5#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar

20-03-2025

Cap.5 - Os Touros Negros

Debaixo do céu noturno, sob o brilho da lua, podia-se ver duas sombras.

Depois de ajeitar os seus óculos com um dedo, com uma expressão séria e a mão direita na cintura, um homem disse: Então tu és o novo recruta deste ano. Como te chamas? - perguntou ele, ríspido.

- Chamo-me Yuno. - respondeu Yuno, olhando para o homem à sua frente.

- Bom, eu sou o Klaus Lunettes. Tu não és da nobreza nem da realeza. Ele deixou um caipira da roça entrar para o nosso esquadrão. Mas o que será que deu no capitão Vangeance? Não estás a achar-te o maior só porque todos os capitães levantaram as mãos para ti no exame, não é? - disse Klaus, antipático. - Tu não serás aceito como membro do Alvorecer Dourado tão facilmente. - afirmou Klaus.

- Pois eu farei de tudo para ser aceito. - disse Yuno.

- Tens a língua solta. -disse Klaus, desgostoso pela resposta, dando as costas para Yuno e começando a caminhar. Yuno seguia atrás dele.

Na base dos Touros Negros...

O chão em frente à base continuava a arder enquanto Asta cuspia a terra que tinha entrado na sua boca e a Azuli perguntava-se o que acabara de acontecer, ambos após sair do leve estado de transe. Eles não ficaram calmos por muito tempo, visto que ambos eram um pouco impulsivos, eles começaram a correr novamente em direção à porta. Mas foram recebidos com outras três bolas de fogo: uma atingindo Asta, atirando-o para o lado, e as outras duas sendo defendidas por Azuli, que criou uma parede de água.

- Agora eu estou com raiva!! Prepara-te, canalha, eu vou acabar contigo!!- gritou um rapaz, com uma expressão zangada e afrontosa dentro da base.

- Eu nasci pronto! Vamos nessa! - respondeu o outro rapaz, empolgado, e que, aparentemente ,estava a lutar contra o primeiro rapaz.

- Toma isto!! - gritou o primeiro rapaz, atirando repetidamente bolas de fogo em direção ao segundo rapaz, com um taco de chamas.

- Eba! - disse o segundo rapaz, que esquivava de todas as bolas de fogo facilmente com o seu poder ativado que consistia em botas de relâmpagos, divertindo-se.

- Morre, canalha! - gritou o primeiro menino, lançando outra bola de fogo.

No meio do barulho e da confusão, uma mulher seminua deitada no sofá parecia desnorteada: Ai, pessoal, mas que zona é esta? - disse em tom de voz suave com a mão atrás da cabeça. - Oh, oba, eu bebi um monte, que dor de cabeça! - queixou-se.

- Hhm hhm menhame - uma menina pequena estava a deliciar-se compulsivamente com um monte de bolos à sua frente.

- Tu continuas adorável como uma anjo, minha irmãzinha Marie. - disse um rapaz, com sangue a escorrer pelo nariz a olhar para o espelho mágico a flutuar na sua frente. - Estejam calados, seus imbecis!! - gritou ele, para todos ouvirem.

- Chuuuu. - uma pessoa grande sem nenhuma expressão no rosto suspirou fumaça pela boca.

- Ai droga, o que se passa? - preguntou a mulher seminua.

Especados no local onde anteriormente tinha uma parede, estavam os recém chegados.

- Eles começaram de novo. - disse Finral, sem se surpreender com o caos que estava à sua frente.

Parece que estão todos muito animados aqui. - pensou Azuli, sobre os seus novos companheiros, com um sorriso e uma gota de suor cómica a acompanhar. Será que vai ser sempre assim? - essa ideia deixou Azuli um pouco animada, mas também com um pé atrás. Ela precisava tornar-se forte.

Eles são terríveis. Mas a partir de hoje eu também sou um Touro Negro! - com isso em mente, Asta gritou alto: Eu sou o Asta do vilarejo Hage, é um prazer conhecer-vos!!! Um dia eu vou ser o Rei Mago!!!

Mas de nada adiantou. A apresentação de Asta foi completamente ignorada, todos continuavam com o que estavam a fazer.

- Toma isto! - gritou o menino das bolas de fogo, enquanto o menino das botas de relâmpago se esquivava.

- Ai, silêncio aí! - disse a mulher de ressaca. - A única coisa de que me consigo lembrar foi que apostei com um velho sobre quem conseguia beber mais. - disse para ninguém em especial.

Um pouco ao longe da mulher de ressaca, sentada à mesa, uma menina baixinha tinha acabado de receber uma nova fornalha de bolos, trazidos por uma ovelha mágica: Obrigada!! - disse ela, com um sorriso e um punho no ar.

O homem enorme continuava a soltar fumaça.

Eles não estão a ouvir nada. - pensou Asta, desconformado, feito pedra.

- Esta aqui vai pelo meu pudim!! - disse o rapaz das bolas de fogo, disparando a bola em direção ao menino das botas de relâmpago, que se desviou rindo.

Azuli criou um escudo de água à frente dela e de Asta impedindo que fossem acertados pela bola de fogo.

- Essa foi por pouco!! - gritou Asta.

- Será que vocês podem calar-se? Não estão a ajudar a minha dor de cabeça. - disse a mulher de ressaca.

- Cala a boca, sua cachaceira!! - gritou o rapaz do fogo.

- Está calado, seu delinquente virjão! - disse a mulher, irritada, a confrontar o rapaz do fogo, agora levantada. A taça de vinho que ela tinha na mão bateu no rosto de Asta.

- Q-Q-Q-Quem é que tu estás a chamar de delinquente virjão?!! - disse o rapaz do fogo, o calor a subir nas bochechas.

- Não prestaste atenção! Vou matar-te! - disse o jovem das botas de relâmpago encostado a uma construção em madeira no alto, chamando a atenção do rapaz com cara de delinquente.

- Experimenta só e vais ver o que te faço! - gritou o delinquente. E começaram a lutar novamente.

- Já vos mandei calarem a boca!! - gritou o homem com a franja a tapar o olho esquerdo, irritado. - Em nome da minha irmãzinha angelical, Marie, eu vou matar todos vocês!

- Todos vocês... podem parar de partir tudo! - gritou Yami, partindo a parede atrás de si com o punho esquerdo com a força aprimorada por magia, o que causou um estrondo e mandou poeira por todo o lado.

Ao mesmo tempo, Azuli e Asta disseram:

Asta - Mandou parar, mas partiu a parede! - gritou, assustado .

Azuli - Fez a parede em pedaços! - gritou.

No momento seguinte, todos os olhares estavam em Yami.

- Capitão! - gritaram em animação ao ver o seu capitão enquanto corriam até ele, dando uma joelhada em Asta enquanto Azuli se encolhia para tentar não ser pisoteada.

- Capitão, isto é tão bom! Eu dou-te metade, eu dou-te metade! - exclamou a menina pequena, a mostrar um cupcake.

- Obrigada por tudo, senhor Yami! - um deles exclamou.

- Tens um momento, capitão? - alguém perguntou.

- Bem-vindo, capitão! Vem!

- Senta-te aqui, bebe comigo. - convidou a mulher bêbada.

Os comentários eram tantos ao mesmo tempo, que era quase impossível distinguir quem disse o quê.

- Yami, alguém se fez de engraçadinho consigo? Eu mato-os! - disse o rapaz com aparência de delinquente.

O seu companheiro de luta interrompeu-o e afastou-o: Capitão! Vamos enfrentar-nos hoje! -disse entusiasmado com um sorriso aberto. - Pode vir com tudo! - disse ele, a dar socos ao ar.

- Ignora essas crianças, vem beber comigo. - disse a mulher bêbada.

- Ei, come isto. - disse a menina baixa, oferecendo um cupcake. - Não parece delicioso?

- Sinto muito, cheguei ao meu limite. Posso ir ver a minha irmã agora? - perguntou o rapaz com o olho tapado pela franja.

O homem grande apenas soltou fumaça.

- Hahahahaha. Eu sei, eu sei. Então vocês adoram-me tanto assim? Então, fechem a boca. - disse Yami, mudando de uma expressão alegre para uma ameaçadora.

- Sinto muito. - disseram eles, sentando-se todos no chão ao mesmo tempo.

- Eu trouxe dois novos membros...- olhando para os lados, Yami perguntou: Onde estão eles?

Um pouco longe, ouviam-se gritos estrangulados, que fizeram com que olhassem para a fonte do barulho.

- Ali. - informou Finral.

Asta - Socorro!

Azuli - Ajuda!

Ambos estavam a ser esmagados pelo homem grande e corpulento, que também se tinha sentado no mesmo instante que os demais.

- O que estão a fazer aí? - perguntou Yami.

- N-Não, eu... - disse Asta, sem terminar a fala, cedendo à pressão.

Obviamente, não estamos aqui porque queremos. - pensou Azuli, com o rosto no chão, tendo cedido ao esmagamento.

Agora ao lado do capitão e em frente aos Touros Negros ainda sentados no chão, as apresentações foram iniciadas.

- Estes pivetes aqui são os outros novos membros. - disse Yami.

- Outros? - perguntaram Asta e Azuli em dúvida.

Ignorando a pergunta dos dois, Yami continuou: Hã, quais são os nomes mesmo?

- Sim! - exclamou Asta.

Asta adiantou-se e apresentou-se: O meu nome é Asta, do vilarejo Hage! É um prazer conhecer-vos.

Era a vez de Azuli: Eu sou a Azuli, do vilarejo Kai. - disse entusiasmada.

- Kai e Hage? Sério? Caramba, lá são as maiores roças. - disse o cara de delinquente.

- Ei, apresenta-os para os novos membros. - disse Yami, dirigindo-se a Finral.

- Ah, sim. Bom, ele vocês já conhecem, mas... Este é o Gordon Agrippa. - Finral apresentou Gordon.

- É um prazer. - disse Gordon, quase inaudível. Gordon era um homem de pele pálida que contrastava com os círculos negros que circulava os olhos, a mesma cor que pintava os seus lábios e as suas unhas. Os seus olhos são vermelhos e ele não aparentava ter sobrancelhas. A sua roupa consistia em um casaco e calças cinzentas escuras, com detalhes em vermelho, em especial, na parte inferior das mangas. Ele usava botas pretas até à parte inferior dos joelhos. Em relação a acessórios, Gordon usava um cinto preto sobre o casaco, o seu grimório estava pendurado no quadril esquerdo dentro de uma bolsa esquerda, e usava um chapéu cinzento escuro com uma faixa preta e com uma aba preta, o símbolo dos touros negros estava nele, na parte da frente.

- Ele é muito sombrio e misterioso, e nunca ninguém sabe o que se passa pela cabeça dele, mas é uma boa pessoa. - terminou Finral.

- E aqui, Vanessa Enoteca. Ela fica bem assanhada quando bebe. Bacano. - apresentou ele a olhar para a mulher. - Mas é uma ótima pessoa.

- Eu não fico assanhada coisa nenhuma. - Vanessa respondeu. Vanessa é uma mulher com longos cabelos ondulados cor de rosa que o mantém solto ao longo do dia. Os seus lábios eram pintados de um rosa claro e os seus olhos eram de um tom lilás. Quando ela está dentro de casa, ela opta por vestir apenas roupa íntima vermelha. Ela sempre usa o manto dos Touros Negros por cima da roupa.

- Hage e Kai... ambos são vilarejos do interior? - Vanessa perguntou.

Azuli - Isso!

Asta - Sim!

Vanessa aproximou-se com um sorriso no rosto, tudo parecia brilhoso quando chegou até aos dois: E vocês dois conseguiram entrar nos cavaleiros mágicos mesmo tendo vindo da roça, não foi. Vocês devem ter dado muito duro. - a olhar para o Asta, ela disse: O que achas de uma recompensa bem especial?

Em um fundo brilhante, Asta recusou, com uma expressão engraçada: Obrigada pela oferta, mas o meu coração já pertence a uma deusa chamada Irmã Lily. - uma imagem mental da irmã Lly apareceu atrás de Asta.

- Irmã? - Azuli, confusa, questionou.

Quando Asta lhe ia explicar, Vanessa começou a vomitar, o que os chocou e fez afastar comicamente.

- Continuando as apresentações... - disse Finral, atrás deles de repente.

- O quê?!- Asta virou-se para ele.

- Hã?! - disse Azuli, também virada para Finral.

O rapaz das botas de relâmpago levantou-se: Agora sou eu!

- Ele é Luck Voltia. Adora lutar, é obcecado por batalhas, mas é um bom rapaz. - apresentou Finral.

Empolgado, com os punhos elevados ao peito e um pequeno rubor rosa, Luck disse: É um prazer! Vocês gostam de lutar?

Luck Voltia é um rapaz de média altura. O seu cabelo loiro era desarrumado e longo o suficiente para cobrir as orelhas e a testa, e os seus olhos eram azuis claros. Ele usava uma roupa simples, que consistia: uma túnica larga azul clara, calças azuis cerceta com uma linha amarela de cada lado das pernas que tinham linhas cruzadas da mesma cor das calças, que apenas chegavam um pouco abaixo do joelho. Ele utilizava botas castanhas claras curtas, que eram um pouco folgadas do tornozelo para cima. Ele usava o manto dos Touros Negros por cima da roupa. O seu grimório ficava na parte superior do tronco, na frente, segurado por uma bolsa de couro castanha que estava presa ao tronco superior de Luck.

Entreolhando-se, Azuli e Asta responderam, incertos: Gosto...

- Eu adoro muito lutar, vamos lutar, vamos lutar! - disse Luck, a dar socos na mão levantada de Asta, que tinha gotas de suor visíveis.

- Vocês! Contemplem. - disse um rapaz com sangue a escorrer do nariz a mostrar uma foto de uma menina, chamando a atenção dos dois novos membros do esquadrão. - É a minha Marie, ela é um anjo.

- Entendi. - disse Asta, novamente com gotas de suor, sem querer continuar a conversa.

- É muito fofa. - disse Azuli, amigavelmente.

- Fica longe dela, ela é a MINHA irmã! - disse o rapaz, para impedir que a Azuli sequer pensasse em aproximar-se da sua querida irmã.

- Eh..., está bem! - exclamou Azuli, inclinada para trás devido ao rapaz ter-se inclinado na sua direção.

- Escutem, se algum de vocês encostar um dedo nela, eu mato-vos! - ameaçou o rapaz, com um rosto e olhar assustadores.

- O quêeeeee?!! - gritaram os dois, assustados e chocados.

- Ele é o Gauche Adlai, ele é meio obcecado pela irmã dele, mas é uma boa pessoa. - disse Finral.

Gauche Adlai, é um rapaz de pele clara e cabelo castanho claro desgrenhados. Ele tem um olho castanho, enquanto o outro olho está tapado pela sua franja. Ele veste uma camisa roxa com detalhes de couro castanho claro na parte superior do corpo e nos cotovelos, e calças castanhas acinzentadas que tinham duas linhas verticais na frente por todo o comprimento exceto nos joelhos, que eram rodeados também por linhas. Ele usava botas castanhas, mais escuras que as calças, que chegavam dez centímetros abaixo dos joelhos. Na sua cintura ele usava um cinto de couro com duas fivelas, que também tinha anexado a ele a bolsa que continha o seu grimório. Ele usava o manto dos Touros Negros por cima da roupa, tendo duas joias em cima do emblema dos Touros Negros.

- Ela é a Charmy Pappitson, ela come para caramba, mas é uma boa menina. - apresentou Finral, a olhar para a Charmy, que estava a deliciar-se com um cupcake.

- É um prazer! - disse Charmy entusiasmada enquanto erguia um punho. Charmy tinha aparência de criança. Ela era muito pequena e jovial, devia medir por volta de um metro e quarenta. A pele dela era clara, sempre com um rubor rosa arredondado nas bochechas. O seu cabelo era preto e estava preso em um coque, a sua testa era larga, e os seus olhos eram verdes claros. Ela vestia uma camisola branca larga com bolsos e umas calças pretas que terminavam um pouco abaixo dos joelhos. Ela também usava o manto dos Touros Negros.

- E aqui temos Grey. Eu não entendo essa pessoa, mas é boa gente. - disse Finral, enquanto Azuli e Asta estão em frente a um homem grande que soltava fumaça, esse era Grey.

Grey era uma pessoa muito alta e corpulenta. Os seus cabelos eram castanhos escuros e ele usava brincos com esferas vermelhas separadas por uma barrinha de metal, e os seus olhos eram brancos, sem pormenores. Ele usava uma grande túnica preta que ia até um pouco acima dos tornozelos e umas botas. Ele parecia sempre estar em volta de uma sombra. O seu grimório não estava à vista.

- Hã... oi. - disse Asta, com uma gota de suor.

- Olá. -disse Azuli, enquanto tentava ver melhor as características do Grey.

- E o Magna Swing, é um delinquente, mas é bom também. - disse Finral.

Magna Swing era um jovem rapaz magro e de pele clara. O seu cabelo é colorido por duas cores diferentes, emparelhadas: preto no meio, depois cinzento claro nos lados, e de volta ao preto, perto das orelhas. O seu cabelo no meio é esticado para cima, parecendo uma crista, enquanto as laterais estão penteadas para trás. Ele vestia uma T-shirt branca coberta por um casaco azul marinho que cobria só metade do dorso e não tapava todo o braço, e umas calças azuis marinhas com um cinto com uma fivela de metal, no qual se podia ver uma corrente de metal presa ao cinto. O cinto era utilizado também para prender a bolsa preta do grimório. Ele usava umas botas castanhas pretas com uma única risca branca na frente. As suas peculiaridades eram: a cicatriz com três pontos no lado esquerdo da testa, e os óculos com lentes roxas em forma de triângulo. Por fim, ele usava o manto dos Touros Negros por cima da roupa.

- Por que ele está a olhar assim para nós? - pensou Azuli, com o olhar de Magna sobre ela.

- Que medo! - pensou Asta enquanto estava a ser encarado pelo Magna.

Obviamente, o apresentador não podia ser esquecido: Claro, eu sou o Finral Roulacase. Eu sou super popular. - disse Finral com um sorriso aberto, um rosto confiante e a apontar para si mesmo com o dedo polegar.

Finral era um jovem esbelto de estatura média com a pele morena. Ele tinha cabelo loiro mel indisciplinado e olhos púrpuras. A sua roupa consistia em uma túnica verde musgo que ia até à cintura na parte da frente, onde estava um cinto castanho que segurava a bolsa do grimório, e longas caudas bifurcadas na parte de trás, as mangas eram compridas. Usava umas calças castanhas simples e botas verde musgo com pontas pontiagudas até quase à altura do joelho, onde começavam a ficar folgadas. Ele usava o manto dos Touros Negros por cima da roupa.

- E para terminar, o grande capitão dos Touros Negros, Yami Sukehiro! - exclamou Finral, com energia, enquanto apontava, estendendo o braço, para Yami como se estivesse frente à melhor pessoa do universo.

Yami é um homem alto e corpulento com a pele morena. Tanto os seus olhos como o cabelo eram pretos, o cabelo sendo curto e indisciplinado, um pouco penteado para trás. Ele tinha um bigode e uma barba mal feitas na cor preta. A sua roupa consistia em uma regata branca, calças pretas que tinham cobertura extra de couro castanho nas laterais das coxas e pelo resto do comprimento das calças. Essa parte do couro servia como cinto, para segurar a bolsa do grimório e para segurar a katana de Yami. Ele usava botas pretas, até pouco abaixo dos joelhos, com detalhes dourados e a parte do meio branca, em forma de triângulo invertido. O seu manto dos Touros Negros estava em ruína, todo rasgado sobre o ombro direito.

- Não vais dizer que ele é boa pessoa? - perguntou Asta.

- Muito obrigada por me aceitar! - Asta gritou agradecido para Yami, que estava à sua frente.

- Ah, eu também agradeço muito!! - gritou Azuli à pessoa que a aceitou no momento em que ela desistiu.

- Nós temos outros membros, mas eles estão em uma missão ou de folga ou a vagar por aí. - informou Yami. - Vejam se vocês se enturmam com o pessoal.

- Certamente, vamos ficar todos bem! - declarou Azuli.

- Tudo bem, vamos entender-nos muito bem! - gritou Asta.

- De novo, é um prazer conhecer-vos!!!!! - gritou Asta, muito, muito alto.

- Ai, a minha cabeça está a doer. - disse Vanessa.

- Mesmo sendo baixinho tu gritas para caramba, não é miúdo? - disse Yami.

- Sim!!! - respondeu Asta.

Com um olhar assassino, Yami olhou para Asta: Cala a boca.

- Desculpa. - disse Asta a tremer de medo, desta vez bem baixinho.

Com essa visão, Azuli estava a rir para si mesma, até que...

- E tu, do que estás a rir? - perguntou Yami, que estava agora atrás de Azuli com o mesmo olhar assustador e aura assassina.

Azuli saltou e virou-se para trás, vendo Yami com um ar arrepiante. - Eh... nada, de nada importante. - riu-se nervosamente, a tentar disfarçar a verdade.

- Haha. - ouviu-se um riso baixo atrás de Yami, era Asta, que estava com as mãos a tapar a boca para tentar parar de rir. Aparentemente, Azuli não foi a única que achava a situação em que o seu amigo se meteu engraçada.

Segundos depois...

- Ponham-nos a trabalhar. Mas tentem não matar os miúdos, heim? - disse Yami aos seus membros.

- O quê?? - exclamou Asta, sem acreditar.

- Como assim?? - exclamou Azuli, sem entender o que o capitão quis dizer com: trabalhar.

Nesse momento, Magna levantou-se e confrontou os dois recém chegados: Ouviram isso pirralhos?

- Hãhã. - confirmou Asta.

- Ouvi. - disse Azuli.

- O capitão Yami mandou-nos pôr-vos a trabalhar, e eu vou pôr-vos a trabalhar. - disse Finral a encarar ambos.

- Dois fracotes como vocês vindos da roça, uns excluídos de lá do fim do mundo. Eu nem sinto mana em ti. - esta última fala dirigida para Asta. - E mesmo assim tu és o novo membro dos Touros Negros, né?! Não sei como é que um paspalho sem poder mágico nenhum chamou à atenção! -

Batendo com o punho no símbolo dos Touros Negros do seu manto: Então, vocês querem ganhar um manto dos Touros Negros?

- Um manto dos Touros Negros, é incrível. - disse Azuli, que parecia estar fascinada a olhar para o manto. Será o meu primeiro passo, o primeiro passo rumo ao meu objetivo.

- Um manto de cavaleiro mágico. Ah, d-d-demais. - disse Asta, com suor a escorrer pelo rosto.

- É bem incrível, não é? - disse Magna. - E aí, vocês querem um?

- É óbvio que eu quero, por favor!!- pediu Azuli ansiosa com estrelinhas brilhantes nos olhos e as mãos juntas, como se estivesse a rezar.

- Mas é claro que eu quero, por favorrrr!!!! - pediu Asta com estrelas nos olhos

- Eu já entendi, vocês querem muito um destes, não é. Pois então, tu vais ter de lutar contra o braço direito do capitão Yami, o magnânimo Magna Swing!! Vocês dois entraram para os Touros Negros e vão ter de ser batizados.

Ah, que medo! - pensaram eles, ainda com as mesmas expressões de antes, mas menos empolgados, e mais assustados ao ver o Magna, que de repente parecia gigante com nuvens escuras atrás dele.

Fora da base, enquanto a parede da base era reparada magicamente...

- Oh pirralhos da roça, se vocês quiserem um destes terão de passar pelo ritual que eu vou apresentar!! - gritou Magna, ao longe.

- Certo! - gritou Azuli.

- Entendido! - gritou Asta.

- Ah, aí... ele está a inventar cerimónias de batismo de novo. - Vanessa disse enquanto bocejava de sono.

- Eu também quero participar! - disse Luck com um sorriso empolgado.

- Vocês conseguem conseguem conseguem conseguem... - dizia continuamente, Gordon, quase inaudível.

O sofá da base foi movido para a frente dela, agora estava cá fora. Para assistir à cerimónia de entrada inventada pelo Magna, alguns Touros Negros estavam sentados e outros estavam em pé, prontos para assistir. Alguns estavam mais interessados do que outros.

- Vamos começar!! - gritou Magna. - Mostrem-me se vocês têm fibra e resistência! Cinco mil abdominais!!

-Certo! - gritou Azuli em resposta.

- Isso! - gritou Asta em resposta.

Nesse momento, eles começaram a fazer o que Magna mandava com determinação e perseverança.

- Cinco mil flexões!! - mandou Magna, e eles fizeram.

- Levantem aquelas rochas, e depois partam-nas!! - mandou de novo. e eles fizeram.

Quando as pousaram, Azuli chutou a grande rocha e Asta deu uma cabeçada, magoando-se, o que fez com que Azuli começasse a saltitar só com o pé bom enquanto se queixava da dor, e Asta a rolar no chão, também a queixar-se da dor. Mas não desistiram, eles continuavam a tentar partir as rochas até conseguirem. Azuli estava tão ansiosa e frustrada que estava quase a usar magia, mas impediu-se, era proibido.

A observá-los, estava um pássaro com uma cara entediada.

- ... conseguem conseguem conseguem conseguem... - Gordon continuava a repetir constantemente a mesma palavra.

- Meu anjinho - dizia Gauche enquanto olhava para uma fotografia da Marie.

- Ah, eles não são de deitar fora. Mesmo sendo inútil e a Azuli... não sei o que lhe deu para não estar a usar os seus poderes.

- A magia é tudo neste mundo, então eles vão ter sérios problemas. Pelo menos eles têm muita energia. - disse Luck.

Respirando pesadamente e sem fôlego, Azuli e Asta perguntaram, mantendo os seus espíritos de luta:

Azuli - Que tal?

Asta - O que achaste?

- Eu já vi que vocês têm muita fibra. - disse Magna.

Aproximando-se de Magna rapidamente, em sincronia:

-Nós já te provamos, agora onde estão os nossos mantos? - perguntaram Azuli e Asta, retornando à empolgação de pouco antes de iniciarem a cerimonia. Asta tinha estrelas nos olhos enquanto Azuli tinha estrelinhas brilhantes nos olhos.

- Ainda não! Abaixem a bola, não vai ser tão fácil! - gritou Magna com um punho cerrado, cortando a empolgação dos dois, o que os fez encararem Magna com atenção. - Agora sim, chegou o teste final do vosso batismo. - disse Magna a Azuli e Asta que o encaravam sérios, atentamente. - Fiquem espertos, porque neste teste vocês podem usar magia e o que mais vocês quiserem. - disse Magna com um sorriso aberto largo, abrindo o seu grimório. - Primeiro enfrentarei Asta, depois a Azuli. Vocês devem desviar ou bloquear a minha magia de ataque. - disse ele, com o rosto sombreado pela luz que a bola de fogo que ele criou. - Se vocês conseguirem, vão ser oficialmente os novos membros dos Touros Negros, e vão conseguir os preciosos mantos. - Ambos assentiram.

- Tudo bem, deixa comigo! Eu vou dar o meu máximo! - gritou Azuli.

- Ok, podes deixar! Eu vou esforçar-me! - gritou Asta.

Gritaram ambos, com determinação, sem chance de falharem no teste.

- Parem de gritar! - disse Magna, rabugento.

Prevenindo para o que poderia vir a acontecer, Finral já foi abrir o seu grimório.

- Anda logo, pivete! Pega no teu grimório. - disse Magna com uma bola de fogo na mão direita.

Puxando a espada de dentro do grimório, que brilhava em um tom vermelho sangue: Está bem!!!!

- Nossa, o que foi isso? - perguntou Luck, admirado.

- É enorme! - Vanessa disse espantada.

A atenção de todos os Touros Negros foi despertada no momento em que Asta tirou a grande espada do grimório.

Os dois estavam a pôr-se a postos para a batalha.

Magna - E aí, estás pronto?

Asta - Estou pronto!!

- Receba!!! - gritou Magna enquanto se preparava para lançar o seu ataque.

- Podes vir, veterano! - gritou Asta.

Dezenas de bolas de fogo foram atiradas na direção de Asta, mas Asta conseguiu desviar de todas facilmente.

- Ham! Nada mal, pivete. - disse Magna, de lado com uma bola de fogo a mão.

- Isso! - disse Asta. Eu consegui. - pensou Asta.

- Mas agora... começa ... o verdadeiro teste!! - disse Magna, pausadamente, concentrado enquanto criava o seu próximo ataque.

Está diferente das últimas vezes. Parece ser mais poderoso. - pensou Asta.

- Que calor. - queixou-se Vanessa a abanar a mão em direção ao rosto.

- Magia de fogo: Bola de fogo... explosiva... bomba!! - Magna gritou pausadamente enquanto preparava o ataque e alterava a sua posição para puder lançar melhor.

- É sério isso?! - gritou Asta ao ver a poderosa bola de fogo ir em sua direção em uma velocidade alarmante.

Com a bola a avançar cada vez mais, Asta estava cético de que não seria capaz de defender ou esquivar - Morri.

Contudo, Asta começou a mover-se. O cérebro do Asta sabia por instinto, com os seus músculos bem treinados, a sua visão cinética, e o seu poder instantâneo, Asta conseguiu cortar magias e derrotar inimigos, mas a magia de Magna era veloz demais.

É muito rápido. - pensou Asta.

Mesmo que ele conseguisse cortá-la, o impulso do ataque não passaria impune. Ele seria atingido pelos estilhaços da magia.

Eu não vou conseguir! - pensou Asta.

Ao perceber os seus limites, o seu cérebro parou. No entanto... o seu corpo não tinha desistido ainda.

O corpo de Asta posicionou-se.

Os super reflexos tão bem treinados em seu corpo, resistiram mais uma vez.

E ele conseguiu encontrar uma rota de fuga,

-Ahhhh!! - Asta gritou pelo esforço.

Magna não podia acreditar. A sua magia estava a ir na sua direção. Asta refletiu o seu ataque com a sua espada.

Uma grande explosão seguiu-se onde Magna estava, agora tudo estava em chamas.

Parece que ele se superou. - pensou Azuli, feliz pelo seu amigo.

- Ele conseguiu acertar! - disse Luck.

- Que coisa incrível! - disse Vanessa.

- Já tem algum tempo que eu não preciso salvar o recruta novo. - disse Finral, ainda a olhar para a cena diante de si.

- Ele não conseguiu cortar, mas ele conseguiu rebater. - disse Yami, a olhar para a cena enquanto fumava. Aquela espada consegue cortar e repelir magia. Interessante. - pensou.

Que demais!! - pensou Asta. - Eu sabia que conseguia cortar magia, mas rebater? Esta espada é demais, eu pensei que fosse morrer! Foi por pouco! Mas o que aquele tipo tinha na cabeça, ele queria matar o recruta novo?! Será que ele morreu? - pensou Asta a olhar para onde estava o Magna. O lugar que agora estava a arder.

- Hãa? - Asta assustou-se levemente.

- Seu caipira miserável. - disse Magna, a sair de dentro das chamas com fumo a sair das roupas.

O quê?! Ele levou aquilo na cabeça e não aconteceu nada? - pensaram Asta e Azuli, nos seus respetivos lugares, incrédulos, com a boca aberta e os olhos brancos de susto.

- Eu consegui anular a magia, ela não me atingiu mas foi por pouco. - disse Magna a andar lentamente em direção ao Asta, com a cabeça um pouco inclinada para baixo e o manto a pegar fogo. - Eu quase me tramei com o meu próprio ataque!

Asta estava a tremer de medo do que o Magna pretendia fazer com ele por quase tê-lo matado.

- Seu canalha desgraçado!! Ahhhhrr- disse Magna, com uma voz que parecia que ele estava a falar com os dentes cerrados, que começou a correr na direção de Asta.

Agora agarrado aos ombros do Asta...

Medo, medo, medo, medo, MEDO!- pensou Asta enquanto era agarrado pelo Magna.

- Tu és da pesada, não é!! - Magna disse empolgado e a sorrir para Asta. - Ah ah ahah ah. -riu-se enquanto ajeitava os ombros de Asta.

Asta não estava a entender nada.

- Tu provaste da minha magia e mandaste-a de volta para mim! Ah ah, até que eu gostei disso! - disse Magna enquanto batia nas costas de Asta com força.

- Desculpa ter-te chamado de pentelho que veio da roça e não tem magia. - desculpou-se Magna. - Eu também vim de um vilarejo lá do interior. Eu sou de Rayaka, no lado de Hage.

- Ai, sério? Rayaka é bem interiorzão! - disse Asta, surpreendido.

- Olha só quem fala, o da magia fraca, ahah. - respondeu Magna.

- Não é que a minha magia seja fraca, é que eu não tenho nenhum poder mágico. - disse Asta, envergonhado.

- É o quê? Tu não tens nenhum poder mágico e mesmo assim conseguiste revidar o meu ataque daquele jeito? - disse Magna, impressionado.

- É isso mesmo. - disse Asta, receoso.

- Que coisa incrível, pirralho. Quer dizer que tu és mesmo especial. - disse Magna.

Com essa fala, os olhos de Asta brilharam de felicidade e esperança.

- Agora é a minha vez! - disse Azuli que veio de encontro com os rapazes.

- Claro, e não penses que eu vou pegar mais leve contigo só porque és miúda! - disse Magna.

- Nem eu queria isso! Eu posso muito bem dar conta de ti! - disse Azuli, com as mãos na cintura.

- Hã, nem penses que eu sou fraco! Não me subestimes!!- Magna disse aproximando-se de Azuli, frente a frente. - Esta luta foi meramente o aquecimento! Assim como vai ser contigo!!

Enquanto a pequena discussão continuava, os Touros Negros falavam entre si.

- Ora, eu mal posso esperar para ver do vai vir da Azuli. - disse Vanessa.

- Ela tem uma mana forte. Bem mais forte do que o Magna. - apontou Luck.

- Isso não define uma luta. É preciso de um bom controlo e gestão da magia, ou então não serve de muito. - disse Finral, juntando-se à conversa.

- Sabes de alguma coisa que nós não sabemos, Finral? - preguntou Vanessa.

- Eh, isso não interessa. O melhor é verem por vocês mesmos. - disse Finral.

- Bem, ela está nos Touros Negros, algum problema há de ter. - disse Gauche, tirando os olhos da foto da sua irmã Marie por um momento.

Com os outros...

- Muito bem, já chega! Não temos mais tempo a perder! - exclamou Magna. - Vamos começar a batalha!

- Está bem. - disse Azuli.

- As condições são as mesmas que a batalha anterior: podes usar qualquer magia ou o que tu quiseres para te desviares ou bloqueares os meus ataques. Exceto que, como o Asta rebateu a minha magia, vamos deixar as coisas mais interessantes.

- Interessante como? - perguntou Azuli.

- Durante a luta, vamos lutar como quisermos, atacar, defender, desviar, e por aí vai. A luta só termina quando algum de nós cair no chão. - explicou Magna, com um amplo sorriso confiante.

- Então é uma luta normal! - disse Azuli.

Tendo ficado sem jeito por um momento: Não, não. Em uma luta normal um de nós teria de morrer, desistir ou ser nocauteado. Nesta luta nós não iremos tão longe. O objetivo principal é derrubar o adversário, entendido?

- Hm, entendi. - disse Azuli, com os neurônios a funcionar a mil por hora. Ainda parecia uma luta normal para ela, ela muitas vezes era derrubada antes de ser capaz de vencer o oponente. - Então vamos a isso! - gritou empolgada, deixando de lado as suas dúvidas.

Yami e Finral, que conseguiram ouvir a conversa de onde estavam, começaram a ansiar pelo que viria em breve.

- Yami, é mesmo uma boa ideia continuar com esta batalha? - perguntou Finral a Yami, lembrando-se de todos os acontecimentos durante o exame de admissão.

- Hm, agora é tarde. Eles já vão começar, qualquer coisa tu impedes que eles se matem. - disse Yami, soprando o fumo do cigarro.

Embora já acostumado com as ideias de Yami, Finral ainda não se conformou. Suspirando: Ah, vamos ver o que vai sair daqui. - pensou Finral.

- Preparada? - perguntou Magna com o seu grimório aberto.

- Estou sempre pronta! - Azuli gritou em resposta.

- Aqui vai!! - disse Magna, iniciando o combate com dezenas de bolas de fogo normais.

Azuli defendeu-se, ela criou uma parede de água à sua volta. Nenhuma bola conseguiu ultrapassar a parede, mas Azuli sabia que não seria o suficiente para aguentar todos os ataques de Magna.

- Pensas lutar sem grimório? Vou avisar-te novamente... - disse Magna, que começou invocar um feitiço diferente. - Não me subestimes!! - gritou Magna, com um sorriso confiante no rosto, antes de lançar o seu ataque.

Tantas! - pensou Azuli. Centenas de bolas de fogo, desta vez com a força mais concentrada, mas do mesmo tamanho que as anteriores, iam em direção a Azuli, que estava cegada pelo brilho do fogo. Ela começou a desviar-se com sucesso das bolas, mas Magna não descansava. Ele continuava a lançar com mais força e intensidade a um ritmo alarmante. Sem ter por onde mais desviar, Azuli acalmou-se e concentrou-se: Santuário do Dragão do Mar! - disse mentalmente, visualizando o que desejava criar.

- O quê? - exclamou Magna.

A atenção dos Touros Negros foi para a batalha.

Eles viram Azuli a brilhar tão intensamente que as suas características desapareceram, apenas a sua figura humana permanecia, e depois viram-na dentro de uma bolha de água, que acolhia o brilho dela e o aumentava, junto do seu poder, e formava uma enorme estrutura de água que eles ainda não sabiam bem o que era.

- Achas que isso me impressiona? Pois, estás enganada! - gritou Magna diante da enorme e estranha construção de água.

Magna recuperou o fôlego por uns segundos e preparou o ataque novamente. Centenas de bolas de fogo foram em direção à estranha construção de água. - Toma isto!! - gritou Magna.

- É! - comemorou Magna até realmente perceber o que estava a acontecer. Assim que as bolas de fogo passaram pela construção de água, duas criaturas apareceram e desfizeram o poder que restou das bolas de fogo, que já haviam sido enfraquecidas pelos respingos de água, até não deixar vestígio da mana.

- Oh, o que foi aquilo? - perguntou Luck, curioso.

- Talvez sejam serpentes. - respondeu Vanessa, incerta com o que está a ver.

- Aquilo, na verdade são dragões do mar! - respondeu Asta.

Vanessa - Hã?

Luck - Eh?

Vanessa e Luck, e todos os outros Touros Negros: Dragões do Mar?

- Sim, olhem, eu também não entendo completamente, mas depois do exame de admissão a Azuli explicou que os seus feitiços todos estão relacionados aos dragões do mar. - explicou Asta.

- E em que consiste aquele feitiço, sabes? - perguntou Luck, apontando para onde Magna lançava incansavelmente bolas de fogo para a estranha construção de água. Sempre que as bolas entravam pela brecha que criavam ao evaporar a água, dragões feitos de água iam destruí-las.

- Sim! Bem, basicamente, é assim: primeiro a Azuli concentra e deixa fluir e expandir toda a sua mana por todo o corpo, ficando sem as suas características físicas como viram. Depois que ela é envolvida em uma bolha protetora, essa bolha protetora acumula toda a mana dela e cria aquela estrutura de água. Assim que o Santuário do Dragão do Mar é concluído, os dragões do mar têm o dever de manter a harmonia do santuário e de proteger o núcleo, que é...

- Que é a Azuli, não adivinhei?! - disse Luck, interrompendo Asta, mais ansioso ainda para lutar com a menina de madeixas rosas choque.

- Eh... Sim, exatamente. - disse Asta após ser interrompido, com uma expressão calma.

- Hmm. - expressou Yami. - Parece que recrutei dois pirralhos com habilidades estranhamente impressionantes. Interessante. - pensou Yami.

Água e fogo chocavam-se entre si. Depois de algum tempo a atacar sem descanso o santuário, os dragões começaram a ficar mais hostis.

- Mas que merda! - gritou Magna enquanto se desviava de um dos jatos de água e se afastava. - Parece que já não posso aproximar-me sem ser atacado. Vou ter de atacar de longe. Não posso mais estender esta luta, a minha mana não tarda acaba.

- Vamos a isto! - disse Magna a preparar o seu próximo ataque. Parece que não gostam de confusão, é uma pena porque é a minha especialidade. - pensou com um sorriso largo. - Magia de Fogo: Bola de fogo... explosiva... bomba! - gritou Magna, ao atirar uma gigante bola de fogo em direção ao santuário de água.

A bola conseguiu adentrar no santuário, causando um enorme desiquilíbrio. Vapor subia pelo ar.

Não vou aguentar muito mais. Tenho de pensar em um plano para derrotar o Magna e conseguir ser aceita como membro oficial dos Touros Negros. - pensou Azuli, dentro da bolha.

Poucos segundos depois, outra poderosa bola de fogo conseguiu entrar no santuário, causando um maior estrago e ter destruído algumas partes dos dragões. Azuli não estava a conseguir reconstruir o santuário à sua forma original, ela não tinha tempo. Grandes respingos de água saltaram para todos o lado, molhando um pouco os Touros Negros, incluindo Magna, que ficou encharcado, mas que não se abalou.

- Aqui vai outra! - Magna gritou, confiante. E espero que não se sigam muitas mais, a minha mana está quase a zero. - pensou.

Magna estava exausto. Ele utilizou muita magia, então ele estava quase nas suas últimas.

A última bola de fogo foi capaz de passar de uma ponta à outra, destruindo por completo o santuário, que se tornou em uma grande lagoa, embora não tão grande como seria se o fogo de Magna não tivesse evaporado uma boa porcentagem dela.

No momento seguinte, Magna percebeu no último instante, a água que estava no chão estava a envolver os seus tornozelos.

- Que droga! - disse Magna, a preparar uma bola de fogo para dissipar a água, mas não foi rápido o suficiente. Ele foi suspendido no ar enquanto era girado, até ficar enjoado, e foi atirado para longe, enquanto gritava.

Azuli era quem estava por trás disto. Segundos mais tarde de atirar Magna para longe, ela foi até onde ele estava.

- Venci. - disse Azuli a Magna, que estava caído no chão, a condição para vencer a batalha cumprida.

- Ah ah! Muito bem... Venceste! - disse Magna, exausto da luta.

- Até que enfim que acabou! Estou cansada! - disse Azuli, deitando-se no chão.

- Cansada? Só cansada? - Magna estava incrédulo com isso. - Eu poderia lutar mais mil vezes se quisesse, ah ah! - disse Magna, levantando-se em um impulso. - Eu sou o vosso veterano, não me canso!

- Hã... Pois eu também! Não estou nem um pouco cansada! - disse Azuli, também a levantar-se em um pulo.

- Hahahahahahahaha! - riram-se os dois. Só para, segundos depois, caírem no chão, exaustos.

- Azuli, conseguiste!! Vamos ficar os dois nos Touros Negros!! Não é incrível?! - quem falava era Asta, contente que ambos foram aceites no esquadrão.

- É, é incrível. - respondeu Azuli, simplesmente com um sorriso.

- Só dizes isso? A nossa aventura começa agora! - disse Asta com um punho erguido.

Um monte de passos foram ouvidos, o que chamou a atenção de Azuli e Asta. Eram os Touros Negros a felicitar e a elogiar os dois novos recrutas, todos ao mesmo tempo:

- Nada mal. - disse Vanessa.

- Vocês são incríveis! - disse Luck. - Vamos começar o segundo batismo, ok?

- De novo? - perguntaram Azuli e Asta.

Enquanto dava socos no ar, Luck dizia: Vamos tentar matar-nos. O que apenas fez os dois rirem em pouco.

- Hmm... Vocês têm talento, gostei de ver meninos. - disse Vanessa, inclinada sobre os dois.

- Hã... obrigado. - disseram os dois, com um pequeno rubor.

- Láaa, são bem deliciosos, querem provar? - perguntou Charmy, a mostrar um cupcake.

- Eh, sim, obrigada. - disse Azuli.

- Ah é, obrigada. - disse Asta.

- Aqui, podem dividir metade. - ofereceu Charmy, de repente a babar-se. - Quer dizer, metade da metade.

- Ah, obrigada! - disseram agradecidos. Depois de dividir a metade da metade do cupcake, os três comeram juntos.

- Está uma delícia! - disseram os três, com uma aura brilhante ao seu redor. Azuli com estrelinhas nos olhos e Asta com estrelas nos olhos.

- Ok, ok. - disse Finral a bater palmas para chamar atenção dos companheiros. - Ainda temos muita coisa para fazer agora.

- Estão aqui. Os mantos são todos vossos. - Magna entregou-lhes os mantos.

Mas antes que algum deles pegassem o seu, eles ficaram um tempo a contemplá-lo na mão de Magna. Os rostos deles ainda eram iluminados pelo fogo que ainda restou das lutas.

- Não vão querer, é? - provocou o Magna, puxando os mantos de volta para si.

-Não, eu quero! Dá-mo aqui! - disse Azuli, alarmada e ansiosa de felicidade.

- Eu quero! Eu quero sim, passa-o aqui! - disse Asta, com o mesmo sentimento de Azuli.

- Agora ele é meu. - disseram ao mesmo tempo, enquanto estendiam os mantos para o alto, e para a frente, no caso de Azuli, para ver melhor.

- É hora de vestir os mantos, meus queridos. - disse Vanessa, que pegou em um objeto mágico que fez com que pousasse nos respetivos donos, vestindo-os. Azuli, relutantemente, deixou a sua capa vermelha cereja de lado, para poder utilizar o manto dos Touros Negros. Ela mais tarde pensaria em como usar o manto e a capa ao mesmo tempo.

- Que fofos, aproveitando desde já... - Vanessa customizou a faixa de Asta e pôs o símbolo dos Touros Negros nele, e colocou o mesmo símbolo na bolsa do grimório de Azuli.

- Eh, até que ficou bem em vocês, não é, capitão? - perguntou Magna.

- Até que ficou bacano. - admitiu Yami.

- Agora é oficial, são um dos nossos. Agora são cavaleiros mágicos dos Touros Negros. - disse Magna. - Acho bom que vocês deem luta e não envergonhem o Yami e todos nós!

Nesse momento, Asta e Azuli estavam a tremer..., a tremer de empolgação.

- Obrigado! - gritou Asta.

- Obrigada! - gritou Azuli.

- É um prazer trabalhar convosco! - gritaram os dois, felizes.

- É!!!!!!!!!!!! - gritou o Asta, muito alto, com os braços levantados, em comemoração, o que fez os pássaros das redondezas voarem para longe.

- Fecha a boca. - disse o capitão, novamente com uma aura assassina e um olhar assustador.

Azuli ameaçava rir-se, mas perdeu a vontade com o olhar do capitão sobre ela. Que assustador! - pensou.

- Eu juro que vou ficar quieto!!!! - gritou de novo.

- O capitão mandou ficares calado. - disse Magna.

Ao longe, no terraço da base, encontrava-se uma menina de cabelo prateado.

- Aqueles são os outros recrutas novos? Que vermes. - disse a menina enquanto colocava o cabelo para trás com uma expressão fria.


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