24#A gêmea da Guerreira Dragão do Mar
Capítulo 24 - Apagão
- Muito prazer. O meu nome é Licht. - o homem de cabelo branco apresentou-se, exibindo um sorriso sereno no rosto enquanto olhava para os seus convidados.
Este homem também é nosso inimigo?! Ele parece ter mais mana que a realeza! - Noelle suava ao olhar para Licht, que flutuava ao longe. - E ele nem parece um pouco perturbado por estar na presença de um capitão cavaleiro mágico...!
Este homem pode ser o líder do Rades... Parece que o poder dele não é algo que se deva subestimar... - Fuegoleon sentia a mana, não só dentro de Licht mas também ao redor dele. - Parece até que a mana deste local é controlada por ele. E esta sala está repleta de estranhos círculos de runas... Magia antiga!
- Oi, Licht! Eu sou a Azuli, é um prazer! - Azuli apresentou-se também, educadamente, com a alegria de costume.
Licht sorriu para a menina que balançava o braço num aceno antes que Noelle, nervosa, saltasse para trás da irmã e a arrastasse para trás de Fuegoleon.
Em um sussurro, apenas para a sua irmã ouvir, Noelle falou, enquanto puxava as bochechas da irmã - Idiota! Está na cara que ele é o inimigo, não podemos falar desse jeito com ele! Devemos ter cuidado!
- Ohhh! Certo, certo. - Azuli concordou com um aceno, a olhar para Noelle, também em um sussurro.
- És tu quem me quer? - perguntou Fuegoleon, com um semblante sério ao olhar para o inimigo que os sequestrou. - Eu estou aqui! O que queres de mim?!
Licht mudou o seu olhar para Fuegoleon, ainda mantendo um leve sorriso.
- Sim... Tu tens algo que eu anseio... Bem como a menina. - Licht referia-se a Azuli, que ainda estava escondida atrás de Fuegoleon com Noelle. - Por favor, não levem para o lado pessoal. - dezenas de espadas de luz formavam-se ao redor de Licht. - Mas antes... - Licht desapareceu do local em que estava em questão de segundos. - Gostarias de juntar-te a mim, Azuli?
- Para trás!! - gritou Fuegoleon, envolvendo os três no seu fogo protetor. Em questão de um segundo, este homem apareceu atrás de nós sem nem mesmo eu ter tempo de reagir...! Baixar a guarda, mesmo que por um milésimo de segundo, está fora de questão! Se aquelas espadas forem tão rápidas quanto ele... teremos um problema. - pensou Fuegoleon.
Ele quer a Naomi? Ele quer... tirar a Naomi de mim...? - pensou Noelle, a abraçar a irmã por trás, após tê-la afastado de Licht.
- Humm? O que queres de mim? - perguntou Azuli, curiosa pelo interesse do homem em si.
- O que mais seria? - Licht apresentou-lhe um belo sorriso. - A tua magia esplêndida é uma maravilha aos meus olhos. Adoraria ter-te a ti, uma bela e poderosa guerreira, ao meu lado, a lutar junto a mim, a lutar por um mundo mais belo e justo.
- Mentiroso. - disse Azuli, a olhar para o homem, que desmanchava o sorriso que tinha no rosto. - Tu és o mestre do Rades, correto? - Licht apenas se endireitou e olhava serenamente para Azuli, atitude essa que deu certeza a Azuli para continuar o seu raciocínio. - Então, também deves ser o responsável pelo mandato da minha morte há um tempo atrás. Se não me engano, Rhya, era o nome do homem que por pouco não me matou.
Mandato de morte... - Noelle apertava a mão no peito com força, a outra mão ainda envolta de Azuli. - Aquele dia... O dia em que pensei ter perdido tudo, a minha gêmea há tanto desaparecida... Foi obra deste homem!
- Um tempo após aquela noite, os meus amigos contaram-me tudo o que o homem falou e... Agora entendo o porquê dele ter vindo atrás de mim... Eu tenho algo que vocês querem. E, por acaso, acho que sei o que é. - Azuli pegou em um colar que usava ao pescoço. - É disto que andas à procura? - perguntou Azuli, mostrando um objeto a Licht, que olhou o objeto em reconhecimento com olhos largos, mas voltando ao normal no mesmo instante.
Uma pedra? - questionou Fuegoleon, confuso. Depois de olhar a reação de Licht à pedra, Fuegoleon lembrou-se de algo, algo que lhe pertencia a si, que fora dado a ele pelo seu pai após uma missão do mesmo.
- Sim, é disso mesmo que estou à procura, pequena Azuli. - disse Licht, a olhar para a menina, que o olhava intensamente. - Sê gentil e entrega-ma. Dessa forma, prometo que ninguém se magoará. A pedra do capitão também.
A minha? - pensava Fuegoleon. - A única pedra que trago comigo... é esta. - pensou ele, enquanto segurava o seu pingente que tinha uma pedra triangular vermelha com um pequeno círculo dourado no meio.
Pequena... Pequena... Peque... -na... - pensava Azuli, enquanto olhava para Licht, sem desviar o olhar intenso que oferecia ao homem.
Segundos se passaram e Azuli não tinha reagido à proposta do homem. O silêncio reinava naqueles tensos segundos. Tensos, apenas para os inteligentes e conscientes... Certas pessoas tinham a cabeça na lua, sempre a atirar-se para o vazio.
- Quem é a pequena aqui seu... seu... Sorrisinhos, hein!! - gritou Azuli, com veias saltadas pelo rosto avermelhado. - Eu não vou dar-te nada para prejudicares o reino se é isso que pensas, seu idiota trançado!!
- Já basta disto! Nós não te entregaremos nada, muito menos se for para causar caos no Reino Clover! Cometeste graves crimes contra o reino e deves morrer aqui ou ir a julgamento! Ahhhrrr!! - o grito doloroso de Fuegoleon ecoou pela estranha sala.
- Fuegoleon!! - Noelle acudiu o seu primo, que estava agachado de dor a segurar o braço direito sangrento. - Isto não parece nada bom!! Mais um pouco e o braço desprendia-se! O osso parece ter sofrido uma fratura! - Noelle decidiu experimentar o único método mágico que conhecia relacionado a cura. Ela envolveu o braço do primo com a sua magia de água e começou a movê-la até ao ponto de, num primeiro olhar, não ser possível ver o movimento da água, mas sim fazê-la com que ela parecesse imóvel. A água, enquanto se movia, empurrava e mantinha o sangue no lugar ao mesmo tempo que mantinha o braço ligado.
Quando...? O ataque ... Eu sequer pude vê-lo. Ele nem se moveu. - Azuli, com sangue a escorrer do pequeno corte na parte superior da bochecha direita, olhava atónica para o homem que retribuía o olhar, sorridente.
Com Asta e Leopoldo...
- Cuidado! - gritou Asta, antes de correr até Leopoldo, que ainda agarrava a capa de Rades, rebatendo as esferas de mana do homem da magia espacial com a sua espada.
- Tsc... Maldição!!! - Leopoldo soltou a capa de Rades e lançou espirais de fogo em direção ao homem da magia espacial, que se esquivou facilmente.
Está a demorar mais que o previsto... A esta hora, Fuegoleon Vermillion e a menina do grimório de quatro folhas já deviam estar mortos. Não tenho capacidade de entrar em uma batalha com aquelas duas bestas selvagens neste momento. - pensou o homem da magia espacial, enquanto saltava de um telhado para o outro, desviando-se dos ataques de Leopoldo.
- Quanto mais tempo pensas em deixar-me aqui preso, Valtos?! - gritou Rades, ainda preso ao chão pelas patas de leão que Fuegoleon conjurou.
Se ficarmos aqui por muito mais tempo, corremos o risco de outros membros da Ordem de Cavaleiros Mágicos aparecerem. - pensou Valtos, o homem da magia espacial, no mesmo instante em que criava um portal embaixo de Rades e o trazia para o seu lado.
- Agora sim... - pouco a pouco, as patas de leão foram desaparecendo após terem-se desprendido do chão em que estavam ligadas, libertando Rades. - Agora há pouco, tu subestimaste-me!! - Rades, que foi teletransportado para o lado de Leopoldo após pedir indelicadamente a Valtos, lançou Leopoldo, que estava alterado pelo desaparecimento do irmão, à parede com uma grande explosão de mana, formando nela uma grande mossa.
- Valtos, como vai a missão?! Se tivermos tempo... - Rades virou-se para Asta, que mantinha a sua grande espada em mãos. - Eu irei matar-te e transformar-te em um dos meus brinquedos!!
Sem responder, Asta correu em direção a Rades com a espada em mãos.
Não posso ficar parado a observar! Tenho que arranjar uma forma de dar cabo destes tipos! - pensava Asta enquanto corria.
- Ainda consegues mexer-te, pirralho?! - perguntou Rades, ironicamente. - Darei um jeito nisso!
Asta, mesmo com dores musculares, desviava de todas as esferas de mana em um só fôlego, sem parar de correr ou perder o foco no objetivo. Assim que ele chegou perto de Rades...
- Uh...! Isso dói!!!! O que estás a fazer, seu merda?!!!! - gritou Rades, histericamente, enquanto segurava o pequeno corte da sua bochecha direita. Mas de uma coisa ele tinha razão, o corte, embora pequeno e fino, sangrava bastante, o que resultou em todo o pescoço de Rades se tornar em um rio sangrento.
- Tu magoaste e mataste todas aquelas pessoas... Então o que estás a dizer?!!! - perguntava Asta, enquanto anulava o portal que se formava embaixo de Rades com a sua espada nova.
- O quê?! - questionou Valtos, incrédulo pela sua magia ter sido anulada.
- Isto aqui... é dor!! - Asta socava Rades no mesmo lugar em que estava o corte. - Coisa que causaste às pessoas enquanto rias!!
- Para... - disse Rades, a sangrar do lábio cortado. - Ter feridas e sangue a escorrer é para os fracos!! Tudo bem os fortes matarem os inferiores!! Principalmente um lixo sem magia como tu!!! - exclamou Rades, enquanto manifestava um acúmulo de mana nas mãos, em frente do peito de Asta, que se afastou.
Após cortar a mana de Rades, Asta bateu a sua cabeça contra a de Rades.
- Estou aqui para evitar que isso aconteça!! - exclamou Asta, com um olhar determinado. - E então, alguém sem mana alguma poderá se tornar o mais forte!! Eu vou tornar-me no Rei Mago e ser a prova disso!! - exclamou Asta, a olhar intensamente para os olhos de Rades, que o olhava atento.
- Valtos!! Faz logo!! - gritou Rades, a olhar para cima do telhado em que Valtos estava.
- Se eu pudesse já teria feito. Antimagia... Isso é muito mais chato do que imaginei... - confessou Valtos. - Acho que teremos de nos livrar dele primeiro. - disse Valtos, que depois criou um portal acima de si enquanto acumulava mana na sua mão.
Sem que Asta se apercebesse, um portal negro também foi formado no chão atrás de si. Pelo lado positivo, parece que Asta tinha um anjo da guarda a proteger a sua retaguarda.
O telhado foi a única vítima daquelas espirais de fogo. Valtos escapou delas facilmente, saltando para outro telhado.
- Se eu perder a calma... Como é que fica...?! Calma em primeiro lugar... Não é, irmão...? - dizia Leopoldo, suor a escorrer do rosto pálido do menino. Ele é forte. Não pode ser derrotado tão facilmente... pois não? - pensou ele, incerto.
- O que eu deveria fazer? - questionou Valtos a si mesmo. Não podemos perder o Rades ainda... - pensou ele, enquanto olhava Rades a ser encurralado pelos dois rapazes.
- Seu merda! - disse Rades, com raiva no olhar ao ver Leopoldo a aproximar-se, juntamente a Asta, que andava lentamente em direção a Rades.
- Que patético... - uma voz masculina surgiu. - Recebemos ordens do Rhya e viemos observar-te. Tê-los como adversários... Que patético.
Mantendo a guarda, Asta e Leopoldo olhavam para os lados, tentando encontrar a voz, mas tudo o que puderam ver foi um vento a circular à volta dos três, pelo menos, em um primeiro momento... Não durou muito até que pessoas escondidas por fatos largos brancos, todos com um símbolo de uma chave dourada com três olhos no centro, rodeassem os três.
Reforços?! E são cinco! - pensou Leopoldo, incrédulo. - Quanta mana...!
O meu corpo não aguentará muito mais! - pensou Asta, cuja dor muscular piorava a cada segundo.
- Tch!! Parece que a balança mudou!! - exclamou Rades, ainda com vestígios de nervosismo no rosto apesar do sorriso estampado no rosto.
Asta abaixou a cabeça, postas as duas espadas em cada mão, ele falou.
- Sabem... Eu convivo com a adversidade desde que nasci. Não importa quantas pessoas venham ou o que aconteça... Eu superarei todas elas!!! - gritou Asta, declarando a sua oposição aos inimigos. Todo o seu corpo, movimentos, exalavam determinação.
Na outra dimensão...
Duas pedras flutuavam, cada uma em uma pequena esfera de luz.
Não precisavas ter ido tão longe, Patry. - uma voz ouvia-se dentro da mente de Licht.
Se não tivesse sido necessário, eu não o teria feito, meu amigo. - respondeu Licht, mentalmente. - Isto... acabou por passar longe de tudo o que havia imaginado que aconteceria. Quem pensaria... que os poderes dela seriam tão poderosos, apesar de ainda não terem desabrochado?
À frente de Licht, Fuegoleon, Noelle e Azuli encontravam-se empalados no chão. Espadas de luz atravessavam a carne dos três cavaleiros mágicos, que pintavam o chão com o seu sangue lentamente.
Aquele cristal... Não devia ter tanto poder... Pelo menos, não ainda. - pensou Licht, a olhar para o cristal caído no chão, à frente da mão estendida de Azuli.
As runas que enfeitavam a sala branca haviam desaparecido parcialmente... outras por completo.
Ela arruinou completamente esta dimensão. - Licht olhava em volta, para o local que custou tanto do seu tempo e poder para construir.
Patry... - a voz chamou.
- Sim. - falou Licht, a sua voz a ecoar pela sala arruinada.
Tenho um favor a pedir-te. - disse a voz.
Com Asta e Leopoldo...
Em meio a toda a tensão que pairava sobre os dois jovens cavaleiros mágicos, um forte baque foi ouvido ao lado deles.
Dentre os muitos pares de olhos que viam o que acabou de cair, dois estavam especialmente em choque.
- Irm... Irmãooo!!! - Leopoldo gritou, antes de correr em direção ao irmão.
- Azuli... Noelle... Capitão... - Asta nada mais podia fazer do que sussurrar os nomes das pessoas que considerava especialmente fortes. Ver os olhos antes tão cheios de vida, agora sem brilho... Era demasiado para Asta. Demasiado... para o rapaz que já viu a quase morte das suas amigas antes... Agora, ele temia que fosse de vez.
Memória de Asta...
- Vanessa... Por que os grimórios delas estão a desaparecer?! - perguntou Asta, suor a escorrer das têmporas, enquanto segurava nos grimórios de Azuli e Noelle.
- Oh!! Santo Merlin! Isto não pode estar a acontecer! - Vanessa, desesperada e com os olhos já marejados, pegou nos grimórios das suas irmãzinhas novas.
- O que foi? O que se está passar? Vanessa! - Asta segurava os ombros de Vanessa.
Vanessa foi até às duas meninas e viu as pulsações, resultando em mais lágrimas acumuladas nos cantos dos olhos, que não resistiram e escorreram pelo rosto até ao chão.
- Asta, isto... isto não é bom. - foi tudo o que Vanessa pôde responder, com muito pesar.
- Hã? - Asta, confuso, olhou para as duas meninas desmaiadas no chão. - O que queres dizer? Elas vão ficar bem, né? Elas vão acordar, não vão?
O brilho dos olhos de Asta foram lentamente substituídos por um olhar incrédulo. Cada palavra que ouvia de Vanessa, era apenas eco. Naquele momento, Asta olhou para as suas duas companheiras recrutas, a cada segundo que passava, ele notava que ambas ficavam mais pálidas, trazendo-o de volta à realidade a que queria fugir.
Fim da memória...
Os grimórios delas?! Onde estão?! - pensou Asta, a olhar freneticamente para onde as meninas costumam guardar os grimórios, mas nada. Ele não os encontrou, até que mais baques se ouviram.
Três grimórios caíram próximos aos portadores.
Todos os três ainda estão intactos... Mas por quanto tempo?! - pensou Asta, a tensão no seu corpo a piorar mais ainda a sua condição física.
- O meu irmão... Não pode ter perdido... Não desse jeito... - disse Leopoldo, mais para si mesmo que para qualquer outra pessoa. À sua frente, no chão, o seu irmão encontrava-se com o braço quase a desprender-se do resto do corpo... Sangue a sair fora das feridas para ir pintar o chão.
Não posso demonstrar que estou desatento ou eles podem atacar nesse exato momento. Quanto a ele... - Asta olhou para Leopoldo. - Ele baixou totalmente a guarda! Droga!! Eu sei o que disse, mas também sei do que sou capaz! Eu não serei o suficiente para acabar com todos estes tipos sozinho! Foi como o Capitão Fuegoleon disse... Avaliar com calma e descobrir o que ainda sou capaz de fazer nesta condição. Tem calma, Asta!
Sem dúvida, alguém com o teu poder seria reconhecido pelo povo, se não fosse o teu caráter.
O que te faltou para superar as adversidades... foi um bom coração!
Rades recordava-se do momentos em que Azuli e Fuegoleon lhe deram um sermão.
- Mas eu mantenho sempre um bom coração! Sempre o uso em todas as minhas decisões!! Vão tagarelar para o outro mundo, Fuegoleon Vermillion, Azuli!! - gritou Rades, divertido, enquanto olhava para Azuli e Fuegoleon caídos no chão, sem sinais de vida.
- Cumprimos o nosso objetivo. Vamos todos antes que cheguem outros cavaleiros mágicos. - Valtos começou a criar portais embaixo dos seus colegas.
Mas... Ainda assim... De jeito nenhum que eu vou deixar...
- Vocês não vão a lugar algum!! O quê?! - a espada pequena de Asta começou a brilhar em vermelho. Então, em um rápido raciocínio, ele fez o mais óbvio para ele.
- Hã?! - Valtos não foi tão eficiente como tem sido desde o inicio da missão. Para ser capaz de escapar ao corte potencialmente fatal, ele teve de pular para outro telhado mas, desta vez, não foi capaz de manter os outros portais em execução.
- Certo!! Podem vir!! - Asta gritou, ainda com as duas espadas em mãos.
- Eu também!! Eu lutarei pela honra do meu irmão mais velho! - anunciou Leopoldo, com as suas mãos em chamas. Seria isso que irias querer que eu fizesse, não é, irmão?! - pensou ele.
- Ficaram loucos por causa da desvantagem? - perguntou um homem, que esticava a mão em direção a Asta com um acúmulo de mana nela.
- Não faz a menor diferença. São só mais dois que vão morrer, mesmo. - uma mulher falou, também esticando a mão com um acúmulo de mana.
Todos os cinco inimigos, todos com um acúmulo de mana na mão esticada, dispararam contra Asta e Leopoldo.
Asta, apesar de ser alvo de dezenas de manifestações de mana ao seu redor, arranjou uma forma de se defender. Ele rodopiou, e rodopiou com a sua espada maior em mãos, dissipando toda a mana em que ela tocava. A velocidade com que girava aumentava a força que fazia a espada girar, criando um poderoso vento à sua volta.
Quanto a Leopoldo, a sua forma de atacar beneficiou ambos os rapazes, pois ele tinha um estilo bem... robusto. Leopoldo lançava espirais de chamas indiscriminadamente para os seus adversários, mas tudo "melhorou" quando este decidiu imitar o seu rival. Leopoldo, após respirar fundo, ativou a sua magia de fogo e começou a girar, até um mar de chamas ser tudo o que o inimigo fosse capaz de ver.
- Ahh, ele é o antimagia que o mestre falou! - comentou um dos homens de capuz, divertido.
- E o das chamas só pode ser da Casa Real Vermillion! - comentou uma mulher, empolgada.
- Manter a calma, não é isso?! Então, eu vou, calmamente, destruir-vos!! - Asta gritou, animado, antes de correr em direção ao inimigo.
- Esse miúdo... - queixou-se um homem, antes de saber que tinha mais com o que se preocupar.
- Magia de Fogo: Chamas Explosivas!! - exclamou Leopoldo, a iluminar todo o local com as suas esferas de fogo, que iam rapidamente em direção aos oponentes que iam atacar Asta.
Dezenas de esferas de fogo voavam por aí, por pouco sendo detidas pelos inimigos por conta da velocidade e da potência delas.
- Vocês acham que vão escapar depois do que fizeram com o meu irmão ou com a minha rival ou prima?!! - perguntou Leopoldo, a acumular magia de fogo na mão perto do rosto. - Vocês vão pagar por tudo o que fizeram com eles!! - Leopoldo desferiu um golpe no peito de um inimigo com a mão em que acumulava magia fogo, errando, infelizmente. - Deixa-me participar também, meu rival!!
- Muito bem! Podes vir!! - Asta gritou.
Costas a costas, os dois lutavam juntos contra os inimigos que, ao olhar para eles, viam duas bestas selvagens, não humanos. Aflição, é a melhor palavra para descrever as expressões que os inimigos transmitiam enquanto desviavam e contra-atacavam os ataques das duas bestas.
Dizem que quanto mais as feras são feridas, mais formidáveis elas ficam... Estes rapazes... são perigosos!!! - pensou um homem, que por pouco não era cortado ao meio pela espada de Asta, que criou uma pequena cratera no chão em que fez impacto.
- Do que estão à espera?! Acabem logo com eles! - disse Rades, ansioso.
- Vocês não eram os alvos, mas... Iremos matar-vos aqui e agora!! - todos os inimigos, nas suas posições iniciais, atacaram todos ao mesmo tempo.
Era uma possibilidade, mas não. Como o homem pensou anteriormente: Quanto mais feridas estão as bestas, mais formidáveis ficam as elas. Nada melhor descreve o espírito de luta dos dois rapazes, que não essa frase.
Após Asta, mesmo ofegante, rodopiar novamente com a sua espada, tendo Leopoldo se baixado para não ser atingido ou atrapalhar, e ter desfeito todas as manas, ambos lançaram-se a um dos oponentes com os ataques em mãos.
- Os vossos instintos de luta são admiráveis. Magia de Criação de Vento: Agulhas Perfurantes de Tornados. - um homem lançou, perfurando os dois rapazes.
Ele é muito rápido. - pensou Asta, a cair para o chão, com os olhos em branco enquanto sangue jorrava para fora das feridas, assim como Leopoldo.
- Agora, vamos acabar com isso. - disse o homem, que mais uma vez lançou agulhas de vento para os meninos, pronto para acabar com a vida deles, contudo...
Um reluzente escudo esférico caiu em frente aos dois meninos e aos três cavaleiros inconscientes, protegendo-os do ataque mortal.
- Ahh! Que magia foi esta? Eu nunca tinha visto nada parecido. - uma mulher sorridente perguntou.
- O quê? - questionou Valtos para si mesmo, confuso.
Dentro da grande esfera, estavam todos os cavaleiros mágicos que foram transportados para longe da capital.
- Exército dos magos! - um deles exclamou, alarmado, com o grimório à sua frente.
- Como ousas enviar-nos para longe? - perguntou Alecdora a Valtos, que subia ao telhado com a ajuda da sua magia de areia.
- Impossível... Como chegaram tão rápido daquela distância?! - questionou Valtos.
- Nós realmente não queríamos... Mas foi com a ajuda extrema de todos que pudemos voltar... Algo como um grande composto de magia.
- Hohoho! Unir forças não é tão ruim assim. - comentou Hamon, sorridente, com a mão no queixo.
- Bem, os homens não foram completamente inúteis. - Sol coçava o pescoço enquanto olhava para Charlotte.
- Reconheço as habilidades deles, nada mais. - disse Charlotte.
- Não voltarei a cooperar, jamais. - disse Solid, desgostoso, ao lado de Nebra.
- Realmente, somos incompatíveis com os outros grupos. - comentou Nebra, com um leve sorriso zombeteiro no rosto e o dedo no queixo.
- Como seja... Os nove esquadrões mágicos existem com um único propósito: proteger a paz do Reino Clover. - disse Nozel, que deu um passo em frente aos inimigos.
- Noelle! Azuli! O Fuegoleon também está ferido! - Mimosa correu para os três corpos ensanguentados no chão, até olhar para algo que a chocou. - Os grimórios deles... estão a desaparecer! - Mimosa rapidamente ativou os três berços oníricos de cura das flores - Isto tudo sem contar com o Asta e o Leo. - Mimosa reparou também nos dois meninos perfurados.
A desaparecer?!! - os olhos de Nozel alargaram quando ouviu o que Mimosa falou, mas rapidamente voltou ao normal, com um olhar desinteressado e sério. Mantém-te frio e racional, Nozel. - pensou ele.
- Asta, por favor, acorda. - pediu Klaus, após abanar Asta delicadamente, ao que Asta gemeu de dor. - Tu estás vivo. - ele sorriu de alívio. - Fizeram isso com vocês e as meninas. Até com o capitão Fuegoleon. Quem são eles?
- Tsc! - Valtos saltou do telhado para um portal, pousando perto atrás dos seus colegas. - Pagaremos caro se lutarmos. Recuar.
- Por favor, qual é a pressa? Magia de Mercúrio: Chuva de Prata! - exclamou Nozel.
- Magia de Gel: Salamandra Pegajosa! - exclamou uma jovem mulher, alegre.
- A minha magia vai facilmente atravessar um feitiço como esse. - disse Nozel, calmamente.
- Sendo assim... Item de Magia Negra: Propriedades Especiais! - animadamente, a mulher pegou em uma agulha gigante com um estranho líquido dentro, e injetou na salamandra, tornando-a maior e vermelha.
O que é aquilo? Que item será aquele? - questionou Nozel, mentalmente, após a sua chuva de prata ser engolida pela salamandra.
No meio da animação, a mulher aproveitou e levou o Asta consigo pela pata pegajosa da salamandra.
- Ótimo, ótimo! - a mulher dizia, feliz por ter Asta dentro de uma bolha pegajosa.
- O que pretendes fazer com ele? - perguntou um dos seus colegas, confuso.
- Nem te conto. - cantarolou a mulher, divertida.
- Lembrem-se disto... cavaleiros mágicos. Somos o Olho do Sol da Meia Noite. Somos aqueles que trarão a destruição do Reino Clover. - disse um homem, antes de desaparecer, junto com os colegas, no portal negro.