7#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar
Cap. 7 - Primeira missão
O sol já se levantou. E o mesmo fizeram os Touros Negros.
As manhãs começam cedo para os Cavaleiros Mágicos. Há muitas coisas que precisam ser feitas.
- Ahhhhhh!
- Ahhhhhhhh!
Azuli e Asta decidiram fazer uma competição para ver quem dos dois era o mais rápido a realizar as tarefas domésticas da Base dos Touros Negros. Por essa razão, os dois começaram a manhã logo com muito emoção.
Eles limparam o chão, depois a biblioteca, lavaram a roupa...
- Ah? - enquanto lavava as roupas, Asta deparou-se com roupas íntimas da Vanessa.
- Sério, Asta? - perguntou Azuli a provocar Asta, que após ficar em transe a olhar para a roupa íntima caiu em uma poça de sangue que deitou volumosamente pelo nariz.
- Desse jeito, vencer-te será muito fácil! - continuou a provocá-lo, enquanto usava a sua magia de água para lavar toda a roupa de uma vez, com várias esferas de água a girar com peças de roupa separadas por cor.
- Ainda não! Ainda estou na competição!! - Asta pôs-se a postos de novo e começou a lavar a roupa loucamente. - Ahhh! - continuou a gritar enquanto trabalhava.
Porém, novamente, encontrou uma roupa íntima e caiu de novo no chão, a sangrar pelo nariz.
O próximo trabalho... cuidar de feras...
As feras, como sempre estavam agitadas, emergidas na escuridão da jaula.
Depois de pensar um pouco, Azuli decidiu tentar um coisa..., talvez funcione.
- Senta! - exclamou Azuli com um pedaço de carne na mão.
Surpreendentemente, as feras sentaram-se quietas.
Funcionou. - pensou Azuli, surpreendida.
- Pronto, pronto. Bom menino. - Asta falava enquanto andava em direção à jaula para oferecer a comidas às feras. - Aqui. - ofereceu a carne às feras.
Contudo...
- Ahhhhh! -Asta gritava, enquanto se rebatia.
Afinal, parece que não funcionou... - pensou Azuli com cara de conhecimento, mas que não se importava.
A cabeça de Asta estava dentro da boca da fera mágica.
Mesmo que o trabalho dos Cavaleiros Mágicos seja difícil... Tu tens de encará-lo, mesmo que acabes engolido por uma fera. E...
- Vais tu? - perguntou Azuli, a afastar-se um passo mais longe da porta.
- Não, não, as meninas primeiro. - disse Asta, a dar dois passos para trás.
- Os cavalheiros devem abrir a porta às damas. - insistiu Azuli, que deu um passo atrás.
- Eu insisto. Tu primeiro. - disse Asta, agora encostado à parede.
- Eh..., está bem, vamos a isto, os dois. - disse lentamente a última parte, enquanto apontava para si e para o Asta.
- Ah..., está bem. - disse Asta, desanimado.
Agora perto da porta com uma cabeça de touro de pedra pendurado, os dois sabiam por Vanessa que o seu capitão ficava irritado ao ser acordado. Com uma imagem mental do Yami com a sua aura medonha e o seu olhar assassino, eles engoliram e respiraram fundo.
Cá vou eu. - pensaram os dois, enquanto levantavam as mãos, prontos para bater na porta.
- Não me acordem! Ou eu mato os dois! - gritou Yami, do outro lado da porta, antes que os dois novos recrutas pudessem bater na porta.
Azuli - Foi mal!
Asta - Desculpe!
Ambos gritaram enquanto corriam para longe.
- Mas foi o senhor mesmo que nos mandou acordá-lo todos os dias! - gritou Asta.
Cavaleiros Mágicos também precisam de lidar com pedidos ilógicos.
Agora fora da base...
Azuli e Asta estavam a estender a roupa no estendal.
- Cara, nós trabalhámos para caramba o dia todo, desde que o sol apareceu. - disse Asta, a limpar o suar da testa. - Cavaleiros Mágicos têm mesmo muito trabalho a fazer.
- Espera aí, qual é a diferença disto para o que eu fazia na igreja? - exclamou Asta a agarrar a cabeça com as mãos.
- Ai, eu não compreendo por que temos de ser apenas nós a tratar de todas as tarefas da casa. - disse Azuli, com os braços cruzados. - Eu quero ir em uma missão! - disse ela, entusiasmada com a ideia de ir em uma missão pela primeira vez.
- Eles devem estar a preparar-se para uma missão super importante e não têm tempo para isto! - disse Asta, também entusiasmado com a ideia das missões.
No refeitório...
Os Touros Negros estavam reunidos em um canto da mesa do refeitório a tomar o pequeno almoço.
Não tem nada além de carne para o pequeno almoço. - pensou Noelle, desgostosa com o que via pela mesa, enquanto comia.
Age normalmente, Azuli, como se visses a tua irmã todos os dias, desde sempre. - pensou Azuli, a comer devagar para tentar parecer normal, o que não resultou. Ela estava com um olhar muito distante e sem foco que quase comeu um guardanapo.
- Ah? - expressou Azuli, que tirou imediatamente o guardanapo da boca assim que percebeu.
- Eh, está tudo bem Azuli? - perguntou Asta, com um olhar inocente, quando viu a Azuli mastigar um guardanapo.
- Hã, ah sim, estou ótima, a comida está ótima. - riu-se nervosamente enquanto voltava a comer. Foco Azuli, foco! - pensou ela depois de falar com o Asta.
- Então está bem. E tu, Noelle. - disse Asta, agora com a cabeça virada para Noelle, que estava no lado esquerdo dela. - Por que tu não nos ajudas a limpar e tal?
- Limpar? Mas eu sou da realeza. - Noelle respondeu como se fosse óbivio.
- Mas és novata, assim como eu e a Azuli! - Asta disse, desta vez com a voz mais alta.
- Eu nunca limpei ou lavei roupa na vida. - disse Noelle.
- Isso é lá coisa para se gabar? - Asta apontou para Noelle enquanto falava.- Não estamos no mesmo esquadrão? Tu devias ajudar-nos com essas coisas, não achas Azuli?
Azuli, que estava à direita de Noelle, juntou-se à divertida discussão, enquanto os outros Touros Negros continuavam a comer: É claro, afinal, há muito o que fazer. - a olhar para os dois.
- Mas eu sou da realeza.
- Por que estás a falar assim comigo? - perguntaram os dois a Noelle, um pouco inclinados em sua direção.
- Calem-se, seus vermes. - Noelle disse.
- Droga! - disse Asta.
- Então, bem... O que os Cavaleiros Mágicos fazem, afinal? - perguntou Azuli a dirigir-se para o Magna, que estava no outro lado da mesa, dois lugares para a direita. Ela sabia que os Cavaleiros Mágicos protegiam o reino, mas até agora ela não viu como o fazem.
Essa pergunta também despertou o interesse de Asta: Verdade, eu também não sei o que os Cavaleiros Mágicos fazem. - disse a olhar para Magna.
- O quê?! Estão mesmo a perguntar-me isso? - disse Magna a dar a volta à mesa e depois a pegar no gola da camisola do Asta. - Nós protegemos o reino, fazemos a segurança, e é o trabalho mais másculo do mundo, ô, mané! Por que vocês quiseram alistar-se, se nem sabem do que se trata? - exclamou enquanto olhava entre os dois.
O eu tinha o objetivo de encontrar a Noelle. Foi mais fácil do que imaginei. - pensou Azuli enquanto olhava para a Noelle, distraída com a cena no fundo da sala, com o canto do olho.
- Foi mal... Eu serei o Rei Mago... Eu vou acabar por cuspir tudo! - Asta disse enquanto estava a ser sufocado pelo aperto de Magna.
- Ahahahaha! - Vanessa riu-se da cena.
- Eles são bem animados de manhã cedo. - disse Finral a olhar para a cena.
- Essa animação é ótima. Será que eu consigo um pouco? - Gordon perguntou, quase inaudivelmente, ao lado de Finral.
- Droga. Mostra-lhes o que os Cavaleiros Mágicos fazem, sua bruxa beberrona. - pediu Magna, que tinha soltado o Asta, a Vanessa, que estava a beber vinho.
- Bom, nós cuidamos da segurança do povo... Algo Assim? - Vanessa respondeu enquanto enchia a taça de vinho mais uma vez. Terminada de beber o vinho: Dá até para chegar perto de um nobre quando tu recebes a missão de protegê-lo.
- Entendi. - disse Asta, sentado.
- É um trabalho divertidíssimo quando se pode enfrentar todos os inimigos que quiser. - Luck disse entusiasmado. - Se eles forem criminosos, ninguém fica no teu pé, podem bater neles à vontade! - disse Luck enquanto dava socos no ar.
- E o mais importante, é um trabalho maravilhoso que a minha irmã respeita muito. - disse Gauche a mostrar um foto da sua irmã Marie. - Ela não é um anjo? Fora que eu posso comprar-lhe o que ela quiser com o meu salário. - dito isto, ele começou a sangrar pelo nariz. - Mas se vocês os dois encostarem um dedo na Marie, eu mato-vos. - disse com um olhar desafiador, espantando os três novos recrutas.
Azuli - Então e tu, Finral?
- É o melhor trabalho do mundo, onde eu salvo raparigas e sou popular. - disse enquanto agitava o copo.
Com cada resposta que recebiam, os três faziam a mesma expressão de desentendidos.
- Hã? - eles viraram-se para Gordon.
- Claro, eu digo. Somos amigos, afinal. - Gordon falava em um tom que ninguém conseguia ouvir. A maneira como ele agiu fez os três estremecerem.
- Ah!!
- Charmi? - Asta dirigiu-se à pessoa que fez o estranho barulho.
- A-Acabou a comida! - dramatizou Charmi, que levantou as mãos, fazendo os três suspirarem ou ficarem com a boca aberta, sem saber como reagir, foi o caso de Azuli e Asta.
- E eu ainda estou de estômago vazio. - disse enquanto abria o seu grimório. - Magia de criação de algodão: Ovelhas Cozinheiras!
Três ovelhas mágicas apareceram e começaram a cozinhar.
- Vamos comer! - com essa magia, os novos recrutas estavam surpreendidos a olhar para a comida em cima da mesa.
- Quem é o Cavaleiro Mágico que pode comer um montão de comida?! - Charmi disse enquanto baba lhe escorria pela boca. Os três recrutas olhavam para ela de boca aberta de surpresa.
- Chuuu.
- Hã, Grey? - disse Azuli, com o surgimento de Grey atrás deles.
- Hã?! - os três expressaram, quando fumaça apareceu em todo o lado.
Com os quatro sentados, Grey entre Noelle e Azuli, eles tiveram uma surpresa: Bom, basicamente, é um bom trabalho. - disse Grey na forma de Azuli com uma mão apoiada no ombro da verdadeira Azuli.
- Ele está igual a ti. - disse Noelle.
- Espero trabalhar contigo em uma missão em breve. - disse Grey, com a empolgação característica de Azuli.
Azuli - Certo... - logo de seguida Grey voltou à sua forma de homem.
Com os três a olhar para Grey: E-Eles são todos esquisitos... - disse Asta.
- Será que este é o esquadrão certo para mim? - pensou Noelle, com um rosto em dúvida.
- Se pegarem nisto, e isto, e colocar junto, fica uma delícia. - em cima da mesa: Experimenta, vai! - ofereceu Charmi a Asta um grande pedaço de carne com molho.
- Não, estou cheio, valeu. - Asta recusou com as mão à sua frente.
- E aí? Deu para entender o trabalho dos Cavaleiro Mágicos agora? - Magna perguntou.
- De jeito nenhum. - respondeu Azuli direta, com a cara de inocente de sempre que ela respondia diretamente, o que causou uma veia saltada na testa de Magna.
Nem um pouco! - pensou Asta enquanto Charmi enfiava um pedaço de carne na sua boca.
- Mas que... - Magna ia responder, mas a porta saltou das dobradiças, o que chamou a atenção de todos os Touros Negros.
Com um rosto sério, Yami disse: Vamos, Magna.
Certo, Yami! - disse Magna, igualmente sério.
- Temos uma missão. - Magna disse sério aos demais.
- Uma missão dos Cavaleiros Mágicos? - Asta e Azuli falaram para eles mesmos.
- Posso ir com v-...
- Eu vou com v-...
- Não! - disse Magna de costas. Magna rejeitou as tentativas de Azuli e Asta de irem na missão. - Não podemos envolver crianças. É uma missão importantíssima para adultos. Certo, estamos a ir.
- Ei! Não partam tudo enquanto estivermos fora. - avisou Yami, que fumava.
- Certo! Divirtam-se! - Vanessa acenou para eles, bêbada.
- Capitão! Vai lutar comigo quando voltar? - Luck estava levantado enquanto falava, com um punho cerrado na altura do peito, entusiasmado.
- Voltem logo. Vou esperar. - disse Gordon, com um rosto triste.
- Voltem até o jantar! - disse Charmi.
- Posso ir logo ver a Marie? - perguntou Gauche, com sangue a escorrer pelo nariz. - Estou com abstinência.
- Chuuu. - Grey só soltou fumaça.
- Acho que vou flertar... Digo, vou em uma missão também. - disse Finral, que piscou o olho à Noelle e à Azuli, que estavam próximas a ele.
Será que era para eu estar aqui? - Noelle, desviando o olhar para longe de Finral.
Eles pareciam bem sérios... Em que consiste essa missão? - pensou Azuli.
Em um lugar desconhecido...
A tensão era palpável... Yami e Magna estavam em problemas.
- Isto é muito mau! - pensou Magna.
- Hehehe! - riu-se um homem desconhecido com um sorriso.
- E agora vocês os dois... já eram.
- Flush. - disse o desconhecido.
- Não tenho nada! - disse Yami.
- Dois pares. - disse Magna.
- Hahahahahahah! - o desconhecido riu-se dos dois, que estavam quase completamente nus, sentados nas suas cadeiras.
Após informados os conjuntos de cartas, Yami e Magna levantaram-se e despiram a única coisa que ainda os tapavam, eles tiraram os seus fundoshi, o que fez a empregada do cassino virar o rosto, claramente sem vontade de ver tais coisas.
- Hahahahah! Que sensação boa! - o velho riu-se, alegre.
- Droga! Meio ano de salário... - disse Magna.
- Tu ainda tens muito a aprender, Magna. O senhor também, Capitão! Bom, muito bom! - disse o velho, divertido. - Agora posso comprar uns presentes ótimos para todo o mundo no vilarejo no caminho a casa.
Sentando-se, Yami disse: Vamos a mais uma.
- Yami? - disse Magna, apreensivo.
- Hã, mas não tem mais nada para apostar, tem? Não tens mais roupa, nem dinheiro. - perguntou o velho.
- Sim! Estamos peladinhos da silva! - disse Magna a Yami.
- Não, ainda tem uma coisa. - disse Yami de olhos fechados. - Ei, velho! Vamos a mais uma. Se vencermos, recuperamos tudo.
- Oh, e se perderem?
Com um sorriso, Yami foi buscar algo: Aqui! - disse Yami, que bateu o seu grimório na mesa, com um sorriso confiante.
- Yami, mas... - Magna esperava dar algum juízo a Yami.
- Então, vamos a mais uma! - disse Yami, confiante.
- Ei, não devia fazer isso! - o velho disse, desacreditado que Yami estava disposto a apostar o seu grimório.
- É, Yami! - Magna continuava a chamar Yami à razão.
- Cala a boca! Usa este momento para superar os teus limites! - exclamou Yami a Magna, assustando-o.
- Mas, sabe... - disse o velho a suspirar e a inclinar a cabeça para o lado. - Certo. Se perderem, que tal fazerem tudo o que eu mandar? - perguntou, agora mais sorridente.
- Tudo? - perguntou Yami, a olhar para o velho.
- Tudo? Lógico que o Yami não vai aceitar... - disse Magna, convicto que o seu capitão não aceitaria.
- Feito. - responder Yami.
- Hã... O Yami aceitou! Estou dentro! - Magna disse com entusiasmo. - Velho Seyhe, é melhor rezares! - disse a apontar para o velho.
- Vamos ver quem vai ter que rezar... - respondeu o velho, confiantemente.
A empregada começou a baralhar as cartas e a entregar uma a uma a cada um.
Ao ver o conjunto de cartas, Magna pensou, com um sorriso: Acho que vai dar!
Após olhares entre os oponentes, eles revelaram os conjuntos.
Na base dos Touros Negros...
- Pronto, pronto. Bom menino. - Asta aproximava-se das feras com um pedaço de carne. Apesar dele e de Azuli já terem estado lá, eles não haviam terminado de os alimentar.
Mas como sempre...
- Ai, ai, ai, ai, ai! - Asta gritava enquanto se rebatia para se soltar e tirar a cabeça dentro da boca da fera.
Azuli e Noelle apenas observavam.
- Ei, não fiquem aí paradas! Ajudem-me!
- Eu não quero aproximar-me dessas feras. - respondeu Azuli, que não tinha desejo nenhum de ter a cabeça dentro da boca da fera.
- Eu sou da realeza. - respondeu Noelle, com os braços cruzados. - Devias estar grato por me ter dado ao trabalho de sair da cama.
- Como é?! Ai, ai, ai, ai! - disse Asta, antes da fera o tentar a engolir mais.
Será que ela é mesmo assim, ou foi influência do ambiente tóxico da família Silva? - pensou Azuli, a tentar adivinhar e a imaginar o que aconteceu à sua irmã durante estes anos.
Finalmente tendo conseguido se libertar da fera: Eu achei que ia morrer...
- Muito bem, Asta! - aplaudiu brevemente Azuli.
- Tu és forte. - disse Noelle, virada para Asta.
- Bom, eu treino! - disse Asta, inclinando-se para Noelle.
- Hahahah!
- Capitão Yami e Magna... - Os três olharam em direção dos dois, que vinham em sua direção.
- Será que terminaram a missão? - perguntou Noelle, até que percebeu. O capitão e Magna estavam completamente nus. Com isso, ela pôs as mãos a tapar a boca enquanto corava.
Estão nus...? - Azuli não sabia como reagir. Ela apenas continuou a olhar.
- Aquele velho tinha um royal straight flush mesmo! - disse Yami, com a cabeça virada para Magna, que estava ao seu lado. - Quem iria imaginar? Ele é demais! - Yami riu-se.
- Nós não somos páreo para o velho Seyhe! - Magna disse, por alguma razão, com um certo carinho ou orgulho na voz.
- As pessoas ficam mesmo fortes quando estão a arriscar alguma coisa. Hahahaha! - riu-se Yami.
Agora perto dos novos recrutas, Noelle virou-se, ainda a corar, enquanto Azuli olhava em transe e Asta sem entender nada.
- Ei Az, Astúpido, Lady Noelle, voltámos! - Magna disse.
- Fiquem felizes! Vocês vão sair na vossa primeira missão como Cavaleiros Mágicos. - disse Magna.
- Hã?! - expressaram os três, olhando para a direção deles.
Com eles tão próximos, vendo Azuli em transe, novamente, Noelle decidiu tapar-lhe os olhos, ao que Azuli não reagiu, e voltou a virar a cabeça um pouco para o lado.
- Vamos dar-vos a vossa primeira missão. - disse Magna, empolgado, em pé, enquanto Yami ficava sentado no sofá na sala da base. Eles já estavam vestidos.
Azuli - Esta vai ser...
Asta - ... a nossa primeira missão...
Noelle - ... como Cavaleiros mágicos.
- O-O que vai ser? - perguntou Asta, curioso.
- Quem vamos ter que enfrentar? - perguntou Azuli, pronta para testar os seus poderes e o controlo sobre eles, a arriscar a sua vida no processo.
- Acho bem que seja algo digno da realeza. - disse Noelle.
- Sim, deviam ficar honrados. Vocês vão caçar javalis selvagens no vilarejo Saussy!
- Javalis... - questionaram Azuli e Asta.
- ... selvagens? - Noelle continuou o questionamento.
- Q-Que missão mais idiota é essa? - perguntou Noelle com uma expressão engraçada e fofa, com uma gota de suor na bochecha.
- O que estás a chamar de idiota?! - gritou Magna, indignado, com o seu olhar delinquente.
- Eu consigo derrotar um javali selvagem com as minhas próprias mãos! - disse Asta.
- Eu também. É bastante fácil. - disse Azuli.
- Não subestimem javalis selvagens! - Magna também gritou com eles, com a mesma expressão que fez a Noelle. - Eles têm atacado do nada! Nunca ouviram falar do termo "colocar a roça na frente dos javalis"?!
Expirando o fumo do cigarro pela boca, ami disse: Nós acabámos de perder para o presidente do Vilarejo Saussy.
- Hã?! - os três recrutas espantaram-se com essa informação.
- O-O capitão Yami e o Magna perderam? - perguntou Asta.
- Ele é tão forte assim? - perguntou Azuli.
- Ele é forte assim? - perguntou Noelle, quase no mesmo instante que Azuli. O que as fez entreolharem-se e depois desviar o olhar novamente para Yami.
- Nas cartas, é. - respondeu Yami.
- Cartas?! - os três perguntaram, sem entender.
- Deixou-nos com uma mão na frente e outra atrás. - disse Yami.
- E sem seis meses de salário!
Azuli - Por que...
Asta - ...esses dois...
Noelle - ... se estão a gabar?
- E nós acabámos por prometer que faríamos o que ele quisesse se perdêssemos, e ele pediu-nos que cuidássemos de uns javalis selvagens por ele. - continuou Yami.
- Um monte de javalis apareceu e estás a arruinar os campos. - disse Magna.
- Pergunta! Nós não temos nada a ver com isso, né? - perguntou Asta.
- Isso! Vocês é que perderam! - disse Noelle.
- Exato! Por que não vão vocês e cumprem a promessa? - perguntou Azuli.
- Idiotas! Estão a pedir ao Yami para cuidar dos próprios erros dele?! - gritou Magna, novamente com a mesma expressão delinquente.
Azuli - Normalmente...
Asta - ... é isso...
Noelle - ... que se faz.
Os três pensaram com os olhos em branco, em choque.
- Nós é que limpamos os erros do Yami! - exclamou Magna.
Yami levantou-se, expeliu fumaça, e perguntou: Vocês vão ou vão morrer? Qual vai ser?! - perguntou com um olhar assustador.
- Nós vamos! - os três responderam imediatamente, com medo.
- Pode ser só para caçar javalis, mas é a nossa primeira missão como Cavaleiros Mágicos! Que empolgação! - exclamou Asta.
- É, talvez encontremos algum bandido ou ladrão pelo caminho! - disse Azuli, entusiasmada.
- Não devias estar animada para isso! - disse Noelle, com uma gota de suor cómica atrás da cabeça, pelo o que Azuli disse.
- Eu preciso de cuidar de javalis? - perguntou Noelle, preocupada.
- Qual foi? Ainda vais reclamar? - perguntou Magna.
- Não estou a reclamar, mas... Só estou a pensar se devo ir, já que não consigo controlar os meus poderes mágicos. - admitiu Noelle.
- Idiota! - Magna disse, o que surpreendeu Noelle, que estava de costas para ele.
- Isso tu consertas rapidinho depois de algumas missões! - disse Magna.
- E... eu vou limpar todos os erros que cometerem, já que sou vosso veterano. - Magna disse, com as mãos na cintura.
- Uou! Magna, tu és mesmo um homão! - elogiou Asta a admirar Magna.
- Para com isso, Astúpido. Estás a deixar-me com vergonha. - disse Magna, claramente tendo gostado do elogio.
- S-Se insistem... Acho que vos acompanharei. - disse Noelle, fingindo-se de superior, mas visivelmente corada.
- Muito obrigado! - agradeceu Magna.
- Hehahah! - Azuli riu-se com a cena.
- Espera aí. Por que tu sempre menosprezas os outros assim? - perguntou Magna.
- Não é isso, é que vocês sempre serão inferiores a mim. - disse Noelle, como se fosse óbvio.
- Que raio de motivo é este?! - Magna gritou, indignado.
- Então... Usa a tua magia espacial para nos levar até ao Vilarejo Saussy. - disse Magna.
- Vilarejo Saussy? - perguntou Finral, desconhecendo o nome. - Hm... Não. - respondeu depois de pensar um pouco.
- Que historinha é essa? - Magna confrontou Finral.
- É que só posso visitar locais distantes, que eu nunca vi, se eu os tiver marcado com os meus poderes mágicos. - esclareceu Finral, com uma mão na frente do rosto de Magna.
- Hã?
- Eu não tenho como ir para onde eu nunca fui. - dito isto, Finral foi embora, mas não antes de piscar o olho para Azuli e Noelle.
- Inútil! - disse Magna, frustrado, com uma mão atrás da cabeça. - Acho que não temos escolha. Vamos de vassoura.
- Magna? - exclamou Asta, com o braço no ar.
- Diz, Asta.
- Eu não consigo voar de vassoura!
- Magna? - disse Noelle, com a mão no ar.
- Sim, Noelle.
- Nem eu.
- Magna? - disse Azuli, com o braço no ar.
- Fala, Azuli.
- Eu também não.
- Como é que é?! É sério?! - gritou Magna enquanto esganava Asta, e as meninas assistiam. - Como é que não conseguem fazer algo tão fácil, palermas?! Isso é o básico do básico! - gritou ele enquanto balançava Asta para a frente e para trás.
- Eu não tenho nenhum poder mágico! Hahahahaha - gabou-se Asta.
- Estás a orgulhar-te disso?! - perguntou Magna.
- E eu não tenho controlo sobre os meus poderes! - exclamou Azuli.
- Já disse que isso não é algo para se gabar! - gritou Magna, já com os cabelos em pé, literalmente, com o orgulho que eles falam.
- Eu também não controlo os meus poderes mágicos. Por isso, não consigo, seu idiota. - disse Noelle.
- E tu aí, a achar-se a maior?! - exclamou Magna, tendo que ouvir mais um palerma.
Tendo soltado Asta: Acho que não temos escolha. Vou ter que vos levar no meu possante. - disse com um sorriso no final.
- Possante? - perguntaram os três.
Lá fora...
- O nome dele é Crazy Cyclone! - gritou Magna, orgulhoso, a apresentar a sua estranha vassoura.
- Que incrível! - gritou Azuli, com estrelinhas brilhantes nos olhos, impressionada com toda a decoração.
- Q-Que demais! - gritou Asta, com estrelas nos olhos.
- Não é? Não é sinistro? - perguntou Magna.
- É incrível! - disse Azuli, entusiasmada.
- É demais! - disse Asta, empolgado, com os punhos levantados ao nível do peito.
- Brega. - Noelle disse e virou a cara.
- O quê?! Tu não compreendes esta forma majestosa? - perguntou Magna.
Depois de respirar fundo: Brega! - Noelle respondeu de novo, deixando os outros três com cara de parvos a olhar para ela.
Antes de decolar, Magna estava a respirar fundo e a suar.
- Vamos! - gritou Asta, com estrelas nos olhos.
- Em frente! - gritou Azuli, com estrelinhas brilhantes nos olhos.
- Vai ficar tudo bem? - perguntou Noelle, que via a dificuldade de Magna.
- Ahhhhhh! Um homem nunca volta atrás no que diz! - gritou Magna. - Lá vamos nós! - disse enquanto concentrava mana nas mãos e colocava no Crazy Cyclone. - Voe!!!!
- Ahhhhh! - gritou de medo a Noelle.
- Uouhhhh! - Azuli e Asta gritaram de entusiasmo.
- Que tal? O Crazy Cyclone aguenta quatro passageiros! - disse orgulhoso. Eles agora estavam no alto.
- Ah! Ei, voa sem balançar! - disse Noelle.
- E-E-Ei! Não chegues tão perto! - gritou Magna. E depois disso ele começou a balançar mais ainda a vassoura.
- Tu só podes estar a brincar, seu delinquente! - disse Noelle.
- Quem é que estás a chamar de delinquente? - nisso, Magna acelerou mais ainda.
- Isto é demais, Magna! Nós e o vento somos um só! - exclamou Asta, divertido.
- Não te mexas tanto, Asta! Eu ainda caio! - disse Azuli, que estava a ter dificuldade em segurar-se em Asta enquanto voavam.
- Se não quiseres morrer, chega mais perto! - avisou Magna.
- Desculpem, é para já! - exclamou Asta, ainda empolgado.
- Ei! Onde tu estás a encostar? - perguntou Noelle com um pequeno rubor, exaltada, por Asta envolver a sua cintura com os braços. Por essa razão, Noelle bateu em Asta fazendo-o cair e, consequentemente, Azuli, que estava atrás de Asta a usá-lo como apoio.
- O que deu em vocês três?! - perguntou Magna, passado com o que estava a acontecer.
- Ahhhhhhhhhhhhh! - gritaram Asta e Azuli, que estavam a cair depois do choque de serem atirados para fora.
Felizmente, antes que os dois caíssem no lago, Magna conseguiu apanhá-los. Cada um deles estava em um chifre do Crazy Cyclone, com lágrimas nos olhos brancos, como é o caso do Asta, e com os olhos a andar à roda, como é o caso de Azuli, que ficou a girar enquanto caía.
No Vilarejo Saussy...
Perto da entrada do vilarejo, quatro homens saíram por um portal.
- Bem a tempo. - disse um homem desconhecido a olhar para um relógio de bolso.
Com dezenas de javalis selvagens à sua frente, o homem pegou no seu grimório e congelou-os com um feitiço de gelo.
- Então é aqui que está a pedra mágica... - disse o homem, a olhar de cima de uma colina para o vilarejo. - Nós vamos encontrá-la.
- Sim, senhor! - exclamaram os seus subordinados ao mesmo tempo, que obedeceram à ordem imediatamente, transformando-se em água e desaparecendo.
Após a partida dos subordinados, o homem virou-se para os javalis congelados e soprou, o que fez com que o gelo e, consequentemente, os javalis se estilhaçassem.
- Torne-se um com a bruma. - disse o homem.