26#A gêmea Guerreira Dragão do Mar

24-03-2025

Capítulo 26 - O que veio antes...

- Minha entusiasta adversária, espera só mais uns minutos que eu estou a caminho!!! - um jovem gritou.

Os pássaros acima das árvores observavam estranhamente um vulto branco a passar rapidamente pela floresta, confundindo-os.

- Ahhh, se eu estivesse lá poderia ter despedaçado cada um daqueles seres repugnantes rapidamente e ela não teria sofrido! - queixou-se o jovem enquanto diminuía a velocidade e parava para respirar. - Mas agora não é hora para pensar nisso! - o jovem olhava em volta por onde andava. - A Base deles deve ser por... Ali! Encontrei-te!

Na Base dos Touros Negros...

Em meio ao silêncio momentâneo da sala, uma batida ouviu-se na porta.

- Hm? Alguém está à espera de uma visita? - perguntou Vanessa, deitada em um sofá com uma garrafa de vinho na mão, enquanto olhava para o seu amigo intensamente.

- Por que me olhas assim, Vanessa? Não fui eu, juro! Pelo menos não desta vez...! - acrescentou Finral por fim, com as mãos levantadas em rendição, após Vanessa não parecer convencida e o olhar prevalecer.

Outra batida foi ouvida, desta vez mais forte.

- A que se deve todo esse receio? Se abrirmos a porta descobriremos quem é mais rapidamente. - disse Leopoldo, que andou até à porta para a abrir.

- Espera!!! - alguns membros mais antigos dos Touros Negros seguraram Leopoldo e tentaram afastá-lo da porta.

- O que estão... a fazer? - perguntou Leopoldo, com dificuldade.

- Láaaa! Não se abre a porta sem saber o que está do outro lado! Nunca, NUNCA!! - exclamou Charmy, com o rosto azul de terror, enquanto envolvia a perna direita de Leopoldo.

- Calma aí, rapazinho! - disse Vanessa, a puxar o lado direito da capa de Leopoldo. - Temos de descobrir quem...

- ...Ou o quê está do outro lado dessa porta! - Finral terminou a frase de Vanessa, enquanto puxava o lado esquerdo da capa de Leopoldo.

- Mas... é isso... que eu... estou a tentar... fazer! - disse Leopoldo, a dar, dificilmente, curtos passos em direção à porta.

- Nós estamos a avisar! Atrás dessa porta pode estar um pesadelo que ninguém quer enfrentar!! - disse Grey, transformado em Magna, enquanto segurava o braço esquerdo de Leopoldo.

Atrás de Leopoldo e dos quatro Touros Negros que seguravam o rapaz, estavam cinco almas confusas.

- Não compreendo, por que parecem com medo de abrir a porta? - perguntou Azuli, confusa com a cena perto da porta.

- Não perguntes isso a mim, eu não faço ideia do porquê daquele exagero. - disse Magna, que se levantou após Charmy ter-se distraído com a batida na porta.

- Eles fazem a mesma coisa connosco quando tentamos abrir a porta quando alguém bate. - disse Luck, animado.

- Hum? Então... Vocês nunca abrem a porta a ninguém? - perguntou Asta, a olhar para Magna e Luck.

- E se for alguém importante? - perguntou Noelle.

Sem resposta, os cinco olharam para o seu capitão, que apenas encolheu os ombros e voltou para o sofá para continuar a fumar e a ler o jornal de onde tinha parado.

- Ahhhhh! - Leopoldo, com muito esforço, conseguiu abrir a porta antes de cair no chão juntamente com aqueles que o seguravam.

- Nãoooooo!!! - gritaram os quatro caídos, os rostos brancos como papel.

- Hã? Oh! Olá. - um homem, confuso, acenou para os cinco cavaleiros amontoados no chão em sua frente.

- Benjamin? - uma voz chamou.

- Azuli? Azuli! - Benjamin saltou por cima dos cavaleiros caídos e girou Azuli no ar e abraçou-a no fim.

- Ahahah! O que se passa? O que estás aqui a fazer? Não devias estar ocupado com as missões? - perguntou Azuli, curiosa, mas sem esconder a diversão no olhar.

- Eu vim assim que o meu vice-capitão comentou sobre a sua prima e uma outra recruta dos Touros Negros estarem em estado crítico após um ataque à capital! Felizmente, vejo que estás bem! - exclamou Benjamin, feliz.

- Já a podes colocar no chão! - disse Noelle, a separar a sua irmã de Benjamin. Quem ele pensa que é para segurar a minha irmã tão casualmente?!!! - pensou Noelle, não tendo gostado do toque do homem na sua irmã.

- Outra pessoa de fora do esquadrão que sabe a nossa localização! É assim tão fácil encontrar-nos?!! - exclamou Finral, dramaticamente.

- Parece que sim. Talvez consigamos convencer o Yami a mudar de localização e encontrar um novo local para a nossa Base! - exclamou Vanessa, engenhosamente.

- Boa ideia! - Finral festejou com Vanessa e ambos juntaram as mãos em comemoração pela brilhante ideia.

Sem prestar atenção ao festejo dos dois Touros Negros, Azuli e Benjamin continuaram a sua conversa.

- Como podes ver eu estou completamente curada! - exclamava Azuli, alegre, enquanto girava.

- Ei, está tudo bem? - perguntou Asta, enquanto passava a mão à frente do rosto de Benjamin.

Que radiante... - pensava Benjamin, a olhar para Azuli. - Ela está mais radiante a cada dia que passa...

- Oi! - Asta tentou mais uma vez.

- Talvez ele precise de um estímulo. - disse Luck, animado, a manifestar raios entre os dedos enquanto se aproximava de Benjamin.

- Mantém-te longe de mim, miúdo elétrico. - disse Benjamin, com os olhos sombreados.

- Ohh! Pareces ser forte. Queres lutar?! - perguntou Luck. Que magia interessante! Gelo que incapacita o uso do meu poder! - pensou Luck, com um sorriso de orelha a orelha, enquanto a sua mão esfriava dentro do muro de gelo.

- Nós estaremos ocupadas hoje, então volta em outro dia. - disse Noelle a Benjamin. Ou não voltes nunca! - pensou ela.

- O baile não deve ocupar-nos o dia inteiro, ou vai? Talvez tenhamos tempo de um passeio, Benjamin! - disse Azuli, sorridente.

- Com licença! - Finral intrometeu-se na conversa, chamando a atenção dos demais. - O baile decorrerá entre as 11h00 e as 02h00 da manhã, e como é um evento formal tendo como anfitrião um nobre, todos devem vestir-se a rigor. Então, têm de se despachar que ainda há muito o que fazer, mas nada que a Vanessa não possa resolver! - disse Finral, divertido.

- Eu farei as vossas roupas! Não se preocupem com nada! Apenas precisarei das vossas medidas e de um pouco do vosso tempo. - disse Vanessa, com a sua varinha mágica em mãos, ansiosa por começar a criar.

- Uou! Isso parece à maneira! Eu nunca fui a um baile tão chique antes! - exclamou Asta, com estrelas nos olhos e os punhos ao nível do peito.

- Vanessa, achas que a capa pode combinar em um vestido? Não queria nada abandonar o uso da capa. - disse Azuli, a tocar na sua capa.

- Ó, querida, eu conseguiria fazer-te uma capa a combinar com o vestido, mas... O que achas de a deixar de lado só desta vez? - perguntou Vanessa, deixando Azuli incerta.

- No salão de baile costuma fazer calor, uma capa só te faria passar mal. - Noelle tentou persuadir Azuli.

- Hm... Está bem! O que é preciso fazer? - perguntou Azuli, entusiasmada.

- Ótimo! Então, agora, antes de começarmos... Leopoldo, também queres que eu te faça uma roupa? - perguntou Vanessa.

- Obrigado, mas não. Irei até à minha casa e preparar-me-ei lá. Antes de partir, apenas tenho de saber a que horas devemos encontrar-nos antes de partirmos! - disse Leopoldo a olhar para Finral.

- Como teremos de ir de carruagem alada, às 10h00 no centro da cidade Reluz. Não se atrasem! A viagem vai demorar um pouco mais do que se eu usasse os meus poderes e não podemos chegar atrasados.

- Certo, meu camarada! Estarei no local designado à hora marcada! Até logo! - despediu-se Leopoldo, antes de criar um pequeno leão de fogo e sair pela porta a grande velocidade.

- Um momento! Onde será esse baile? Também irei, é muito perigoso convidados da realeza aparecerem em um baile de desconhecidos. - comentou Benjamin, sério, o que fez os demais olharem para ele.

Em outro local...

- O que estás aqui a fazer... Fuegoleon? - perguntou Nozel, sentado em frente à sua mesa no escritório da Base dos Águias de Prata.

- Preciso falar contigo. De preferência em um local mais reservado. - respondeu Fuegoleon, com uma expressão séria.

Nozel apenas fitou o olhar de Fuegoleon, analisando a postura do homem à sua frente.

Em uma sala escura... em um lugar distante...

Em cima de uma mesa, encontrava-se uma fotografia. Nela, uma bela criança sorria junto de uma menina semelhante a si, o sol não podia ofuscar a mana que a criança manifestava.

- Pequena princesa Silva... Só mais um pouco, e eu ter-te-ei em minhas mãos. A ti... e ao teu poder... - uma voz disse. Entre os dedos do homem que falava, estava uma outra fotografia, nela era visível uma bela adolescente a conversar alegremente com os seus amigos.

- Pensaste que eu não te descobriria? - suspirou ele, sentando-se na cadeira sob a penumbra, apenas leves feixes de luz entravam no cómodo.

Na Base do Alvorecer Dourado...

- Ahhhrr! Toma esta! - Klaus lançou vinte lanças de aço.

- Inútil. Muito fraco. - comentou Yuno, que criou um tornado à sua frente, despedaçando todas as lanças à medida que elas eram sugadas para o seu interior.

- Ei, Yuno! Quando te disse que queria uma opinião sincera sobre o meu desempenho, não estava a falar em despedaçar o meu ego! - gritou Klaus. - Lá vai mais!!

- Previsível. - comentou Yuno, novamente com um tornado à sua frente destruindo todos os ataques de Klaus.

- Ahah! Klaus, talvez seja melhor trabalhares em um novo feitiço. Todo o mundo já conhece esses ataques. - disse Mimosa, divertida, com a mão quase sobre a boca.

- Ahh! - Klaus sentou-se na relva, a suar de tanto treinar. - Tenho treinado todas as madrugadas e noites desde o incidente na capital, mas ainda não alcancei progresso algum! Continuo o mesmo. Que frustrante!! - gritou ele, deitando-se e a olhar para o céu, os seus punhos arrancavam a relva.

- Aperfeiçoar os ataques que já tens é uma boa maneira para alcançares a perfeição e é até um bom caminho para conheceres melhor a tua magia, mas não é o suficiente para te tornares mais forte. - disse Yuno, a olhar para Klaus ainda deitado.

- O que o Yuno disse pode parecer confuso, Klaus, mas ele tem razão. - disse Mimosa, sentando-se perto de Klaus. - Nestes últimos dois meses, eu tenho aprendido mais do que em toda a minha vida, quando eu apenas treinava a mesma magia todos os dias. Experimentar diversas maneiras de manifestar a mana e analisar os diferentes resultados foi o que me fez evoluir.

- Acontece que as vossas magias têm muitos caminhos que podem explorar, mas a minha... A minha magia é apenas aço, aço sólido, não tem outra função se não o ataque! - disse Klaus, com os dentes cerrados. - Mas não é só... A minha mana é a de um nobre, mas é fraca!

- Klaus. - chamou Mimosa, séria, o que chamou a atenção do amigo em dificuldade que olhou para ela, assim como Yuno. - A tua magia, assim como muitas outras, tem um poder destrutivo muito grande. - disse Mimosa que, antes que Klaus a interrompesse, continuou. - Mas isso depende exclusivamente da criatividade e da determinação do mago. Acier Silva e Nozel Silva são excelentes exemplos, ambos possuem a mesma magia, mas a sua utilização é totalmente diferente. Acier Silva utilizava a sua magia de um modo que o seu atributo mágico aumentasse a sua força, velocidade e resistência, e lutava ao manipular a prata especialmente em armaduras. Por outro lado, o Nozel manipula a sua magia de prata especialmente em armas, assim como tu, mas ele usa-a também para se mover mais rápido e para proteger a sua retaguarda. Entre eles os dois, que a sua quantidade de mana era semelhante, a diferença de poder dos dois é descomunal, mesmo que Nozel esteja quase na mesma idade de quando Acier estava no seu auge, ela era muito mais poderosa e passou a ser conhecida por Princesa de Aço.

- Obrigada, Mimosa. - agradeceu Klaus, solenemente, antes de se levantar. - Conhecer a minha magia e trabalhá-la ao meu gosto... Será o meu novo objetivo! Yuno! - Klaus apontou para Yuno. - Eu já decidi! Eu serei um mago poderoso o suficiente para andar ao lado do Rei Mago, então... Não me desiludas! - gritou Klaus, animado, um grito que os pássaros tiveram gosto em acompanhar com os seus cantos à luz do sol e no vento que passava entre a relva.

- Com certeza. - respondeu Yuno, deixando um pequeno sorriso enfeitar os lábios.

- Nesse caso estamos todos em competição! Eu planeio tornar-me na maga mais poderosa deste reino... e talvez... ahahah... do mundo! - exclamou Mimosa, feliz. Tenho a certeza que concordarias comigo se estivesses aqui, Naomi. A nossa promessa... Eu ainda não a esqueci, e tenho a certeza que a Noelle e o Leopoldo também não. - pensou Mimosa, com um sorriso feliz e um olhar sereno.

Eles parecem revigorados... Isso é bom. - pensou William, atrás de uma coluna de mármore.

Os mais poderosos do reino e do mundo... Eles sequer chegarão a tornar-se alguém na vida... Não terão tempo. - uma voz falava na mente de William.

Deixa-os sonhar, Patry. Não lhes tires os sonhos. Eles são jovens, os sonhos são os caminhos mais importantes que devem esforçar-se para trilhar. - disse William, mentalmente, ainda a olhar para a cena feliz entre os três amigos.

William, o destino deles já está traçado, e serei eu que decidirei o ponto final. Eles podem sonhar, mas tudo não passará de uma doce ilusão. - comentou Patry, monotonamente e sem emoção.

William respirou fundo, e pareceu refletir. - Ainda acredito em um destino diferente, mesmo que tu não acredites. - pensou William para Patry.

William começou a andar para o interior da Base, no silêncio os seus passos ecoavam pelo corredor até ao seu escritório.

- Langris... - através do seu comunicador, William chamou o seu vice-capitão.

- Aqui, capitão. - a voz de um rapaz ouviu-se pelo comunicador.

- Preciso que chames a equipa do Klaus até ao meu escritório. - disse William.

- Hm. - respondeu Langris, secamente.

- ... Por favor. - terminou William.

- Sim, senhor. Eu vou procurá-los de imediato. - respondeu Langris.

- Obrigado. - quando William reparou, o rapaz já havia terminado a comunicação. William suspirou e encostou-se à cadeira.

Devias puni-lo! Ele é muito abusado! - exclamou Patry na mente de William.

- O feitio do Langris é assim mesmo... Não é maldade, apenas caráter. - disse William.


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