3#Miraculous: As aventuras de LadyNoir e MisterBug!

21-03-2025

Cap.3 - Tempestuosa

Na casa da Marinette...

- Oh, não, Manon~~ Dá cá isso. - Marinette pedia à criança ao persegui-la, que corria dela e se escondia pela sala.

Manon era uma pequena criança com os dentes grandes, ainda em crescimento e desenvolvimento, pele morena e dois totós a dividir o seu cabelo castanho escuro. Vestia um macacão lilás, com diversas flores nele.

E essa pequena menina fugia neste exato momento com o chapéu em que Marinette trabalhava. Quando Marinette o pediu de volta, uma frase familiar à azulada veio em resposta.

- Eu quero entrar no mundo da moda também. - Manon dizia, antes de fugir mais uma vez, mas não antes de pegar no telemóvel da sua baby-sitter. - A minha preferida é a Mireille, eu vou votar nela.

- Este telemóvel é meu. - aparecendo por trás, Marinette tirou-lhe o telemóvel, e para surpresa dela, Manon devolveu a "sorrateirice" e pegou novamente no chapéu, fugindo com ele.

Suspirando, Marinette questionou-se da razão de ter aceitado ficado com a criança.

- Porque ela faz de ti o que quer. E eu entendo! Os olhos dos gatos são os mais adoráveis do mundo. Lá nos tempos antigos fomos veneramos como os deuses patudos que somos. - sobre as costas de Marinette, Plagg apareceu. - Mas devo dizer-te, eu não consigo comer à vontade se tiver que esconder-me em ti a todo o momento com ela aqui. - pousando as patas sobre o ombro da menina, ele fez o mesmo com a cabeça, emburrado.

- Plagg, esconde-te. - a azulada sussurrou, acenando com a mão.

- Tudo bem, ela está ocupada demais em mexer em tudo lá na cozinha. - o kwami avisou, antes de desaparecer ao som da campainha.

Alya não esperou um segundo para dar as notícias.

- Tenho uma notícia fantástica para te dar. Advinha quem terá uma visita exclusiva ao estúdio de gravação da TV de notícias! - Alya mostrou-lhe o telemóvel, o edifício em questão sendo mostrada.

- Uma visita a um jornal? - a voz incerta da azulada entregou a sua falta de interesse, mas Alya estaria disposta a falar-lhe mais sobre.

- Sim! - a sua amiga exclamou, animada. - O meu blog não é nada sério, mas é o que eu gosto de fazer. Pesquisar, analisar, teorizar e informar! O jornalismo pode ser uma escolha interessante para uma carreira no futuro, quem sabe. Esta é um oportunidade e tanto para aprender um pouco sobre como o mundo lá dentro funciona, e claro... - ela aproximou-se de Marinette. - Eu quero a minha melhor amiga do meu lado.

- Entendo, uma jornalista, consigo imaginar-te nas grandes telas de TV a fazer reportagens em todo o mundo! - Marinette sorriu-lhe, antes dele estagnar abrutamente. - Mas... - o seu olhar voltou-se para uma pequena criatura a desarrumar a sala, mas quando olhou para Alya, parou de escutar Manon.

- Quem é esta? - Manon apareceu-lhe entre as pernas, subitamente.

- É, como podes ver... esqueci-me de um pequeno pormenor. - a azulada coçou a nuca.

- E quem é o teu pequeno pormenor? - Alya acenou à criança.

- É a Manon, filha de uma amiga da minha mãe. Fiquei a tomar conta dela esta tarde.

- Então, amiga, deixa comigo. - passando por Marinette, Alya foi de encontro com Manon.

A conversa entre as duas punha Marinette de queixo caído, Manon ia na conversa de Alya e Alya não caía nos olhinhos de gato de Manon. No fim das contas, Manon saía pela porta de casa de mãos dadas a Marinette.

- Tens jeito, para não ceder aos caprichos dela. - a azulada comentou, espantada, enquanto Manon a puxava pela rua.

- Lido com as minhas irmãs sempre que os meus pais ou irmã estão fora, então ganhei um certo jeito. - Alya explicou, passando pela passadeira.

Caminhando juntas, as três passaram pelo parque pelo caminho, encontrando um conhecido, mas esse estava ocupado.

- O Adrien trabalha até nos fins de semana? - com o canto do olho, Marinette observava a sessão de fotos do loiro. - Isso não é ilegal, ou algo assim, para alguém da nossa idade?

- Bem, não, o Adrien tem o apoio do pai e, desde que ele não ultrapasse as horas limite, tudo bem legalmente. - Alya esticou o pescoço para observar o rapaz também.

- Quem é o Adrien? - nas cavalitas de Marinette, Manon perguntou à azulada.

- O Adrien é um colega de turma nosso, é aquele rapaz loiro ali. - Marinette gesticulou para o rapaz sentado na fonte, dentro do parque. - É um modelo famoso. - ela explicou.

- Oh, é teu namorado?- a criança perguntou, abrindo um sorriso.

- Não, não. - Marinette abanou a cabeça em negação. - O Adrien é apenas um amigo, um bom amigo, como a Alya é. - ela esticou um sorriso sereno nos lábios, continuando a caminhar.

- Mas beleza não é algo que lhe falte. - Marinette escutou Alya falar.

- Oh, sério? - provocadoramente, foi como Marinette soou, sorrindo para a amiga.

- Nada disso. - Alya afastou o rosto de Marinette. - Eu não vejo o Adrien nada mais que um amigo. O que achas de combinarmos de ir à geladaria todos juntos mais tarde? Podemos chamar o Nino também. - ela sugeriu.

- Quero um gelado. Marinette, posso ter um de menta e morango? - inclinando-se para tentar ver o rosto da azulada, Manon perguntou. Mas ela devia saber que Marinette era um zero à esquerda no que competia a equilíbrio. Por pouco Manon não caiu para a frente, se não fosse Alya a colocar a menina de volta no chão.

Antes de voltarem a caminhar, uma voz chamou à atenção.

- Tudo bem aí, Marinette? - a voz familiar de Adrien adentrou nos ouvidos da azulada.

- Adrien! - ela cumprimentou, chegando perto das grades que separava o parque do resto. - Tudo bem, foi apenas um pequeno... desastre. Como vais, o dia está lindo para um dia no parque. - os seus olhos azuis do céu noturno vagaram pela área de dentro.

- Sim. - ele sorria. - Este dia está lindo, mas o trabalho preenche-o.

- Por tocar no assunto, Adrien, eu e a Marinette planeamos sair juntas mais tarde para comer um gelado. Vens? - segurando nos ombros de Marinette, Alya inclinou a cabeça para convidar o loiro.

- Eu adoraria. - ele começou. - Mas, o meu pai... ele seria contra. Quem sabe uma próxima vez! Até outro dia! - Adrien terminou com um sorriso confiante, antes de ser chamado de volta para a sessão.

- Nós tentámos... Coitado dele. - Alya pisava o pé com certa ferocidade no chão. - Aquele pai do Adrien é muito rígido com ele.

- Mas não podemos fazer nada, não agora. - Marinette entristeceu-se, antes de esquecer que tinha uma criança sob seu cuidado e que ela estava quieta demais. - Manon?!!

- Marinette! Quero um balão da Mireille! - Manon voltou para o colo da azulada a correr.

- Manon, não podes sair assim sem avisar, muito menos sozinha. - Marinette mostrou a sua preocupação.

- Mas encontrei uns balões da Mireille, e estou com fome também. - a pequena criança falou, a sua voz embargada de tédio e os seus olhos de fome.

- Que tal pararmos por aqui um tempo? - Alya sugeriu, voltando a atenção para Marinette. - Vamos comprar um balão para este piolhinho e talvez encontrar um café por perto e comer. Talvez, se o café for aqui perto, o pai do Adrien não intervenha e o deixe ficar um pouco. Assim fazemos-lhe companhia, não é, Marinette?

- Ah, ah! És uma génia, Alya! Vamos a isso: missão Adrien! - ela nomeou, correndo a sete pés, deixando um rasto de poeira atrás de si, onde deixou Manon e Alya em confusão.

Marinette observava a sessão fotográfica sentada na sombra da árvore depois que Alya se ofereceu para andar de carrossel com Manon, junto do seu novo balão.

- Ah, assim não, não! Falta alguma coisa. Falta... - o fotógrafo tentou enquadrar Adrien numa fotografia imaginária com os dedos em retângulo. - Precisamos... De uma miúda! - ele pulou com a realização.

Marinette comia uma maçã, cortesia de Plagg, que bateu a cabeça no tronco, forte o suficiente para a fruta cair na cabeça da azulada, e enquanto isso, ela não percebia o fotógrafo aproximar-se dela com um sorriso no rosto.

- Tu! - ele apontou, assustando Marinette, que pulou e, com o susto, a maçã foi desenvincilhando-se de mão em mão até parar, a salvo, entre ambas as mãos da Dupain-Cheng.

- Eu? - finalmente, Marinette perguntou, apontando para si, desconectada da realidade.

Enquanto isso, no estúdio do canal KIDS+...

- E agora, o momento que todos esperavam. Aí em casa, todos fizeram a vossa escolha! E a nova Miss Clima do KIDS+ é.... a Mireille!

Os aplausos de felicitação eram também de celebração, uma vitória para a jovem de cabelos negros foi um momento de felicidade para ela.

- Ahh, não te dão hipótese nenhuma. - enquanto aplaudia a vencedora, Alex simpatizou com Aurora, a outra concorrente. - Quem sabe numa próxima vez!

Ao som do nome de Mireille, Aurora saiu do estúdio irritada, carregando o seu chapéu de chuva/sol.

- Então, não fiques assim, a diferença entre as duas foi só de um milhão de votos! - Alex deu de ombros, levantando as mãos em busca de compreensão, mas o pequeno sorriso pela outra não saía de lá.

Como dizem algures "a tristeza de um, é a alegria de outro", e isso encachava-se em Falcão-Traça, aquele que estava de olho em Aurora.

- São tão fortes as vibrações emocionais, consigo sentir a raiva, a deceção, o instante em que a minha próxima vítima cairá. - ele imaginava, cerrando o punho perto do rosto. - Um alvo fácil para o meu akuma.

Ao juntar as mãos, a borboleta foi para o seu meio, receber o poder demoníaco.

- Vai, meu pequeno akuma, e enche o seu coração de maldade!

No elevador do prédio do estúdio de gravação, Aurora carregava freneticamente no botão do elevador, cabisbaixa. Ao fechar das portas, já dentro, ela desabafou.

- Eu é que devia ter ganho! Sou talentosa, super bonita, pareço uma estrela de cinema! - ela batia o punho no peito a cada elogio. - Enquanto ela não tem absolutamente nada! A vitória deveria ter sido minha! E roubaram-ma...!

Pondo fim aos berros de Aurora, a menina abaixou-se no elevador quando este travou. As luzes que o iluminavam tornaram-se nulas, apenas a de emergência azul rente ao chão permanecia. Olhando para pavor para o bicho que forçava a sua entrada para o interior, Aurora tentou afastar a borboleta negra com o seu longo chapéu de sol, mas o inseto desapareceu ao tocar o objeto.

Ao desaparecer da borboleta e o escurecer da ponta do chapéu, o rosto de Aurora caiu e ela deixou-se permanecer sentada.

- Tens toda a razão. Concordo, tu é que devias ter ganho. Foi te roubada uma oportunidade merecida na tua vida.

- Sim, eles roubaram o meu futuro. - Aurora levantou-se. Na frente do seu rosto, um símbolo roxo de borboleta pairava.

- Tempestuosa, eu sou o Falcão-Traça, e vou oferecer-te o poder para te vingares. Serás a minha Miss Clima. Em troca, deverás trazer-me os miraculous, o anel da LadyNoir e os brincos do MisterBug. O que me dizes?

- Aceito.

Sendo engolida pelo poder do akuma, Aurora mudou o seu aspeto, mas nem tanto a personalidade enervada. Um sorriso enfeitava o seu rosto ao sair do elevador com as suas novas vestes, que concebiam em um curto vestido bufante azul negro, a mesma cor que enfeitava tudo o resto, com exceção do seu rosto, que se tornara pálido, contrastando com o bronzeado solarengo suave, que condizia com os antigos cabelos loiros que agora passaram a ser negros e brancos. Uma máscara cercava os seus olhos enquanto o chapéu permanecia na sua mão.

- Gelo, fogo... Não. Água? Se eu fizer com que sol se aproxime, então teremos fogo e cinzas por todo o lado! - Tempestuosa sussurrava para si, andando entre os corredores do prédio. - Olá. - os seus sussurros foram totalmente interrompidas ao avistar a causa da sua revolta.

Na sua frente, segurando o prémio de Miss Clima, Mireille encolhia-se e tentava afastar-se da estranha menina que apareceu na sua frente.

- Eu sou a Tempestuosa, a única apresentadora meteorologista que nunca se engana nas suas previsões. E, portanto, tenho más notícias para ti. Prevejo fortes geadas e vão ocorrer aqui e agora! - Tempestuosa apontou-lhe o chapéu. Dele, fortes ventanias geladas congelaram a entrada do elevador, deixando Mireille presa no frio.

- Socorro. Tirem-me daqui! Ajudem-me! - tremendo, Mireille batia na camada de gelo freneticamente.

- Agasalha-te bem, não queremos cá doentes. - antes de partir, a akumatizada sorria para si mesma.

No parque...

- Nem são dezesseis horas que já começa a estar frio. - Alya esfregava os braços nus, a sua camisa de flanela não tendo mangas longas para a apoiar no trabalho.

- Oh? - Marinette voltou-se para ela. - É verdade, Alya, mas hoje a previsão do tempo dizia que até teríamos uma noite quente.

- A mamã diz que as previsões não são sempre 100% corretas! - Manon corria pelo parque com um sorriso no rosto, mas ainda conseguia ouvir a conversa das adolescentes de onde estava.

De repente, uma sensação de alerta percorreu o corpo de Marinette e o seu olhar vagou vagorosamente em todas as direções. A voz do fotógrafo a chamar a adolescente passava despercebida pela azulada, mas o olhar de Adrien pousou sobre ela, bem como sobre Alya.

- Tikki, o que é isto? Sentes? - sussurrando discretamente para dentro da camisa, Adrien fingia observar a paisagem enquanto tentar aquecer-se do frio.

- É um akumatizado, estás a sentir o que o poder dos brincos, ou seja, eu, posso ajudar-te a identificar sensações negativas e perigosas. Os brincos só te avisam de uma aura maligna num breve momento inicial, depois não volta mais, foi uma sorte estares atento. Tens de transformar-te, Adrien. - a pequena Kwami avisou aos sussurros.

- Manon, não estás com frio? - Alya ia até à menina, deixando Marinette a sós.

- Plagg. - a menina sussurrava, de costas para Adrien, ou melhor... Atrás da árvore em que havia estado à sombra momentos antes. - Este poder foste tu? Ainda agora. - ela acrescentou.

- Aquilo, Marinette, foi alguém a ser possuído pelo poder do mal. Neste caso, um akuma foi de encontro com alguém num momento frágil. Como aconteceu com o outro rapaz de pedra.

Compreendendo, o semblante de Marinette alterou-se. Olhando ao seu redor, a menina saiu do parque, mas não antes de dar uma desculpa a Alya de que ia ter com um conhecido ali perto apenas por um momento.

No parque, onde o sol batia e as folhas das árvores esvoaçavam levemente com as correntes de ar, o vento começou a arrancar as peças esverdeadas dos ramos das árvores.

- Tempestuosa, os miraculous! Trá-los a mim.

- Sem pressão, Falcão-Traça, está decidido que aquelas ratazanas de Paris irão receber um mundo de trovões e ventania. Não escaparão!

A risada de Tempestuosa, que flutuava sobre o parque, continuou até avistar mais balões de hélio da sua rival Mireille perto dela. O seu sorriso passou a um ranger de dentes e um aperto no seu chapéu foi necessário para ela não explodir toda a área em chamas, ativando um vulcão de verdade naquela área. Apesar do pensamento lhe ter passado pela cabeça, ela notou que o seu chapéu já não se mexia de acordo com os movimentos que ela fazia com o braço, a razão veio ao escutar a voz de baixo.

- Parece que apanhei um peixe dos grandes. - MisterBug sorria, a sua corda de yoyo esticada e enrolada envolta do chapéu de Tempestuosa. - O que me dizes, Rainha do Gelo, queres dar uma volta juntos pelo parque. Estava um belo dia... ainda há momentos. - ele suspirou de tristeza fingida.

A má disposição de Tempestuosa só piorou com a conversa unilateral de MisterBug, então, com esses sentimentos ela decidiu agarrar na corda do yoyo e desprender o seu chapéu.

- Oh. - os olhos verdes de MisterBug piscaram em realização.

Com um grunhido tedioso interior, Tempestuosa ofereceu ao herói um vento refrescante, que o levou a voar pelas ruas de Paris.

- Oh, que desilusão, eu pensava que as joaninhas voavam tranquilamente num vento leve destes.

Atrás da sua forma esparramada no chão, LadyNoir apareceu para ajudar o herói a levantar-se.

- Valeu bem a pena, My Lady, só para te poder ver mais uma vez. MisterBug planeou beijar a mão da parceira, mas sendo afastada por esta.

Afastando a cabeça do parceiro para longe, LadyNoir provocava: "Olha lá, agora não é altura para as tuas falinhas mansas, MisterBug, um "obrigado" era suficiente." - ela disse, com as mãos na cintura e um sorriso no rosto.

- A precisão é de chuva com trovoada, e vai começar... Agora!

Chegando perto dos heróis através do seu círculo de vento, Tempestuosa içou o seu chapéu e fez a chuva e os trovões caírem.

Lançando-se em MisterBug, LadyNoir tirou a joaninha do perigo.

- Oh, estes dias de chuva deixam-me a visão embaçada. Detesto eles! - LadyNoir queixava-se enquanto corria da akumatizada e dos trovões que caíam.

- Uma gata molhada é sempre mais perspicaz contra o perigo que uma gata seca, My Lady, já ouviste falar? - MisterBug sorria, desviando-se de um trovão.

- Não. Nunca ouvi tal besteira. - o rosto cético de LadyNoir encarava as costas às pintinhas do loiro.

- É uma pena, mas creio estar prestes a ver o ditado a tornar-se realidade. LadyNoir, para os lados!

Assim feito, ambos se dividiram e foram para cada um dos lados. Embatendo no solo, um dos trovões empoeirou a estrada de pedra e pintou-a de negridão.

Chegando a alturas maiores, ambos os heróis se esconderam nos edifícios médios ao redor.

- Onde estão?!

Eles escutavam a akumatizada gritar.

- Se não saem...

A atenção dos heróis espreitou Tempestuosa, que manejava o seu chapéu. Quando eles tentaram segui-la com o olhar, ela estava a afastar-se. Saindo do esconderijo, ambos voltaram a reunir-se no meio da estrada deserta, observando a akumatizada rir na sua partida.

- Esta Miss Clima começa a pôr-me o pêlo eriçado! Ela quase que fez uma ameaça, mas...

- Eu não vejo nada de novo, nada nos atacou. - MisterBug completou o pensamento de LadyNoir.

Sem nenhuma pista ao redor, os dois seguiram Tempestuosa com cautela, sem serem percebidos. Mesmo quando a perdiam de vista, encontrá-la era relativamente fácil, pois fortes correntes de ar vinham do centro por onde ela passava.

- Ela está a conduzir-nos, ou é apenas a minha paranoia a atrapalhar o meu raciocínio? - MisterBug levantou-se e espreitou o horizonte atrás da chaminé.

- O vento não é muito discreto, não. - LadyNoir concordou com MisterBug e também espreitou atrás da chaminé do prédio em que estavam.

- Se nós estamos sozinhos...

- Não é hora para fazer nada do que te passa pela cabeça, joaninha. - LadyNoir impediu as travessuras do parceiro, que se viu derrotado.

- O que eu estava a pensar era... - MisterBug foi atrás de LadyNoir, usando o seu yoyo para sobrevoar Paris. - Por que não tiramos um tempo para nos vermos, como os adultos fazem após o trabalho? Conhecermo-nos melhor, conversar um pouco além da nossa obrigação... Passar um tempo, My Lady. - ele resumiu, ao que LadyNoir só manteve um olhar com leve ceticismo e continuou a sobrevoar Paris com a ajuda do seu bastão. Por breves momentos, ela sobrevoava sozinha no céu no momento em que ela mandava o bastão para a frente, era-lhe um momento agradável, de paz.

- Talvez outra hora, eu deixei assuntos pendentes momentos antes da akumatizada aparecer.

- Ah, eu também! - o sorriso de MisterBug regressou com tudo. Ao lembrar-se de algo, ele desequilibrou-se momentaneamente no yoyo, fazendo o olhar de LadyNoir voltar-se para ele.

- O que é? - ela adivinhou que ele partilharia com ela os seus pensamentos.

- My Lady, sentiste também o momento em que a akumatizada surgiu? Pareceu uma sensação de queimação no meu corpo. - ele apertou o peito.

- Eu senti, mas tomara que seja apenas em relação a akumatizados. Imagina se nós sentíssemos todas as vezes que alguém fizesse mal no mundo! - ela gesticulou abrutamente, quase caindo do bastão... Na verdade, ela caiu, sendo apanhada pelo caminho por MisterBug, que a abaixou um pouco para que a parceira conseguisse pegar no bastão no ar e voltasse a seguir caminho com ele.

- Gatinha, é mito que os gatos têm sete vidas. - ele provoca e LadyNoir bufa.

Entre olhares, uma voz solarenga interrompeu o momento dos dois. Numa grande tela da cidade de Paris, o rosto sorridente de Tempestuosa apareceu.

- Senhoras e senhores, eis as previsões para este dia de outubro. Oh! A Mãe Natureza mudou de planos! - o choque fingido passou pelo seu olhar. - As férias terminaram e, portanto, devem ficar em casa! Chuva e vento assolarão Paris e prevê-se granizo pelas ruas juntamente com neve!

- Hum, parece que ficámos a saber onde encontrá-la. - LadyNoir falou a MisterBug, um sorriso enfeitando o seu rosto.

- Atrás de ti, My Lady. - curvando-se galantemente, MisterBug esperou LadyNoir decolar para, logo depois, seguir atrás dela.

Chegando ao edifício onde o estúdio de TV ficava, ambos os heróis notaram a semelhança entre Tempestuosa e uma concorrente a Miss Clima.

- Ei, esta miúda não te lembra alguém? - MisterBug perguntou, fitando a figura de cartão de Aurora.

- Tempestuosa! O akuma deve estar no chapéu. - LadyNoir supôs, não perdendo tempo em direção ao estúdio.

Eles derrubaram a porta e correram adentro, mas a risada que escutavam do lado de fora, agora que a escutavam atrás de si, era claramente falsa.

- Uma gravação?! - MisterBug exclamou em choque.

Tempestuosa apareceu na porta, mas apenas para lançar um raio ao teto e fazer com que um iluminador caísse sobre a cabeça dos heróis. Ela desapareceu de vista sem mais nem menos, deixando um ofuscante presente aos seus inimigos. Lâmpada por lâmpada, as luzes do edifício foram-se apagando, deixando a escuridão consumir os arredores de MisterBug, pelo menos.

Entre heróis e vilões, a balança parecia inclinar para o último.

-Tudo corre como previsto. Em breve, os seus miraculous serão meus. Trá-los até mim, Tempestuosa.

O vilão falava com a akumatizada através da sua ligação mental.

- Para onde é que ela foi? Ahhh! - MisterBug tropeçou nos destroços do iluminador.

- Alguém te arrancou as antenas, joaninha~~ - LadyNoir provocou, pegando na mão do parceiro e guiando-o pelo escuro.

- Ei, nem todos podem ter visão noturna como tu, gatinha. - MisterBug rabujava enquanto era levado desenfreadamente pelos corredores sem luz.

Lá fora, fora do edifício, a luminosidade do dia substituiu a escuridão saturada das suas visões. Porém, um mau sinal eles perceberam: estava a nevar, uma neve pesada e mágica sobre a cidade. E ao seu redor, naquele térreo do edifício, estava o alvo dos heróis.

- Oh, que queridos! Caíram na minha armadilha. - Tempestuosa olhava-os de cima, voando acima deles.

Ao olhar confuso dos heróis, ela pronunciou.

- Ciclone! - ela brandiu os braços ao céu.

As nuvens cinzas envolveram o térreo numa poderosa ventania. E, ao mesmo tempo, constituindo uma prisão para MisterBug e LadyNoir.

Chegou o momento, tira-lhe os miraculous! - a voz de Falcão-Traça ditou na sua mente.

- Chegou a hora do vosso fim! Não escaparão ao olho do ciclone! - a vilã anunciou, vitoriosa.

- Isto está... - LadyNoir interrompeu a sua fala, e o seu olhar vagou lentamente para MisterBug. Sem paciência para falar, a heroína apenas olhava para as suas mãos dadas e esperava o parceiro entender.

- Eheh, tudo bem. - MisterBug coçou a nuca, voltando à ação quando LadyNoir terminou a sua fala.

- Isto está apenas a começar, Tempestuosa!

Ambos, MisterBug e LadyNoir se puseram em posição de batalha, um ao lado do outro.

- Chegou a minha vez! Lucky Charm!! - lançando o seu yoyo para cima, MisterBug ficou à espera que o objeto caísse de volta para as suas mãos.

- Começo a convencer-me que o teu poder surpreender-me-á sempre, MisterBug. - LadyNoir comentou, após ter visto a toalha nas mãos de MisterBug.

- A quem o dizes, My Lady. E olha, eu admito que não sou a pessoa mais criativa para pensar em algo para fazer com ela. Hummm... Talvez enxugar os cabelos com ela~~ - ele brincou.

- Pensa um momento e vamos a ela, parceiro!

MisterBug riu das palavras da colega, mas ele o fez. Ele começou a procurar algo naquele local, ele começou a pensar...

- Rajada de granizo! - eles escutaram Tempestuosa falar, mas LadyNoir apenas acenou a MisterBug e aproximou-se dele, protegendo-os com o seu bastão do granizo, enquanto a joaninha se agachava sobre a proteção.

- Uma toalha, uma toalha... - MisterBug sussurrava para si enquanto a observava. O alívio só apareceu no seu rosto quando as ideias começavam a brotar na sua mente.

Talvez este seja um poder da Tikki em mim. Nunca fui tão criativo! - MisterBug sorria com todos os dentes com o pensamento.

- Estás a ver aquele painel, gatinha? - ele apontou. - É a tua vez.

- A caminho! - LadyNoir parou de girar o bastão sobre ambos, tendo MisterBug a substituído no lugar. - Cataclismo! - do seu anel, um poder obscuro circulava ao redor do seu punho.

- É tudo o que tens, Miss Tempestade? - LadyNoir começou a correr em direção ao painel, disfarçadamente.

Sentindo-se insultada pela ofensa disfarçada de elogio, Tempestuosa, com o seu chapéu, começou a lançar relâmpagos em direção à heroína felina.

Deslizando pelo metal do painel, LadyNoir deixou o seu poder enferrujar o pedaço de metal que mantinha o painel estável e erguido. Sem estrutura para segurar, o painel começou a cair. Enquanto que LadyNoir deslizava para fora do perigo, Tempestuosa apenas começava a entender a sombra que se fazia sobre ela.

Sentindo-se enganada, Tempestuosa recuperou-se e abriu espaço suficiente no painel para que ela passasse ilesa através dele. A próxima ofensiva tomava forma na sua mente, no entanto, a prática teria de esperar um tempo.

Não notando o seu tornozelo preso ao yoyo de MisterBug, Tempestuosa continuou a voar para cima, enquanto que o herói corria e pulava pela infraestrutura do térreo até pular acima de um ventilador. Finalmente, foi nesse momento que toalha teve o seu uso. Fazendo-se um paraquedista, MisterBug deixou-se ser levado pela corrente de ar, encontrando Tempestuosa pelo caminho, essa que ia de encontro ao chão pelo yoyo a levar para baixo.

Descuidada, o chapéu de Tempestuosa embateu numa infraestrutura metálica, dando chance a LadyNoir de o pegar e atirar a MisterBug.

Vendo o chapéu ir em sua direção, MisterBug deixou-se cair. Cerrando o punho com força, o chapéu partiu-se ao meio, e uma borboleta negra saiu dele.

- Adeusinho, pequeno poço de maldade. - MisterBug acenou à pequena borboleta renovada, que voou para longe. - Miraculous MisterBug! - a toalha lançada para o alto desfez-se em milhões de pequenas joaninhas que, por sua vez, vagaram pela cidade de Paris, concertando os estragos que todo o mundo sofreu.

- Hã, o que estou aqui a fazer? - desakumatizada e sentada no chão, Aurora olhava ao redor, pondo os seus olhos nos heróis.

- Bom trabalho! - ambos, MisterBug e LadyNoir, chocaram os punhos.

Assim como tudo regressou ao normal, LadyNoir e MisterBug tiverem de se dispersar e voltar aos seus afazeres das suas vidas comuns.

No parque, Marinette corria em direção a Manon que, ao ver a mais velha, foi também ao seu encontro.

- Manon!

- Marinette! - a pequena foi colocada ao colo.

- Ei, miúda, por onde andaste? - Alya chegava perto, o seu telemóvel sempre em mãos.

- Eu fui apanhada por uma nevada súbita, pelos vistos, mais uma pessoa foi alvo do vilão Falcão-Traça. - a azulada explicou. - Mas e vocês, está tudo bem? Não se feriram? - ela olhou para Manon, principalmente, mas a pequena só gargalhou alegremente.

- Eu só estou com fome, está na hora do lanche, não e, Marinette?!

- Tudo bem, vamos comer.

- E o Adrien? O fotógrafo ainda está à tua espera. - Alya veio para o lado da amiga, a cotovelando em atenção.

- Ainda vou a tempo?! - ela pareceu esperançosa.

- Claro que sim, miúda! Pelo menos, eu acho, ele está à espera de alguma coisa. - Alya empurrou de leve Marinette para a frente. - Vá, eu fico com a Manon. - ela estendo os braços.

Mas antes que Marinette entregasse Manon a Alya, um grito veio detrás da azulada.

- Quem é esse anjinho?? - a voz maravilhada do fotógrafo causou confusão nas meninas.

Apesar da confusão das duas adolescentes, Manon entendeu que era dela que o homem falava, e um sorriso abriu-se largamente no seu rosto.

Uma sessão fotográfica decorreu livre e produtivamente pelos próximos minutos.

- Ei, Marinette, Alya. - o olhar de ambas voltou-se para a fonte da voz.

- Nino, então sempre vieste. - Alya comentou.

- Sim, o meu curso de música terminou mais cedo, devido à akumatizada ter congelado a escola. Então cá estou! - o olhar do rapaz vagou para o seu colega de turma, acenando-lhe com um sorriso no rosto.

- Se o Adrien puder, iremos todos juntos à geladaria. Eu espero. - a azulada suspirou.

- Se a geladaria for aqui perto, que mal faz o Adrien ir connosco. Serão apenas uns minutos de intervalo para ele, no meio da sua agenda ocupada. - Nino tentou animar Marinette.

- Aqui perto... Qual seria? - ela começou a pensar.

- Ei, Nino! - no fim da sessão, Adrien veio a correr até ao rapaz, cumprimentando-o.

Com uma ideia na cabeça, os quatro adolescentes e Manon foram até ao "Gorila", motorista e guarda-costas de Adrien, pedir-lhe que deixasse o loiro divertir-se uns momentos com os amigos. Ao fim e ao cabo, os cinco saíram da geladaria com gelados na mão. O sol a raiar novamente sobre Paris aquecia-os, e eles gostavam, mas o doce agradava-os também.

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