma bruma.

Asta - Meu, que clima frio aqui.

- Seu idiota. É magia. - disse Noelle.

- Mas hein?! - Asta exclamou, surpreendido.

- Devíamos ir agora ver se as pessoas estão bem. - disse Azuli.

Na entrada do vilarejo...

- Uma bruma mágica? - questionou Asta, enquanto a observava.

- Depois de entrarmos, provavelmente não vamos conseguir ir a lugar algum. - indicou Noelle.

- Hã? - Asta virou-se para Noelle.

- Vamos perder o nosso senso de direção e acabaremos por vagar na bruma. - explicou Noelle.

- Magia capaz de cobrir um vilarejo inteiro... Uma magia assim não é obra de nenhum dos habitantes. - disse Magna, sério. - Claro, tampouco é obra do velho Seyhe. O que está a acontecer?

- Ei! - exclamou Magna a olhar para Asta.

- Sim, Magna! - exclamou Asta.

- Corta a bruma com a tua espada.

- Certo!

- Hã? Mas isso é burrice, né? Cortar uma bruma com uma espada? Ahahaha - disse Asta com cara de bobo.

- Burro és tu! Como ela é mágica, tu vais conseguir cortar com a espada! - gritou Magna para Asta.

- Ah, é! - disse Asta a tirar a sua espada.

- Esperem. - pediu Azuli, que estava com uma mão estendida na direção da bruma, a espalhar uma espécie de ondas de magia pelo local, enquanto tinha os olhos fechados, em concentração.

- Hm? - todos olharam para ela, à espera que ela falasse.

- Isso vai levar muito tempo. E neste momento, eu consigo ver um homem a lutar contra quatro homens sozinho.

- O quê? Que homem? - perguntou Magna. - Temos que nos apressar! Tens um plano melhor que usar a espada do Asta, Azuli?

- É claro. - respondeu Azuli. Azuli abriu o seu grimório: Olho do Mar! - exclamou Azuli, com a mão estendida em direção à bruma. Após Azuli ter conjurado o feitiço, a bruma começou a dissipar-se a um ritmo alarmante. Em segundos ela dissipou-se em todo vilarejo.

- Aproximem-se de mim. Vou envolver-nos no Santuário do Dragão do Mar. Assim estaremos no centro do vilarejo num instante. - Azuli disse, séria.

- Certo. - disse Noelle.

- Sim! - disse Asta.

Magna apenas se chegou perto dela, preocupado no que poderia estar a acontecer dentro do vilarejo.

No centro do vilarejo...

- Maldito! - disse o velho Seyhe, arrastando a voz ao mesmo tempo que tinha dificuldade em levantar-se. Neste momento ele estava de joelhos no chão, ainda com o grimório aberto, disposto a continuar a lutar. Mas o seu corpo estava coberto de feridas, o mais grave estava na sua cintura, impedindo o velho de continuar a lutar.

- Patético. - disse o homem desconhecido a olhar para o seu relógio de bolso. - Já me fizeste perder tempo demais. - o homem disse, sem expressão. O homem começou a criar uma lança de gelo na sua frente.

- Está na hora de morreres. - disse o homem, lançando o ataque ao velho Seyhe.

Sem esperança de conseguir escapar da morte, Seyhe só desejou, mentalmente: Espero que te tornes em um grande Cavaleiro Mágico, Magna. Eu acredito em ti.

- Orraaa! Toma de volta!!! - no último momento, Magna, eufórico, evaporou o ataque do desconhecido com o seu taco de chamas, e lançou no mesmo instante, uma bola de fogo em direção ao homem.

- O que pensas que estás a fazer!!! - gritou Magna, irritado com o desconhecido, que estava prestes a matar o seu velho amigo.

O homem conseguiu desviar quase completamente do ataque de Magna, mas ainda foi atingido no tornozelo esquerdo, que ficou a pegar fogo e a sangrar.

Azuli, Asta e Noelle estavam logo atrás de Magna.

Vendo os mantos dos jovens que acabaram de entrar em cena, as pessoas começaram a ficar esperançosas.

- Os Cavaleiros Mágicos... - disse um menino loiro, com lágrimas nos olhos e um sorriso aliviado.

- ... vieram salvar-nos. - terminou a menina mais nova do lado dele, também a partilhar do mesmo sentimento que o menino.

Com os três novos recrutas de olho nos inimigos, Magna foi falar com o Nick, o menino loiro.

- É o Magna. - disse alguém.

- Velho?! - gritou Magna enquanto socorria Seyhe, deitado no chão, com os olhos fechados. - Nick! O que está a acontecer?

- O vovô esteve a proteger-nos. Ele lutou sozinho com eles. - respondeu Nick, a chorar.

Agora perto de Seyhe, Magna sacudia-o: Velho! Ei, acorda! - Magna viu a sua pulsação. - Ele está muito fraco, mas ainda tem pulsação!

- Com licença. - Azuli abria espaço para ir ter com Magna e Seyhe, que estava inconsciente.

- Azuli? - Magna olhou para ela, que abriu o seu grimório em uma página específica.

- Reencarnação do Dragão do Mar! - todo o corpo de Seyhe foi envolto em uma espécie de fitas opacas feitas de água, que brilhavam intensamente em azul marinho.

- Hm, o que estás a fazer? - Magna perguntou, com suor a escorrer pela testa, em dúvida, mas com uma gota de esperança que o feitiço curasse o velho Seyhe.

Concentra-te, Azuli. Foco. - Azuli estava concentrada no seu feitiço para não perder o controlo. Ela começou a suar pelo esforço. Ela não queria demorar muito na cura. Hm..., não vai demorar muito. O velho Seyhe está a responder à cura. - pensou Azuli, aliviada e feliz.

- Magna, podes ir enfrentá-los. O velho Seyhe está a responder à cura, logo, logo ele vai estar bem. Só preciso de um pouco mais de tempo. - disse Azuli.

- Hm... Certo! Conto contigo! - exclamou Magna, a levantar-se.

Virado para os causadores desta confusão e da quase morte de Seyhe, Magna gritou, zangado: Foram vocês os miseráveis que fizeram isso?!

- Huh... Como ousas estragar o meu cronograma? - o desconhecido confrontou Magna, depois de ver as horas no relógio de bolso. - Vocês serão executados em dez segundos.

O desconhecido, sentado em uma escada de pedra, abriu o seu grimório e formou um grande pedaço de gelo, e atirou imediatamente para onde todos do vilarejo e os Cavaleiros Mágicos estavam.

Maldição! Estou sem magia! - pensou Magna, frustrado e receoso. Asta! - pensou ele, incrédulo.

- Ahhh! - Asta correu para a frente e cortou ao meio o grande pedaço de gelo.

Os aldeões estavam todos impressionados.

- Eu não vos vou perdoar. - disse Asta, zangado. - Por que fizeram algo tão cruel? Quem são vocês?!

Eles não parecem espiões do Reino Diamond, nem bárbaros que querem roubar a vila. Quem são estes tipos? - pensou Magna.

- Não ficámos a saber de nenhuma missão de Cavaleiros Mágicos. - disse um dos subordinados.

- Será que é uma missão não oficial? - perguntou outro subordinado.

- Como eles foram capazes de desfazer a bruma? - perguntou um outro subordinado.

- Os Touros Negros... Hereges toscos que não se encaixam no coletivo dos Cavaleiros Mágicos... Enfrentá-los é um desperdício de tempo. - disse o líder, a ver as horas novamente. - Cinco minutos. Nós vamos livrar-nos deste povo inútil que não sabe de nada e vamos procurar o que viemos buscar.

- Não me ignores! - Asta gritava enquanto corria com a espada em mãos até ao inimigo.

Subordinado - Magia de Bruma: Redemoinho de Bruma Ilusória. - bruma apareceu à frente Asta, tapando-lhe o caminho.

- Seu idiota. Achas que vais conseguir aproximar-te do Lorde Heath tão facilmente? - disse o mesmo subordinado que lançou o feitiço. Perde-te nas brumas. - disse a última parte com o rosto assustador.

- Nunca! - gritou Asta, a cortar a bruma.

Subordinado - Huh?!

Ele cortou a magia de gelo antes, e não sei que tipo de magia ele usa... Mas a espada dele anula magia. - pensou Heath. - Não devíamos deixá-lo chegar muito perto.

- Estou a perguntar por que tentaram matar estas pessoas. - disse Asta, com um rosto zangado.

Levantado, Heath respondeu, tranquilamente: Este mundo está dividido em várias regiões. O Reino Nobre é onde vive a realeza. No reino plebeu, vive a plebe, e há o Reino abandonado.

- O quê? - perguntou Magna.

- Saussy fica no Reino Abandonado. A maior parte que habita o Reino Abandonado é gente inferior que só sabe usar magias para tarefas cotidianas. São animais irracionais. Eu só me queria livrar dos animais irracionais que podem acabar por estragar o meu precioso tempo.

- Animais? - questionou Asta, revoltado.

- Vocês quatro também tiveram poder mágico suficiente para se tornarem Cavaleiros Mágicos, não é? - disse Heath. - Vocês só estão a tentar salvá-los porque é a vossa missão. Eles parecem animais selvagens para vocês? - após essa fala, o olhar de Asta ficou mais sério.

Memória de Asta...

- Deve ser bom viver no Reino Superior. - disse um homem.

- Eles devem viver uma vida de luxo. - disse o homem sentado do lado.

- Se estás com tanta inveja, vai para lá. - disse o pequeno Asta.

- Não é assim tão fácil. - respondeu a irmã Lily, que carregava um cesto cheio de batatas, assim como Asta, Yuno e as outras duas crianças.

- Por que não? - perguntou Asta.

- Só aqueles possuidores de poderosa magia podem viver nos reinos acima de nós. Isso é preconceito com quem não tem poderes mágicos. Mesmo que sejamos todos humanos...

- Então, depois que eu virar Cavaleiro Mágico e tornar-me o Rei Mago, eu vou livrar-me desses preconceitos e fazer a nossa vila florescer mais ainda! - disse o pequeno Asta, entusiasmado, ao que o pequeno Yuno sorriu para ele.

- Obrigada, Asta. - disse Lily.

- Se tu fosses mesmo capaz disso, não estaríamos em conflito. - o pequeno Nash provocou.

- O que tu disseste, pivete? Eu sou mais velho que tu! - Asta gritou, com os olhos brancos.

- Tu não consegues virar Cavaleiro Mágico, muito menos Rei Mago. - continuou Nash. - Ainda nem tens magia.

- Ei! - Asta gritou, indignado.

De volta ao presente...

- Estas pessoas a quem chamaste de animais são vidas que eu devo proteger! - gritou Asta, posicionando-se para lutar.

- Entendo. Então os animais imundos têm valor para ti.

- Eu vou devolver-te esse gelo... - Asta começou a falar, mas não conseguiu terminar. Heath ativou um feitiço acima deles, uma nuvem formou-se, por onde foram criadas várias lâminas de gelo.

- A-Aquilo... - disse Noelle, receosa.

Os aldeões começaram a gritar de medo.

- Magia de Composto de Gelo e Bruma: Jaula de Gelo Infinita. Consegues proteger os animais nesta situação? Eu não sou muito partidário do termo "aos poucos", mas parece que seria mais eficaz. - ele lançou os ataque, e Asta defendeu e rebateu todas as lâminas.

- Desapareçam. - disse Heath. - Tu não só anulas magia, tu também repeles. Mas isso não basta para me vencer. - enquanto falava, várias outras outras lâminas de gelo se materializavam ao redor de Asta. - As lâminas de gelo cairão, uma após a outra. Ousa protegê-los agora. - as lâminas começaram a cair.

- Ahhh! - Asta gritava enquanto combatia as lâminas.

Para protegê-los, eu e o Asta teremos que dar tudo o que temos. - pensou Magna, enquanto lançava bolas de fogo às lâminas de gelo. - E os meus poderes estão no limite. E eles têm quatro tipos do nível de Cavaleiros Mágicos. E aquele ali ainda está a poupar forças! Esta acabou por ser uma missão e tanto para os três! Essa não!

- Mas se eu atacar e correr, não será coisa de homem de verdade! - gritou Magna, a posicionar-se à frende dos aldeões. - Magna lançou dezenas de bolas de fogo contra as lâminas de gelo. - É só que eu sou plebeu igual a vocês! Eu vou proteger-vos!

- Magna! - uma mulher gritou, emocionada.

- Será que vai durar muito? - disse Heath, mais uma vez a olhar para o relógio.

Noelle lançou uma bola de água para os três subordinados, mas ela acabou por desviar-se e cair no chão perto deles.

- Tu nem consegues controlar os teus poderes... Os Touros Negros devem estar desesperados por membros. - disse Heath.

As lâminas começaram a ferir as pessoas, o que fez se ouvir uma série de gritos dos aldeões.

- Animais frágeis incapazes até de se proteger... Se forem embora, eu permitirei que vivam, Cavaleiros Mágicos.

Está quase, em breve poderei lutar junto a vocês. Aguentem mais um pouco, por favor. - desejou Azuli, ainda concentrada em curar as feridas de Seyhe.

Por algum motivo, as pessoas começaram a brilhar levemente em azul claro. As suas feridas não se estavam a curar, mas as lâminas que as feriam doíam muito menos.

- O que se está a passar? - alguém perguntou.

- Ai! Não sei, mas pelo menos a dor é suportável. - outro disse.

Com uma nova série de lâminas a dirigirem-se para os aldeões, Asta e Magna defenderam-nos.

- Eu jamais os abandonaria! - gritou Asta, a partir em estilhaços as lâminas de gelo.

- Um homem de verdade não abandona ninguém! - gritou Magna, a atirar bolas de fogo às lâminas.

Eu sou... da realeza... Eu tenho mais magia que qualquer um... - pensou Noelle.

- Para trás, Lady Noe! - mandou Magna, a rebater as lâminas de gelo.

Eu só estou a atrasar os outros! - pensou Noelle, enquanto via Asta e Magna a proteger os aldeões, e a Azuli, que mesmo também não tendo o melhor controlo sobre a sua magia, está a salvar a vida de um homem e a proteger os aldeões da dor, ao mesmo tempo.

Eu não tenho motivo para ficar aqui... - pensou Noelle.

Se forem embora, eu permitirei que vivam... - o que Heath disse veio à memória de Noelle.

Ele tem razão! Eu sou da realeza. Eu não posso morrer aqui. É melhor eu fugir... - pensou Noelle, com medo.

Noelle - Hã?

- Cavaleira Mágica irmãzona... - uma menina estava a agarrar a roupa de Noelle, enquanto o seu olhar refletia medo. - Salva-nos! - implorou a menina.

- Huh?! - Esta menina está a pedir socorro... Eu vou protegê-los. - um brilho intenso surgiu do grimório de Noelle.

Um feitiço novo? - pensou Noelle.

Uma coluna de poderosa mana azul subiu até ao céu, iluminando tudo ao redor, como se fosse a luz da lua a refletir no mar.

Eu nunca... - Noelle baixou-se e pôs as mãos no chão. - ... vou fugir!

- Magia de Criação de Água: Covil do Dragão das Águas! - Noelle exclamou.

O poder de Noelle surpreendeu todos. Um poderoso berço feito de redemoinhos, desfez todas as lâminas que o atingiram, de imediato.

Eu vou protegê-los! Eu sou da realeza...

- ...e integrante dos Touros Negros! - gritou Noelle, com determinação nos olhos.

*********************************************************************************************** A gêmea da Guerreira Dragão do Mar

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