45#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar

20-07-2025

Capítulo 45 - Batalha no Templo

Imprudente? Absolutamente. Aborrecida? Obviamente! O capitão Yami e aquele velho estarão com os olhos postos nas batalhas. Apesar disso... queria saber se nenhum dos dois notou o nevoeiro vermelho que se formou no chão atrás deles. Vi isto algures, em algum momento. Isto dá-me arrepios, contudo...

Longe dos olhares do seu capitão e dando um passo em frente, acima do pequeno nevoeiro vermelho em frente a Azuli, foi o necessário para ela sair da sala de observação. Nos momentos seguintes até ao momento presente, Azuli flutuava em um túnel vermelho, a sua cor fluía como o sangue a ser puxado pelo mar.

Por uma via milagrosa ou apenas um pico de consciência, Azuli sentiu-se como se uma flecha tivesse ultrapassado o seu peito. A sua cabeça doía com o pensamento que viera.

Na altura, eu pensava: quando alguém vai tirar-me daqui?! Mas agora... - Azuli olhou ao redor... O seu olhar finalmente amedrontado. - O que eu faço?!! Para onde isto me leva?

Com mil e uma perguntas, Azuli começou a debater-se como um peixe fora de água.

- Ei!! Ser desconhecido! Onde isto vai parar? - Azuli esperou uma resposta por uns míseros segundos. - Os meus amigos estão no templo a lutar, preciso ir ter com eles. Isto pode levar-me até eles, por favor?

Nenhuma presença era detetada por perto, Azuli estava sozinha nas sombras sangrentas. Arrependimentos haviam muitos, mas nenhum que colocasse juízo na jovem maga da água. Eles não eram o suficiente.

- Agradeço por me teres tirado daquela sala, seria difícil arranjar forma de escapar quando nem havia uma porta. - com a sua mão esquerda, Azuli pegava no broche do seu avô, que guardava dentro da sua capa. - Eu sentia-me fraca depois daquele susto com o peixe sinistro e então reparei em algo neste túnel. Não é a primeira vez que me ajudas... Obrigada! Está na hora de partir! Espero que não te importes, mas vou beneficiar-me da tua magia mais uma vez!

Que outra hora seria melhor para testar do que agora? - pensou Azuli, abrindo o seu grimório e colocando o seu broche acima de uma página.

Momentos atrás...

Hum? - curiosa, Azuli olhou para o chão. - Que névoa é esta? - colocando um pé dentro da névoa, Azuli senti-o afundar. A curiosidade passou a realização. Sem hesitação, ela desapareceu em segundos.

- Ahahahahaha! Ei, velhote! Esqueci-me de dizer isto antes... Vamos apostar e ver qual das equipas sairá vencedora! Eu aposto 10000 yuls! - rindo-se, Yami olhava para as batalhas enquanto folgava no sofá com uma bebida na mão.

- Tsk... Aqueles tipos ficaram muito confiantes... - reclamou o sacerdote, com os olhos postos nas telas.

Com os Touros Negros... nas diferentes áreas...

Asta...

- A minha espada é antimagia!! Essas magias não funcionam comigo!! - segurando na espada no alto, Asta saiu de perto do oponente caído. - Ohhhhhhhhh! Quem é o próximo?!

Magna...

- Só porque estamos rodeados de água, não significa que vou recuar... Vou fazer um banquete de pescado com todos vocês!! - exclamou Magna com o seu sorriso característico confiante, olhando para cima, onde o seu inimigo havia sido atingido pelo seu ataque de fogo.

Luck...

- Este tipo era um dos mais fracos, não era? Vou em busca dos mais fortes agora. - cantarolou Luck. O seu poder acompanhou a sua animação, faíscas apareciam ao seu redor constantemente.

Gauche...

- Vou terminar este disparate e ir logo brincar com a Marie. - disse Gauche que, diferente dos seus companheiros, não tinha um semblante sorridente. Por outro lado, um sorriso não era o importante, todos os quatro planeavam fazer o mesmo, todos tinham o mesmo objetivo - eles irão batalhar e derrotar todos os oponentes que se seguirão.

Na sala de observação...

- Assim mesmo, rapazes! Acabem com eles! - se uma pessoa se divertia com estas batalhas, essa pessoa era Yami. Lágrimas saltavam dos seus olhos após boas e longas risadas. Ao seu lado, outra pessoa remoía-se pelos resultados iniciais.

- Maldição... - o sacerdote, quem sugeriu o jogo, encolhia-se enquanto observava as lutas. Uma veia instalara-se na sua testa desde as recentes perdas. - O jogo ainda não terminou! Os sacerdotes que se mantêm não serão derrotados facilmente! Em especial, os três grandes sacerdotes cujo nível é de um mago de ranking superior.

Com Finral...

Desde o início correndo de qualquer ser vivo, Finral por fim escondeu-se numa gruta atrás de pedregulhos. Na entrada da gruta, metade do corpo de um homem debatia-se enquanto pairava.

Sem dar tempo ao silêncio se instalar, Finral espreitou por entre os pedregulhos e olhou para a a entrada da gruta.

- Esse esteve perto. - Finral suspirou de alívio e limpava o suor que escorria da sua testa enquanto olhava para o oponente preso no seu portal. - De jeito nenhum eu quero lutar com alguém tão forte!

Saindo do seu esconderijo, Finral esfregava o pescoço enquanto pensava.

- Tenho estado a tentar escapar para os pontos que marquei no exterior, mas não consigo... Pelo visto, só me teletransporto para onde posso ver...

- Ah, esqueci de mencionar, não podem abandonar o campo até o jogo terminar.

- É aquele velho?! - exclamou sussurrando em exaltação. Finral olhava repetidamente para os lados em preocupação.

Ele está a observar-nos? - pensou Finral.

- Finral! Por que diabos estás a tentar escapulir-te?! Se não lutares, eu mesmo mato-te!!

- Yami?! - Finral pulou.

Por que ele está com o velho? - pensou Finral.

- É realmente aborrecido se não lutas. - disse o velho, estalando os dedos enquanto olhava a tela onde mostrava Finral. - Eis aqui um pouco de intervenção mágica!

- Hum...? - expressou Finral, a sua cabeça virava para trás e os seus olhos arregalavam-se. Atrás de si, Finral sabia, mas teve de olhar para confirmar. Um enorme peixe olhava para ele inocentemente com seus olhos esbugalhados. Finral encarava o peixe, durou até ao momento que... - Ahhhhhhhhhh! - acompanhando Finral, o peixe abriu bem a boca, mostrando os seus dentes afiados ao jovem cavaleiro assustado, que começou a correr pela sua vida.

Em uma competição, o peixe nadou atrás de Finral até a ser o único na corrida. Os gritos de Finral cessaram por uns segundos, o peixe nadava calmamente após concluir a missão, mas o mesmo havia abrandado após sentir um desconforto no seu interior. Na frente dos seus olhos esbugalhados, o peixe via uma fenda abrir-se. A sua confusão alargou-se quando os gritos anteriores se intensificaram e um rapaz corria loucamente para longe de si.

- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!! - Finral, sem curiosidade, correu e correu sem olhar para trás.

- Ahahaha! Isto é tão divertido. - riu-se o velho ancião, corando, sentado no sofá na sala de observação.

- Maldito velho... - praguejou Yami, fumando o seu cigarro. - Isso é divertido! Mas traz algo parecido com isto também! Algo que realmente trate de matá-lo! Ahahahah! - Yami ria-se ao mostrar o desenho de um peixe com dentes afiados expostos que havia desenhado.

- Certeza que estás do lado dele? - perguntou o velho, espantado.

Nas áreas de batalha...

Com Charmy...

Uma grande sombra jazia sobre o lago que rodeava uma pequena mulher, que grunhia enquanto pelo esforço que fazia.

- Encontrei um excelente lugar para comer!! - exclamou uma voz estridente, contudo, abafada.

Levantando-se, Charmy abriu o seu grimório.

- Todo este ecossistema pertence-me! Ahahah! Tomem isto também! - gritou ela, atirando um rede de algodão para o lago na sua frente.

A rede estava cheia de peixes, uma dádiva para Charmy, mas um infortúnio para as ovelhas cozinheiras. Atrás da menina, uma ovelha cortava os peixes continuamente, um após o outro, o suor escorria-lhe pelo rosto, mas não caía.

Na sala de observação...

- O que aquela mulher anda a fazer? - perguntou o velho, olhando Charmy pela tela. Charmy arrastava uma rede com peixes até o chão rochoso.

Nenhuma resposta veio da parte de Yami.

Com Charmy...

- Encontrei-te! - uma voz aguda soou atrás de Charmy.

- Hã? - Charmy parou de comer ao ouvir a voz.

- Que linda presa! - exclamou a oponente de Charmy. A pessoa por detrás da máscara transbordava alegria.

- Então, tu encontraste-me... - disse Charmy, cabisbaixa. - Mas, neste momento, eu alimentei-me da mana do Templo Subaquático! Sentirás a ira dos meus dentes, assim como os peixes neste prato! Podes vir! - desafiou Charmy, em posição de batalha com o grimório na sua frente.

Ambas prontas para a batalha, um suave canto começou a preencher a área. Em instantes, um baque soou, um roncar seguiu-se.

- Ainda posso comer... - sussurrou Charmy, em meio ao seu sonho.

- Uma a menos. - declarou a sacerdotisa do templo.

Na sala de observação...

- Ahahahahah! Cair a dormir é o mesmo que ser nocauteado! - declarou o velho. A carranca que tinha foi substituída por empolgação, a empolgação de vencer animava-o.

- Ela não receberá comida esta semana. - disse Yami, olhando a tela, embora sem surpresa, a animação foi embora.

Na área de Charmy...

- Agora, a seguinte é...

Em outra área...

Ao redor da lâmina que cintilava ao ser brandida pelo dono, peixes de monstros marinhos eram fatiados com brutalidade. A pesada espada empunhada por Asta exigia maestria para a brandir eficientemente, mas não era o caso. A espada desviava do curso em que Asta a direcionava e o corte tornava-se imprevisível para o menino.

- O que tem aquele velho?!! - gritou Asta, balançando a espada e desfiando dois monstros marinhos. Asta terminava os últimos peixes e monstros marinhos quando sentiu outra presença na área.

- Maldição... Aquele velho tinha de nos atacar também? Por acaso seria para tornar a luta mais justa? - um dos oponentes dos Touros Negros permanecia sobre um monstro marinho, que desaparecia conforme a magia se dissipava.

Ele venceu aqueles peixes enormes na boa... Quem é aquele tipo? - questionou Asta, olhando o oponente, que não havia se virado para o menino antimagia ainda.

- Ah, como seja. Foi um bom aquecimento. - disse o oponente, que empunhava duas espadas iguais. Terminando a sua linha de pensamento, o oponente mascarado virou-se para Asta. - Ei! És o Asta, não és?

- Hm...?! Sim, sou eu...! - gritou Asta, surpreendido e numa postura defensiva, tentando afastar a confusão em sua mente.

- Ouvi sobre ti! A tua espada pode anular magia, é isso? - o oponente falava animadamente, a sua voz era alta e as suas frases diretas.

- Como sabes disso?! - por outro lado, Asta cada vez mais ficava na defensiva, pasmado pelas informações que o homem na sua frente detinha sobre si.

- Isso não é importante! - exclamou o oponente, posicionando as suas espadas de forma a acompanharem os seus movimentos. - Agora comtempla a minha dança! - cantarolou o rapaz.

- O quê?!! - num volume estridente, a voz de Asta ecoou pelos ouvidos do oponente.

Por que ele começou a dançar? - questionou Asta, mentalmente.

Apesar das dúvidas, Asta constatou uma coisa.

- Essa dança é incrível!! - exclamou ele, com o punho cerrado e os olhos enfeitados de estrelas enquanto o seu rosto corava.

- Esta dança seria reconhecida na superfície também? - perguntou o oponente, claramente animado.

- Eu acredito que sim! - gritou Asta.

Com a aprovação de Asta, o mascarado começou o tópico que ansiava falar.

- Eu sou o Kiato! O meu sonho é tornar-me em um bailarino que todos no reino queiram ir ver!

De repente, ele começou a contar o seu sonho... - pensava Asta, a sua mente tornando-se u redemoinho de informações.

- Contudo, há um problema... Apesar de ser permitido ir até às costa s do reino, é nos proibido entrar nas suas cidades. Mas se eu ganhar esta batalha, o eu avô, que é o Sumo Sacerdote, com a sua autoridade, ele disse que nos permitirá entrar no interior do reino! - exclamou Kiato, dançando apaixonadamente.

Acho que já vi alguém parecido recentemente... - pensou Asta, os seus olhos em branco enquanto observava Kiato dançar.

- É por isso que vou derrotar-te... pelo bem do meu sonho!! - gritou Kiato.

Em meio à dança, Kiato atacou Asta com as suas espadas enquanto rodopiava velozmente, forçando Asta para trás, levando a terra com os pés consigo.

Que rápido!! - pensou Asta, que estava a ser arrastado para trás enquanto a sua espada debatia com as espadas de Kiato.

- Eu quero converter-me em Rei Mago e proteger todos os cidadãos do reino! - Asta contra-atacou. A máscara de Kiato desprendeu-se do rosto enquanto o mesmo recuperava o equilíbrio. - É pelo bem do meu sonho que vou derrotar-te!! - gritou Asta.

- Parece-me bem...! - exclamou Kiato, esquivando-se para longe do ataque de Asta. - Vamos lutar com tudo! Pelo bem dos nossos sonhos! - com um sorriso exposto, a exaltação de Kiato era evidente aos olhos de Asta.

Em outra área...

Em uma área rochosa, o rio enchia o lugar dos ecos da sua corrente. Sobre uma área mais alta do local, uma sacerdotisa do templo olhava Noelle com a sua máscara posta.

- Kahono. Pensei ser imaginação ter sentido a tua mana mais cedo, mas o teu KI não engana.

Expondo o seu rosto, a oponente de Noelle olhou-a novamente.

- Tenho esperado por ti, Noelle! - exclamou Kahono, oferecendo um sorriso contente à sua amiga.

Com Azuli...

É uma eternidade, mas estou quase lá, finalmente.

Em meio em um mar vermelho, uma esfera azul pegava a tonalidade das brumas, porém o cintilar branco não abandonava as orlas da esfera de Azuli.

Santuário do Deus Dragão do Mar...

Em breve serei capaz de dominar o teu broche, tio, por agora, contentar-me-ei com isto!

Abaixo da esfera onde se encontrava Azuli, runas desengonçadas apareceram, com o tempo, assemelhando-se a fitas cujas palavras se alinhavam em frases. Em meio ao mar vermelho e a esfera de água, as runas rodearam a esfera e foram-se afastando e expandindo até o seu brilho ser a única prova da sua existência. Logo, as brumas e a esfera colidiram. O local era silencioso. Mas não invisível.

Reino do Dragão do Mar...!

Fora do Templo...

Em um estado atónico, os habitantes do templo olhavam para a frente. Os seus olhos tentavam encontrar alguma coisa, algo que não podiam ver mas sentiam alguma coisa mudar no ambiente.

- Papá... - com a sua mão pequena, um menino puxou a barra da roupa do seu pai.

- Está tudo bem, nada está a acontecer. - disse o pai, apesar de não ter olhado para onde o seu filho olhava.

- O dragão, pai, e ele não está sozinho. - mais uma vez, o menino indicou ao pai o motivo do seu olhar curioso.

De olhar em olhar, logo todos os habitantes viraram os seus olhares para a penumbra do templo. Da sombra, dragões nadavam tranquilamente ao redor do templo, nadando também pela cidade dos habitantes. Para além dos dragões do mar, foi nesse momento que todos perceberam finalmente o que os havia passado batido. A cúpula de ar da sua civilização havia desaparecido! No lugar dela, água preenchia cada canto da região.

- Ah! Humm... - um grupo de jovens amigos escondiam-se atrás uns dos outros, em um momento eles já não sabiam se continuavam a recuar o passo. Na sua frente, um grande dragão feito de água, com uma joia de diamante de quatro pontas violeta embutida na testa, nadava na frente deles extremamente lento. Decidindo superar a indecisão, todos os jovens decidiram chegar-se para os lados. Não houve problema. O dragão nadou adiante para o longe, passando entre os restantes habitantes, que iam abrindo caminho para a passagem sem questionar.


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