7#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar

20-03-2025

Cap. 7 - Primeira missão

O sol já se levantou. E o mesmo fizeram os Touros Negros.

As manhãs começam cedo para os Cavaleiros Mágicos. Há muitas coisas que precisam ser feitas.

- Ahhhhhh!

- Ahhhhhhhh!

Azuli e Asta decidiram fazer uma competição para ver quem dos dois era o mais rápido a realizar as tarefas domésticas da Base dos Touros Negros. Por essa razão, os dois começaram a manhã logo com muito emoção.

Eles limparam o chão, depois a biblioteca, lavaram a roupa...

- Ah? - enquanto lavava as roupas, Asta deparou-se com roupas íntimas da Vanessa.

- Sério, Asta? - perguntou Azuli a provocar Asta, que após ficar em transe a olhar para a roupa íntima caiu em uma poça de sangue que deitou volumosamente pelo nariz.

- Desse jeito, vencer-te será muito fácil! - continuou a provocá-lo, enquanto usava a sua magia de água para lavar toda a roupa de uma vez, com várias esferas de água a girar com peças de roupa separadas por cor.

- Ainda não! Ainda estou na competição!! - Asta pôs-se a postos de novo e começou a lavar a roupa loucamente. - Ahhh! - continuou a gritar enquanto trabalhava.

Porém, novamente, encontrou uma roupa íntima e caiu de novo no chão, a sangrar pelo nariz.

O próximo trabalho... cuidar de feras...

As feras, como sempre estavam agitadas, emergidas na escuridão da jaula.

Depois de pensar um pouco, Azuli decidiu tentar um coisa..., talvez funcione.

- Senta! - exclamou Azuli com um pedaço de carne na mão.

Surpreendentemente, as feras sentaram-se quietas.

Funcionou. - pensou Azuli, surpreendida.

- Pronto, pronto. Bom menino. - Asta falava enquanto andava em direção à jaula para oferecer a comidas às feras. - Aqui. - ofereceu a carne às feras.

Contudo...

- Ahhhhh! -Asta gritava, enquanto se rebatia.

Afinal, parece que não funcionou... - pensou Azuli com cara de conhecimento, mas que não se importava.

A cabeça de Asta estava dentro da boca da fera mágica.

Mesmo que o trabalho dos Cavaleiros Mágicos seja difícil... Tu tens de encará-lo, mesmo que acabes engolido por uma fera. E...

- Vais tu? - perguntou Azuli, a afastar-se um passo mais longe da porta.

- Não, não, as meninas primeiro. - disse Asta, a dar dois passos para trás.

- Os cavalheiros devem abrir a porta às damas. - insistiu Azuli, que deu um passo atrás.

- Eu insisto. Tu primeiro. - disse Asta, agora encostado à parede.

- Eh..., está bem, vamos a isto, os dois. - disse lentamente a última parte, enquanto apontava para si e para o Asta.

- Ah..., está bem. - disse Asta, desanimado.

Agora perto da porta com uma cabeça de touro de pedra pendurado, os dois sabiam por Vanessa que o seu capitão ficava irritado ao ser acordado. Com uma imagem mental do Yami com a sua aura medonha e o seu olhar assassino, eles engoliram e respiraram fundo.

Cá vou eu. - pensaram os dois, enquanto levantavam as mãos, prontos para bater na porta.

- Não me acordem! Ou eu mato os dois! - gritou Yami, do outro lado da porta, antes que os dois novos recrutas pudessem bater na porta.

Azuli - Foi mal!

Asta - Desculpe!

Ambos gritaram enquanto corriam para longe.

- Mas foi o senhor mesmo que nos mandou acordá-lo todos os dias! - gritou Asta.

Cavaleiros Mágicos também precisam de lidar com pedidos ilógicos.

Agora fora da base...

Azuli e Asta estavam a estender a roupa no estendal.

- Cara, nós trabalhámos para caramba o dia todo, desde que o sol apareceu. - disse Asta, a limpar o suar da testa. - Cavaleiros Mágicos têm mesmo muito trabalho a fazer.

- Espera aí, qual é a diferença disto para o que eu fazia na igreja? - exclamou Asta a agarrar a cabeça com as mãos.

- Ai, eu não compreendo por que temos de ser apenas nós a tratar de todas as tarefas da casa. - disse Azuli, com os braços cruzados. - Eu quero ir em uma missão! - disse ela, entusiasmada com a ideia de ir em uma missão pela primeira vez.

- Eles devem estar a preparar-se para uma missão super importante e não têm tempo para isto! - disse Asta, também entusiasmado com a ideia das missões.

No refeitório...

Os Touros Negros estavam reunidos em um canto da mesa do refeitório a tomar o pequeno almoço.

Não tem nada além de carne para o pequeno almoço. - pensou Noelle, desgostosa com o que via pela mesa, enquanto comia.

Age normalmente, Azuli, como se visses a tua irmã todos os dias, desde sempre. - pensou Azuli, a comer devagar para tentar parecer normal, o que não resultou. Ela estava com um olhar muito distante e sem foco que quase comeu um guardanapo.

- Ah? - expressou Azuli, que tirou imediatamente o guardanapo da boca assim que percebeu.

- Eh, está tudo bem Azuli? - perguntou Asta, com um olhar inocente, quando viu a Azuli mastigar um guardanapo.

- Hã, ah sim, estou ótima, a comida está ótima. - riu-se nervosamente enquanto voltava a comer. Foco Azuli, foco! - pensou ela depois de falar com o Asta.

- Então está bem. E tu, Noelle. - disse Asta, agora com a cabeça virada para Noelle, que estava no lado esquerdo dela. - Por que tu não nos ajudas a limpar e tal?

- Limpar? Mas eu sou da realeza. - Noelle respondeu como se fosse óbivio.

- Mas és novata, assim como eu e a Azuli! - Asta disse, desta vez com a voz mais alta.

- Eu nunca limpei ou lavei roupa na vida. - disse Noelle.

- Isso é lá coisa para se gabar? - Asta apontou para Noelle enquanto falava.- Não estamos no mesmo esquadrão? Tu devias ajudar-nos com essas coisas, não achas Azuli?

Azuli, que estava à direita de Noelle, juntou-se à divertida discussão, enquanto os outros Touros Negros continuavam a comer: É claro, afinal, há muito o que fazer. - a olhar para os dois.

- Mas eu sou da realeza.

- Por que estás a falar assim comigo? - perguntaram os dois a Noelle, um pouco inclinados em sua direção.

- Calem-se, seus vermes. - Noelle disse.

- Droga! - disse Asta.

- Então, bem... O que os Cavaleiros Mágicos fazem, afinal? - perguntou Azuli a dirigir-se para o Magna, que estava no outro lado da mesa, dois lugares para a direita. Ela sabia que os Cavaleiros Mágicos protegiam o reino, mas até agora ela não viu como o fazem.

Essa pergunta também despertou o interesse de Asta: Verdade, eu também não sei o que os Cavaleiros Mágicos fazem. - disse a olhar para Magna.

- O quê?! Estão mesmo a perguntar-me isso? - disse Magna a dar a volta à mesa e depois a pegar no gola da camisola do Asta. - Nós protegemos o reino, fazemos a segurança, e é o trabalho mais másculo do mundo, ô, mané! Por que vocês quiseram alistar-se, se nem sabem do que se trata? - exclamou enquanto olhava entre os dois.

O eu tinha o objetivo de encontrar a Noelle. Foi mais fácil do que imaginei. - pensou Azuli enquanto olhava para a Noelle, distraída com a cena no fundo da sala, com o canto do olho.

- Foi mal... Eu serei o Rei Mago... Eu vou acabar por cuspir tudo! - Asta disse enquanto estava a ser sufocado pelo aperto de Magna.

- Ahahahaha! - Vanessa riu-se da cena.

- Eles são bem animados de manhã cedo. - disse Finral a olhar para a cena.

- Essa animação é ótima. Será que eu consigo um pouco? - Gordon perguntou, quase inaudivelmente, ao lado de Finral.

- Droga. Mostra-lhes o que os Cavaleiros Mágicos fazem, sua bruxa beberrona. - pediu Magna, que tinha soltado o Asta, a Vanessa, que estava a beber vinho.

- Bom, nós cuidamos da segurança do povo... Algo Assim? - Vanessa respondeu enquanto enchia a taça de vinho mais uma vez. Terminada de beber o vinho: Dá até para chegar perto de um nobre quando tu recebes a missão de protegê-lo.

- Entendi. - disse Asta, sentado.

- É um trabalho divertidíssimo quando se pode enfrentar todos os inimigos que quiser. - Luck disse entusiasmado. - Se eles forem criminosos, ninguém fica no teu pé, podem bater neles à vontade! - disse Luck enquanto dava socos no ar.

- E o mais importante, é um trabalho maravilhoso que a minha irmã respeita muito. - disse Gauche a mostrar um foto da sua irmã Marie. - Ela não é um anjo? Fora que eu posso comprar-lhe o que ela quiser com o meu salário. - dito isto, ele começou a sangrar pelo nariz. - Mas se vocês os dois encostarem um dedo na Marie, eu mato-vos. - disse com um olhar desafiador, espantando os três novos recrutas.

Azuli - Então e tu, Finral?

- É o melhor trabalho do mundo, onde eu salvo raparigas e sou popular. - disse enquanto agitava o copo.

Com cada resposta que recebiam, os três faziam a mesma expressão de desentendidos.

- Hã? - eles viraram-se para Gordon.

- Claro, eu digo. Somos amigos, afinal. - Gordon falava em um tom que ninguém conseguia ouvir. A maneira como ele agiu fez os três estremecerem.

- Ah!!

- Charmi? - Asta dirigiu-se à pessoa que fez o estranho barulho.

- A-Acabou a comida! - dramatizou Charmi, que levantou as mãos, fazendo os três suspirarem ou ficarem com a boca aberta, sem saber como reagir, foi o caso de Azuli e Asta.

- E eu ainda estou de estômago vazio. - disse enquanto abria o seu grimório. - Magia de criação de algodão: Ovelhas Cozinheiras!

Três ovelhas mágicas apareceram e começaram a cozinhar.

- Vamos comer! - com essa magia, os novos recrutas estavam surpreendidos a olhar para a comida em cima da mesa.

- Quem é o Cavaleiro Mágico que pode comer um montão de comida?! - Charmi disse enquanto baba lhe escorria pela boca. Os três recrutas olhavam para ela de boca aberta de surpresa.

- Chuuu.

- Hã, Grey? - disse Azuli, com o surgimento de Grey atrás deles.

- Hã?! - os três expressaram, quando fumaça apareceu em todo o lado.

Com os quatro sentados, Grey entre Noelle e Azuli, eles tiveram uma surpresa: Bom, basicamente, é um bom trabalho. - disse Grey na forma de Azuli com uma mão apoiada no ombro da verdadeira Azuli.

- Ele está igual a ti. - disse Noelle.

- Espero trabalhar contigo em uma missão em breve. - disse Grey, com a empolgação característica de Azuli.

Azuli - Certo... - logo de seguida Grey voltou à sua forma de homem.

Com os três a olhar para Grey: E-Eles são todos esquisitos... - disse Asta.

- Será que este é o esquadrão certo para mim? - pensou Noelle, com um rosto em dúvida.

- Se pegarem nisto, e isto, e colocar junto, fica uma delícia. - em cima da mesa: Experimenta, vai! - ofereceu Charmi a Asta um grande pedaço de carne com molho.

- Não, estou cheio, valeu. - Asta recusou com as mão à sua frente.

- E aí? Deu para entender o trabalho dos Cavaleiro Mágicos agora? - Magna perguntou.

- De jeito nenhum. - respondeu Azuli direta, com a cara de inocente de sempre que ela respondia diretamente, o que causou uma veia saltada na testa de Magna.

Nem um pouco! - pensou Asta enquanto Charmi enfiava um pedaço de carne na sua boca.

- Mas que... - Magna ia responder, mas a porta saltou das dobradiças, o que chamou a atenção de todos os Touros Negros.

Com um rosto sério, Yami disse: Vamos, Magna.

Certo, Yami! - disse Magna, igualmente sério.

- Temos uma missão. - Magna disse sério aos demais.

- Uma missão dos Cavaleiros Mágicos? - Asta e Azuli falaram para eles mesmos.

- Posso ir com v-...

- Eu vou com v-...

- Não! - disse Magna de costas. Magna rejeitou as tentativas de Azuli e Asta de irem na missão. - Não podemos envolver crianças. É uma missão importantíssima para adultos. Certo, estamos a ir.

- Ei! Não partam tudo enquanto estivermos fora. - avisou Yami, que fumava.

- Certo! Divirtam-se! - Vanessa acenou para eles, bêbada.

- Capitão! Vai lutar comigo quando voltar? - Luck estava levantado enquanto falava, com um punho cerrado na altura do peito, entusiasmado.

- Voltem logo. Vou esperar. - disse Gordon, com um rosto triste.

- Voltem até o jantar! - disse Charmi.

- Posso ir logo ver a Marie? - perguntou Gauche, com sangue a escorrer pelo nariz. - Estou com abstinência.

- Chuuu. - Grey só soltou fumaça.

- Acho que vou flertar... Digo, vou em uma missão também. - disse Finral, que piscou o olho à Noelle e à Azuli, que estavam próximas a ele.

Será que era para eu estar aqui? - Noelle, desviando o olhar para longe de Finral.

Eles pareciam bem sérios... Em que consiste essa missão? - pensou Azuli.

Em um lugar desconhecido...

A tensão era palpável... Yami e Magna estavam em problemas.

- Isto é muito mau! - pensou Magna.

- Hehehe! - riu-se um homem desconhecido com um sorriso.

- E agora vocês os dois... já eram.

- Flush. - disse o desconhecido.

- Não tenho nada! - disse Yami.

- Dois pares. - disse Magna.

- Hahahahahahah! - o desconhecido riu-se dos dois, que estavam quase completamente nus, sentados nas suas cadeiras.

Após informados os conjuntos de cartas, Yami e Magna levantaram-se e despiram a única coisa que ainda os tapavam, eles tiraram os seus fundoshi, o que fez a empregada do cassino virar o rosto, claramente sem vontade de ver tais coisas.

- Hahahahah! Que sensação boa! - o velho riu-se, alegre.

- Droga! Meio ano de salário... - disse Magna.

- Tu ainda tens muito a aprender, Magna. O senhor também, Capitão! Bom, muito bom! - disse o velho, divertido. - Agora posso comprar uns presentes ótimos para todo o mundo no vilarejo no caminho a casa.

Sentando-se, Yami disse: Vamos a mais uma.

- Yami? - disse Magna, apreensivo.

- Hã, mas não tem mais nada para apostar, tem? Não tens mais roupa, nem dinheiro. - perguntou o velho.

- Sim! Estamos peladinhos da silva! - disse Magna a Yami.

- Não, ainda tem uma coisa. - disse Yami de olhos fechados. - Ei, velho! Vamos a mais uma. Se vencermos, recuperamos tudo.

- Oh, e se perderem?

Com um sorriso, Yami foi buscar algo: Aqui! - disse Yami, que bateu o seu grimório na mesa, com um sorriso confiante.

- Yami, mas... - Magna esperava dar algum juízo a Yami.

- Então, vamos a mais uma! - disse Yami, confiante.

- Ei, não devia fazer isso! - o velho disse, desacreditado que Yami estava disposto a apostar o seu grimório.

- É, Yami! - Magna continuava a chamar Yami à razão.

- Cala a boca! Usa este momento para superar os teus limites! - exclamou Yami a Magna, assustando-o.

- Mas, sabe... - disse o velho a suspirar e a inclinar a cabeça para o lado. - Certo. Se perderem, que tal fazerem tudo o que eu mandar? - perguntou, agora mais sorridente.

- Tudo? - perguntou Yami, a olhar para o velho.

- Tudo? Lógico que o Yami não vai aceitar... - disse Magna, convicto que o seu capitão não aceitaria.

- Feito. - responder Yami.

- Hã... O Yami aceitou! Estou dentro! - Magna disse com entusiasmo. - Velho Seyhe, é melhor rezares! - disse a apontar para o velho.

- Vamos ver quem vai ter que rezar... - respondeu o velho, confiantemente.

A empregada começou a baralhar as cartas e a entregar uma a uma a cada um.

Ao ver o conjunto de cartas, Magna pensou, com um sorriso: Acho que vai dar!

Após olhares entre os oponentes, eles revelaram os conjuntos.

Na base dos Touros Negros...

- Pronto, pronto. Bom menino. - Asta aproximava-se das feras com um pedaço de carne. Apesar dele e de Azuli já terem estado lá, eles não haviam terminado de os alimentar.

Mas como sempre...

- Ai, ai, ai, ai, ai! - Asta gritava enquanto se rebatia para se soltar e tirar a cabeça dentro da boca da fera.

Azuli e Noelle apenas observavam.

- Ei, não fiquem aí paradas! Ajudem-me!

- Eu não quero aproximar-me dessas feras. - respondeu Azuli, que não tinha desejo nenhum de ter a cabeça dentro da boca da fera.

- Eu sou da realeza. - respondeu Noelle, com os braços cruzados. - Devias estar grato por me ter dado ao trabalho de sair da cama.

- Como é?! Ai, ai, ai, ai! - disse Asta, antes da fera o tentar a engolir mais.

Será que ela é mesmo assim, ou foi influência do ambiente tóxico da família Silva? - pensou Azuli, a tentar adivinhar e a imaginar o que aconteceu à sua irmã durante estes anos.

Finalmente tendo conseguido se libertar da fera: Eu achei que ia morrer...

- Muito bem, Asta! - aplaudiu brevemente Azuli.

- Tu és forte. - disse Noelle, virada para Asta.

- Bom, eu treino! - disse Asta, inclinando-se para Noelle.

- Hahahah!

- Capitão Yami e Magna... - Os três olharam em direção dos dois, que vinham em sua direção.

- Será que terminaram a missão? - perguntou Noelle, até que percebeu. O capitão e Magna estavam completamente nus. Com isso, ela pôs as mãos a tapar a boca enquanto corava.

Estão nus...? - Azuli não sabia como reagir. Ela apenas continuou a olhar.

- Aquele velho tinha um royal straight flush mesmo! - disse Yami, com a cabeça virada para Magna, que estava ao seu lado. - Quem iria imaginar? Ele é demais! - Yami riu-se.

- Nós não somos páreo para o velho Seyhe! - Magna disse, por alguma razão, com um certo carinho ou orgulho na voz.

- As pessoas ficam mesmo fortes quando estão a arriscar alguma coisa. Hahahaha! - riu-se Yami.

Agora perto dos novos recrutas, Noelle virou-se, ainda a corar, enquanto Azuli olhava em transe e Asta sem entender nada.

- Ei Az, Astúpido, Lady Noelle, voltámos! - Magna disse.

- Fiquem felizes! Vocês vão sair na vossa primeira missão como Cavaleiros Mágicos. - disse Magna.

- Hã?! - expressaram os três, olhando para a direção deles.

Com eles tão próximos, vendo Azuli em transe, novamente, Noelle decidiu tapar-lhe os olhos, ao que Azuli não reagiu, e voltou a virar a cabeça um pouco para o lado.

- Vamos dar-vos a vossa primeira missão. - disse Magna, empolgado, em pé, enquanto Yami ficava sentado no sofá na sala da base. Eles já estavam vestidos.

Azuli - Esta vai ser...

Asta - ... a nossa primeira missão...

Noelle - ... como Cavaleiros mágicos.

- O-O que vai ser? - perguntou Asta, curioso.

- Quem vamos ter que enfrentar? - perguntou Azuli, pronta para testar os seus poderes e o controlo sobre eles, a arriscar a sua vida no processo.

- Acho bem que seja algo digno da realeza. - disse Noelle.

- Sim, deviam ficar honrados. Vocês vão caçar javalis selvagens no vilarejo Saussy!

- Javalis... - questionaram Azuli e Asta.

- ... selvagens? - Noelle continuou o questionamento.

- Q-Que missão mais idiota é essa? - perguntou Noelle com uma expressão engraçada e fofa, com uma gota de suor na bochecha.

- O que estás a chamar de idiota?! - gritou Magna, indignado, com o seu olhar delinquente.

- Eu consigo derrotar um javali selvagem com as minhas próprias mãos! - disse Asta.

- Eu também. É bastante fácil. - disse Azuli.

- Não subestimem javalis selvagens! - Magna também gritou com eles, com a mesma expressão que fez a Noelle. - Eles têm atacado do nada! Nunca ouviram falar do termo "colocar a roça na frente dos javalis"?!

Expirando o fumo do cigarro pela boca, ami disse: Nós acabámos de perder para o presidente do Vilarejo Saussy.

- Hã?! - os três recrutas espantaram-se com essa informação.

- O-O capitão Yami e o Magna perderam? - perguntou Asta.

- Ele é tão forte assim? - perguntou Azuli.

- Ele é forte assim? - perguntou Noelle, quase no mesmo instante que Azuli. O que as fez entreolharem-se e depois desviar o olhar novamente para Yami.

- Nas cartas, é. - respondeu Yami.

- Cartas?! - os três perguntaram, sem entender.

- Deixou-nos com uma mão na frente e outra atrás. - disse Yami.

- E sem seis meses de salário!

Azuli - Por que...

Asta - ...esses dois...

Noelle - ... se estão a gabar?

- E nós acabámos por prometer que faríamos o que ele quisesse se perdêssemos, e ele pediu-nos que cuidássemos de uns javalis selvagens por ele. - continuou Yami.

- Um monte de javalis apareceu e estás a arruinar os campos. - disse Magna.

- Pergunta! Nós não temos nada a ver com isso, né? - perguntou Asta.

- Isso! Vocês é que perderam! - disse Noelle.

- Exato! Por que não vão vocês e cumprem a promessa? - perguntou Azuli.

- Idiotas! Estão a pedir ao Yami para cuidar dos próprios erros dele?! - gritou Magna, novamente com a mesma expressão delinquente.

Azuli - Normalmente...

Asta - ... é isso...

Noelle - ... que se faz.

Os três pensaram com os olhos em branco, em choque.

- Nós é que limpamos os erros do Yami! - exclamou Magna.

Yami levantou-se, expeliu fumaça, e perguntou: Vocês vão ou vão morrer? Qual vai ser?! - perguntou com um olhar assustador.

- Nós vamos! - os três responderam imediatamente, com medo.

- Pode ser só para caçar javalis, mas é a nossa primeira missão como Cavaleiros Mágicos! Que empolgação! - exclamou Asta.

- É, talvez encontremos algum bandido ou ladrão pelo caminho! - disse Azuli, entusiasmada.

- Não devias estar animada para isso! - disse Noelle, com uma gota de suor cómica atrás da cabeça, pelo o que Azuli disse.

- Eu preciso de cuidar de javalis? - perguntou Noelle, preocupada.

- Qual foi? Ainda vais reclamar? - perguntou Magna.

- Não estou a reclamar, mas... Só estou a pensar se devo ir, já que não consigo controlar os meus poderes mágicos. - admitiu Noelle.

- Idiota! - Magna disse, o que surpreendeu Noelle, que estava de costas para ele.

- Isso tu consertas rapidinho depois de algumas missões! - disse Magna.

- E... eu vou limpar todos os erros que cometerem, já que sou vosso veterano. - Magna disse, com as mãos na cintura.

- Uou! Magna, tu és mesmo um homão! - elogiou Asta a admirar Magna.

- Para com isso, Astúpido. Estás a deixar-me com vergonha. - disse Magna, claramente tendo gostado do elogio.

- S-Se insistem... Acho que vos acompanharei. - disse Noelle, fingindo-se de superior, mas visivelmente corada.

- Muito obrigado! - agradeceu Magna.

- Hehahah! - Azuli riu-se com a cena.

- Espera aí. Por que tu sempre menosprezas os outros assim? - perguntou Magna.

- Não é isso, é que vocês sempre serão inferiores a mim. - disse Noelle, como se fosse óbvio.

- Que raio de motivo é este?! - Magna gritou, indignado.

- Então... Usa a tua magia espacial para nos levar até ao Vilarejo Saussy. - disse Magna.

- Vilarejo Saussy? - perguntou Finral, desconhecendo o nome. - Hm... Não. - respondeu depois de pensar um pouco.

- Que historinha é essa? - Magna confrontou Finral.

- É que só posso visitar locais distantes, que eu nunca vi, se eu os tiver marcado com os meus poderes mágicos. - esclareceu Finral, com uma mão na frente do rosto de Magna.

- Hã?

- Eu não tenho como ir para onde eu nunca fui. - dito isto, Finral foi embora, mas não antes de piscar o olho para Azuli e Noelle.

- Inútil! - disse Magna, frustrado, com uma mão atrás da cabeça. - Acho que não temos escolha. Vamos de vassoura.

- Magna? - exclamou Asta, com o braço no ar.

- Diz, Asta.

- Eu não consigo voar de vassoura!

- Magna? - disse Noelle, com a mão no ar.

- Sim, Noelle.

- Nem eu.

- Magna? - disse Azuli, com o braço no ar.

- Fala, Azuli.

- Eu também não.

- Como é que é?! É sério?! - gritou Magna enquanto esganava Asta, e as meninas assistiam. - Como é que não conseguem fazer algo tão fácil, palermas?! Isso é o básico do básico! - gritou ele enquanto balançava Asta para a frente e para trás.

- Eu não tenho nenhum poder mágico! Hahahahaha - gabou-se Asta.

- Estás a orgulhar-te disso?! - perguntou Magna.

- E eu não tenho controlo sobre os meus poderes! - exclamou Azuli.

- Já disse que isso não é algo para se gabar! - gritou Magna, já com os cabelos em pé, literalmente, com o orgulho que eles falam.

- Eu também não controlo os meus poderes mágicos. Por isso, não consigo, seu idiota. - disse Noelle.

- E tu aí, a achar-se a maior?! - exclamou Magna, tendo que ouvir mais um palerma.

Tendo soltado Asta: Acho que não temos escolha. Vou ter que vos levar no meu possante. - disse com um sorriso no final.

- Possante? - perguntaram os três.

Lá fora...

- O nome dele é Crazy Cyclone! - gritou Magna, orgulhoso, a apresentar a sua estranha vassoura.

- Que incrível! - gritou Azuli, com estrelinhas brilhantes nos olhos, impressionada com toda a decoração.

- Q-Que demais! - gritou Asta, com estrelas nos olhos.

- Não é? Não é sinistro? - perguntou Magna.

- É incrível! - disse Azuli, entusiasmada.

- É demais! - disse Asta, empolgado, com os punhos levantados ao nível do peito.

- Brega. - Noelle disse e virou a cara.

- O quê?! Tu não compreendes esta forma majestosa? - perguntou Magna.

Depois de respirar fundo: Brega! - Noelle respondeu de novo, deixando os outros três com cara de parvos a olhar para ela.

Antes de decolar, Magna estava a respirar fundo e a suar.

- Vamos! - gritou Asta, com estrelas nos olhos.

- Em frente! - gritou Azuli, com estrelinhas brilhantes nos olhos.

- Vai ficar tudo bem? - perguntou Noelle, que via a dificuldade de Magna.

- Ahhhhhh! Um homem nunca volta atrás no que diz! - gritou Magna. - Lá vamos nós! - disse enquanto concentrava mana nas mãos e colocava no Crazy Cyclone. - Voe!!!!

- Ahhhhh! - gritou de medo a Noelle.

- Uouhhhh! - Azuli e Asta gritaram de entusiasmo.

- Que tal? O Crazy Cyclone aguenta quatro passageiros! - disse orgulhoso. Eles agora estavam no alto.

- Ah! Ei, voa sem balançar! - disse Noelle.

- E-E-Ei! Não chegues tão perto! - gritou Magna. E depois disso ele começou a balançar mais ainda a vassoura.

- Tu só podes estar a brincar, seu delinquente! - disse Noelle.

- Quem é que estás a chamar de delinquente? - nisso, Magna acelerou mais ainda.

- Isto é demais, Magna! Nós e o vento somos um só! - exclamou Asta, divertido.

- Não te mexas tanto, Asta! Eu ainda caio! - disse Azuli, que estava a ter dificuldade em segurar-se em Asta enquanto voavam.

- Se não quiseres morrer, chega mais perto! - avisou Magna.

- Desculpem, é para já! - exclamou Asta, ainda empolgado.

- Ei! Onde tu estás a encostar? - perguntou Noelle com um pequeno rubor, exaltada, por Asta envolver a sua cintura com os braços. Por essa razão, Noelle bateu em Asta fazendo-o cair e, consequentemente, Azuli, que estava atrás de Asta a usá-lo como apoio.

- O que deu em vocês três?! - perguntou Magna, passado com o que estava a acontecer.

- Ahhhhhhhhhhhhh! - gritaram Asta e Azuli, que estavam a cair depois do choque de serem atirados para fora.

Felizmente, antes que os dois caíssem no lago, Magna conseguiu apanhá-los. Cada um deles estava em um chifre do Crazy Cyclone, com lágrimas nos olhos brancos, como é o caso do Asta, e com os olhos a andar à roda, como é o caso de Azuli, que ficou a girar enquanto caía.

No Vilarejo Saussy...

Perto da entrada do vilarejo, quatro homens saíram por um portal.

- Bem a tempo. - disse um homem desconhecido a olhar para um relógio de bolso.

Com dezenas de javalis selvagens à sua frente, o homem pegou no seu grimório e congelou-os com um feitiço de gelo.

- Então é aqui que está a pedra mágica... - disse o homem, a olhar de cima de uma colina para o vilarejo. - Nós vamos encontrá-la.

- Sim, senhor! - exclamaram os seus subordinados ao mesmo tempo, que obedeceram à ordem imediatamente, transformando-se em água e desaparecendo.

Após a partida dos subordinados, o homem virou-se para os javalis congelados e soprou, o que fez com que o gelo e, consequentemente, os javalis se estilhaçassem.

- Torne-se um com a bruma. - disse o homem.


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